seus ossos são pedras
que vão se empilhando aos poucos,
pouco a pouco, esmera
diamantes e rochas.
Sentadas no vale
num trono eterno
de todos os tempos
de seus próprios olhos escorrem
lágrimas das nuvens
em rios suaves
em turbulentas naves
abrem caminhos para
longíquos e desconhecidos mares.
Sei que somos retangulares.
mas sentada entre elas,
sou apenas outra montanha
calada dos vales.
Sou calada bem sei,
mas tudo vejo, suas faces,
seus passos, flores e desejos.
Choro em meu cume,
juntamente com as outras iguais,
rios de lágrimas
pra que suas sinas lavem.
Sentada no vale,
sou mais, apenas mais uma montanha,
silenciosa, mas nunca ausente,
sigo seus passinhos,
e os enrolo suavemente,
em mim, feito correntes,
prendo-os muito bem,
para todo sempre.
sentada com elas, as outras montanhas,
também sou montanha,
não ouço estórias,
vivo história,
espalho meus longos e sempre cabelos verdes
sobre a terra para que pisem e brinquem suas crianças,
e se algum erra, se desencanta...
cubro-lhe com minha caliente terra
e espero que ela volte,
mais santa e mais sincera
para habitar o seio de minha existência.
Serei montanha por mais um eterno tempo.
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