quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Espiritualidade II - Maria Melo
Depois do empurra empurra,
sem final eu me venço. me sinto vencida.
me encolho o máximo na vida
e crio grades, estou protegida.
Eu Layla, jamais crescerei.
De certo modo odeio a parafernália da existência,
dos grandes seres humanos,
sejam eles grandes ou não, de diferentes planos
e maquino maquinariamente, todos os dias,
uma traiçoeira forma de Ser feliz...
de enganar o mal, o mau, a dor, o sofrimento, a miséria,
o tormento, a ignorância, a feiura,
en fim de enganar uma verdadeira parte de mim...
Não me nego às minhas habilidades,
de traiçoerar o mal, o pecado, a dor, o sofrimento,
a ignorancia, o maleficio...
não me nego às minhas astúcias
de tecer as tramas do bem,
de qualquer bem...em qualquer hora,
não me nego ao vicio,
de viver até para sempre,
desde que possa com ardor e sutileza lutar...
e mais que lutar ver
alguma coisa boa triunfar.
Não me nego à alegria de poder seduzir,
quaisquer tristes, ou felizes,
a resistir...
Não prometo nada, recompensa
pra ninguém...
Não quero armas, nem dinheiro, nem vitórias e glorias,
não quero ser a primeira,
quero ser a último entre os derradeiros,
a abandonar a luta...
só quando virarem pó os ossos, aos seus olhos,
jamais aos nossos, é claro.
Os vencidos não os quero como escravos,
os quero livres e bravos
Rezo: Pai nosso que estais no céu,
humanizado seja o vosso nome e o vosso sangue,
venha a nós, o vosso reino, as mulheres,
e que protegei, nossos filhos os homens,
dando-lhe coragem para a lida,
habilidades para a vida,
e voltemos para a espiritualidade.
Tudo estava resolvido. Eu Layla tinha um espiríto.
Um Espiríto é uma coisa que mete medo,
talvez por ser muito velho e cheio de segredos,
os espiritos vivam sempre escondidos,
costumam também viver em tribos,
nos lugares distantes e ermos.
A partir do momento que decido circunstancialmente que tenho um espirito
e os gregos confirmam... não importava que eu fosse isto ou aquilo,
eu posso ter alma, O "rei grego" também sabe disso.
Ficava infinitamente mais facil falar com tal espirito.
Já que os demais por mais famosos que fossem
não falavam verdadeiramente uma lingua explicita.
Quando eu Layla estou nas minhas grades de proteção,
ouvindo gritos, urros, vendo a trajetórias das dores,
ou as gargalhadas dos bons atores,
tantos as minhas quanto as alheias, e sentindo cada vez mais próximas
aquelas milhares de mãos, de olhos, de pessoas irreais,
mas presentes, inominadas, mas conscientes.
Eu tenho uma idéia
Sou espiritual. Eu Layla sou tão estranha e tão antiga
quanto qualquer um...sendo assim vou romper as grades
e seja o que Deus quiser. Se ele quiser.
Ao romper as grades, me tornei igual,
a tudo que é naturalmente o ser...!
E o universo do ser, com todos os seres,
Não precisei mais me assustar
precisava sim uma linguagem que trouxesse de volta
minha alma, a minha verdadeira paisagem,
que sombreava os abismos dos sem fins,
Já que tantas vezes por dia a expulsava de mim,
"Vai te alma buscar abrigo, no céu,
ou qualquer outro canto que não seja aqui,
pois a paz e a alegria faz tanto tempo que perdi"
Eu Layla não tenho compromisso,
com José ou com João,
com Maria ou com Antônia.
Passo a viver a minha vida, absolutamente só,
e nesta solidão é que realmente encontro
a multidão que via ao meu redor.
E a chamo de "Espiritos"
sento-me a debulhar a canjica,
e repetir a canção de minha velha tia Chica"
Não, não, não,
não se iluda em vão,
não há nada neste mundo,
que foge do coração.
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