terça-feira, 1 de junho de 2010
Às portas do paraíso...
Ainda era paraíso, me lembro bem.
Uma parte lá fora, outra parte lá dentro.
Os homens caminhavam ao redor, indecisos,
lá dentro as mulheres choravam também.
Por que ele por que eu,
se nada fizemos de especial,
nascemos aqui, desde que nos lembremos,
somos o que são todos os outros animais.
Por que eles também, se nada sabem,
nem das serpentes e nem das maçãs
são feitos de terra e zinabre,
e da luz que percorre as manhãs...
Não tem respostas, tem silêncio.
que sibila sobre os telhados,
mas todos somos inocentes,
até que sofremos o primeiro pecado.
Finalmente a verdade foi clara,
estes vão, aqueles ficam, ninguem diz nada,
elas correm, eles voam ao grande portão,
abraçar e beijar o ferro gradeado.
Suas bocas procuram o calor da vida,
suas linguas e dentes ferem as grades,
em ferro em aço, dormentes
se desespereram amantes ardentes.
A separação: finalmente separados,
finalmente livres, podem
voar outros descampados,
construir roças e criar filhos,
sem jamais serem lembrados.
Nem mesmo o abraço do Adeus,
o corpo escondeu no seu desejo
levar consigo na memória,
a saliva do último beijo.
Nada, tudo se apagou... ela ainda tentou,
milênio e milênios seguidamente,
tirar dele uma única lembrança,
e fazer-se feliz eternamente,
Mas paraíso é para isso,
separar o que surge unido!
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