sexta-feira, 19 de março de 2010

Pena


Eu sou o nada
que você olha na parede
escura do seu quarto.

Sou condenada
a mesma pena
que os maiores poetas do mundo:

Ter no coração
o oceano de amor enjaulado
e ter que deixar correr,
pela vida  assim
de qualquer forma,
do peito arrancado
este mesmo amor.

Sem uma única lágrima chorada...
Sentir alegria plena na sua saudade,
sentir gratidão por sua existência.
sentir amor puro por sua ausência.

Saber que vive, saber que sonha,
saber que sofre, saber que procura...
saber que espera, que deseja,
que participa em seus próprios passos
a estrada que eu conheço.

Que outra alegria pode se esperar, agora...!

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  Quem bate... Uma voz  lá dentro responde: é o coração!