s holofotes
Os holofotes estão prontos:
Mãos ansiosas e ociosas
esperam atentas.
Iluminar por um fio de momento o tempo
que cobre de vida os ossos e as feridas.
Depois apagar-se e apagar para sempre,
o ocio indocil de minha amarga vida.
Vou lento, lerdo e leso,
balançando os braços a esmo,
quero abraço, quero beijo,
meu peito em brasa é só desejo.
Te chamo e vens
aproveito minha distração no tempo,
porque embora vou-me lento,
a passos a frente, vou pra sempre.
eternamente.
E teu coração colado ao meu,
aproxima e mora dentro,
num verso sem rima e ateu,
Teu sentimento: Nem morto nem vivo,
da dor filho eterno e cativo,
cuspa-me tua mágoa,
enquanto ainda existo.
Reviro pessoas, acaricio pessoas,
abraço e beijo pessoas.
procuro e acho pessoas,
encontro e perco pessoas,
me agarro e largo pessoas.
Amo pessoas: feias e bonitas,
grandes e pequenas,
gordas e magras, vorazes e serenas.
Poetas e frias, discretas e vazias,
concretas e soluveis,
sérias, mistérias e volúveis.
Pessoas da rua, do parque
da praça, do gabinete,
do guarda pó, do kepe e do boné,
Pessoas da guitarra, das cordas,
das teclas, das enxadas, das pás,
das rezas, das curas, das canetas,
pessoas atentas, dormidas, sonhadas,
alimentadas, risonhas, carrancudas,
pessoas largas, erradas e estreitas.
E deste amor ninguém mais fala,
tudo cala até os raios e trovões celestes...
porque só eu compreende,
claridade da luz que tu pessoa vestes.
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