quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Dona Pipa, Posseidon e o Cartorário.
Sentaram os três na mesa do Dono do Registro
Dono do quê... do direito... Direito do quê... de registrar
Registrar o direito de possuir um Rio,
especialmente o Rio Tietê...
Certamente o casal está doido... Não tenho
O senhor tem carta do antigo rei de Portugal,
concedendo-lhe o Rio Tietê,
antes da fundação do nosso Estado...
E onde está tal documento...
Está numa árvore, que fica lá em cima,
donde nascia o rio e vinha cantarolando
pirambeira abaixo.
Nas suas raízes, escondido....São papeis antigos,
Que o antigo rei de Portugal tinha recebido de seus ancestrais,
que por sua vez, tinham recebido de outros mais
antigos ancestrais dos seus ancestrais...
e se o senhor puder saber mais
terá que estudar por si mesmo.
Não posso lavrar tal documento...
O cartorário olha para a pasta,
a rica pasta sobre a mesa,
e pensa que deve ter muita coisa
lá dentro. Deve estar bem cheia!
Posseidon não hesita, abra a gorda mala
e põe pilhas sobre a mesa,
pilhas no cérebro dele que acende
e clareia...
Compreendo, o senhor quer um documento inédito,
nunca fiz antes... claro que não, tenho certeza,
E Dona Pipa não trouxe nada,
nenhum um centavinho, seu tesouro já está nas águas,
Encheu um grande saco de plástico
(indeteriorável) até a boca amarrada
cheinho de moeda e jogou-o no rio,
que naturalmente afundou na lama
porque ela ainda completou o peso das moedas,
com muitas pedras.
Não eram pedras preciosas,
eram apenas pedras muito antigas,
pra ser sincera, as primeiras pedras
que Deus criou, ainda na sua era.
O dono do cartório pensou: que sejam loucos,
mas que não joquem o dinheiro fora,
deixem aqui... Pegou sua máquina velha,
para datilografar os papeis,
depois destruiria a máquina e tudo mais,
o que importa é guardar o dinheiro.
Redigiu o texto conforme o ditado do peixe.
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