terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Julieta e Shakespeare - carta - Maria Melo

Bom dia Shakespeare!
Espero que estejas bem!
Assim como eu tenho estado.

Já faz algum tempo que não nos vemos
Mas por toda parte por onde tenho passado
ouço falar de ti, com admiração e louvor.

Sinceramente.... com adoração.
Eu também te amo.
É impossível aos mortais
resistir tuas histórias de amor, teus grandes legados.

Teu próprio sangue e tua paixão
correm os séculos e todas as terras férteis
deste sertão.
Imortaliza a alma de todos os amantes
preserva a grandiosidade do corpo,
este templo profano,
de tão nobres desgostos
da fatalidade da separação.

Devo lembrar-te da minha dor,
tão antiga quantos os meus próprios ossos,
Dor esta jamais esquecida,
depois de tantos séculos e do sumiço
dos próprios sinais da vida.
Esta dor se preserva e se faz eterna, se faz sentida e
sobrevive sempre a qualquer especie de dia.

Meu primeiro amor foi uma over dose de veneno
que me matou completamente,
mas as beldades das estórias não morrem para sempre:

Acordam serenas de tempo em tempo
para ouvir as canções que passam
pelos muitos dedos de grandes astros e gênios:
Recorda todos que pratica a arte de amar,
que estar junto da pessoa amada
é o único e verdadeiro milagre
que a vida pode fazer que vale a pena.

E tu Shakespeare que não tens culpa
do descuido dos amantes
e és atento sempre, nunca deixou de sinalizar
com o vermelho do teu próprio sangue
o pecado dos amores, esquecidos, perdidos,
destruídos, sem ser vividos.

E agora, a despedida de sua Julieta:
Fique muito longe de mim, Shakespeare

e igualmente tua santa caneta.
Ninguém rouba mais o meu amor.

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