sábado, 17 de julho de 2010
Layla conta uma estória... ( Maria Melo) primeira parte
Na varanda o velho setubal ao seu lado a velha alvinha, sentados
conversando com os passarinhos.
Na mesa, também na varanda o filho Valdo
com um grosso livro aberto,
de autores americanos, daqueles bem estranhos,
lendo concentrado.
Valdo tinha ficado com os pais.
Era um ex policial. Quando exercia a profissão
de policial, acreditava-se no cinema...
nunca prestava atenção aos bandidos em si,
mas sempre queria conversar com
as familias deles, ajudá-los
e nunca por mais que se esforçasse,
conseguiria ver ali um bandido nato,
tudo era fruto da sociedade,
do urbanismo, da falta de cultura, da cultura atravessado...
então já que a vida dele não estava realmente no cinema
ele abandonou a cena, simplesmente.
Bom, voltamos, a estória, a outra dezena de filhos dos velhos
tinha saído para formar familia.
Cinco da tarde. A velha hepta o velho octogenário
no entanto bastava qualquer movimento do vento,
para que ele e ela entrassem em embate.
O telefone toca, os 3 se olham. Valdo atende.
Os velhos ficam atentos e ouvem
Valdo dizer: Mas tem que ser agora,
é tão urgente assim, que não possa esperar até amanhã,
é meio longe, meu fusca não está bem...
do outro lado da linha um blablabla sem fim,
era o que os velhos ouviam..
Valdo desliga o telefone e diz aos pais
que vai sair... e voltará bem tarde,
a velha questiona com os olhos... o velho também.
O que aconteceu... é grave...
Não, responde ele... Não é nada importante.
Vou até a chácara do Roma,
Roma é outro filho dos velhos, irmão de Valdo
que mora meio longe, volto hoje, ainda e
não se preocupem, tudo está bem.
Valdo pega o fusca e sai... os velhos
continuam conversando, conversam todos os dias
desde l950, o assunto é sempre algo
do cotidiano... os passarinhos, os netos, os vizinhos,
a tv, o mercado... os bandidos, o dinheiro, a saude.
Eu não sei todos os assuntos que eles falam.
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