segunda-feira, 4 de julho de 2011

devaneio passional Maria Melo

Tinha um azul bem azul
um azul alado, quase ao lado do sul
era azul, inteiro azul, inteiro nu

Tinha uma fumaça de massa química
que era quase  uma mímica
de uma estória sem história.

Tudo era sobra de um sóbrio antepassado,
a química a massa amassada e assada
no sábado que sobrou do ano passado.

Tinha lume sem treva
que acalma e enerva o vago lume na névoa
que neva

sim a cor amarela do sol no pavio curto,
faz vulto das montanhas e dos vales.
Vale ver de perto os olhares nos ares,
das nuvens, das últimas e visíveis nuvens
retangulares depois se tecerão uníssonas
sombras noturnas.

A onda  que ronda vê
e assombra com estrondo o seu clamor.

Era um sonho a dois
um sonho a dor
um sonho pôs
outro sonho depôs.


Ficaram um!
Ficaram outro!
ficaram bem pouco,
ficaram muito louco.

Soltaram as mãos
e todas as outras amargas amarras,
amálgamas do corpo,
da alma
Sê livre, se livre do livre arbítrio...
dos dendritos solares e dos detritos lunares

dos atritos ventriculares,
que regem a ferrugem
que surge nos sentimentos insensatos da paixão.

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coração

  Quem bate... Uma voz  lá dentro responde: é o coração!