Na última noite
não há despedida:
um dia perfeito
sem rasgo e partida.
Meu coração navega
entre montanhas e águas:
num antigo mar de mágoas...
Suave Guaraqueçaba!
Hoje o sol astro rei
pois olho entre a chuva:
É feriado...e lei
das águas e das nuvens.
Alegrias súbitas...
avulsas... caida do céu,
o coração abusa e pulsa
no divino carrocel.
As ilhas verdes e profundas,
as pedras mais duras do mundo...
meditam sobre o passar dos segundos...
entre o mar e o céu...
e as vidas alí enlaçadas
tem suas trajetórias juntas.
o que passa na alma,
vem do coração, de um sincero amor:
mudo e sonoro a pulsar no peito,
a extravasar nos olhos...
a ternura de um olhar surpreso e verde...
Feliz por ser peixe,
feliz por estar na rede,
feliz por matar a fome
feliz por matar a sede
feliz apenas por estar ali
na paisagem de todas as formas:
nas brumas dos sonhos,
e que deles nunca se acordem!
do corpo sangue, amor e alma,
preso como o peixe..
como a voz a lingua
e coração e a dor:
no mesmo instante de paz
na mesma luz que faz
o dia ser desigual,
ser verde e sobrenatural
os braços ser ramos e cipós,
prender com profundos nós...
frageis e dificeis nós...
de raizes desgarradas da terra firme,
a deriva de muitas lágrimas...
estar agora aquecidos
por aquele mesmo sol
já dos raios antes fugidos...
Oh, tristezas, não me levem mais de mim...
porque finalmente eu sou feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário