domingo, 21 de novembro de 2010

Cartas de Amor parte II - Maria Melo

Joguei as caixinhas também no rio,
com espinhos, fósforo, um botão  de rosa
e giz de cera amarelo, moído.
Depois até que sumisse tudo,
fiquei olhando as águas rolarem para longe.

Dia seguinte, Lembrei duas outras cartas de amor,
que ficaram esquecidas:
Ando meio distraída,
contando os sonhos  perdidos,
que desfilam na minha memória,
distraído como quem sofre,
não como quem chora.

E vem o moleque divino do tempo
chuta meus sonhos, era o que eu tinha para o momento,
Um deles entretanto,
não se foi primeiro, nem por derradeiro,
ficou pelo meio, em devaneio,
da minha alma distraída.
virou realidade...


Peguei papel de caderno e caneta
e comecei a escrever...
Te amo, te adoro...em todas as linhas,
preenchi toda a folha com declaração de amor,
das velhas cartas,
Faz tanto tempo que não escrevia uma carta de amor,
faz tanto tempo que não tinha um amor para escrever uma carta,
copiei... Assinei um nome alheio qualquer,
não reli, não tive coragem. Era apenas uma carta de amor.

Não sabia o nome dele. Ao proprietário:
enviei pelo correio, 3 dias depois, (contei o tempo)
e vi o carteiro chamá-lo...
Deve ter entregue a carta de amor.

Me fiz aparecida aos seus olhos,
sussurrei nos seus ouvidos,
um beijo cheio de te adoro!
e sumi de novo.

Sem que soubesse nada de mim,
deixei só o caminho do meu coração,
as cartas de amor anônimas.

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