segunda-feira, 10 de maio de 2010
A estrela de tungstênio
O que dirá ele ao ver na parede dependurada
a velha estrela de tungstênio que lhe fora dada,
com as pontas quebradas, corroídas pelo tempo,
desde o inicio do primeiro milênio, até este momento.
Dada dada, sem razão, sem vitória nenhuma,
não tinha valor o quase barro, metal de cinza
de raios obscuros, ocultos da noite e do dia,
por ela nada nenhum deles pagaria, ainda.
E agora brilha assim, dentre o sol e lua,
vestes esfarradas, porem de luz crepuscular
o que verão e quando verão seus olhos,
por tão pequena fresta que lhe for ofertada.
E a mentira, quem lhe dirá a verdade,
quem terá tamanha coragem ousadia,
de lhe impor na cara tal espelho,
que possa lhe refletir aquele dia.
Assim sinto medo,
medo de mentir para meu amor,
quando ele apareceu a primeira vez,
era só rancor e alma descortês
Não nego que me conheceu nua pela cidade,
a correr como vento, sem paragem,
Não nego as minhas vestes transparentes,
feito qualquer folha a rolar nas calçadas,
Não nego que vi sua piedade entre olhares,
de angustia e de esperança que fosse um teatro
da vida a dor que em minha alma alçava...
E agora simplesmente minto,
Seus olhos arregalados suspeitam a verdade,
eu minto, a única a chance de estar ao seu lado,
minto e minto até a hora da verdade.
Mas não serei eu a contar a mostrar,
guardo tudo no mundo a sete chaves,
mais secretos que os segredos,
escondidos no fogo do altar,
Ele esbraveja, vocifera, murmura,
seu medo é maior do que o meu,
porque um dia lhe fiz eternas juras,
ele próprio a mim as prometeu.
Só posso amá-lo, dentre outros quaisquer sentimentos,
o sabes bem, agora o que virá,
virá com a força e a suavidade dos ventos,
soprados pelas estranhezas do mar.
E espero e quero que ele me perdoe,
pela sagrada mentira que tive que contar,
foi a única forma e a mais pura,
de um dia poder lhe encontrar.
Minto ao meu amor
mesmo que olhos neguem,
sorrio sinceramente me voo
as asas dos sonhos que me levem.
E quando ele adivinhar a verdade,
se um dia puder por si mesmo,
já terá sido feliz e felicidade,
de montão a mão cheia a esmo.
E minhas mentiras as levarei comigo.
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