quinta-feira, 23 de maio de 2013

Problema

...Desde criança
tenho um grave problema
quando o contador de estória chega
eu tremo...

Ele vem de onde
eu  até hoje, nunca me atrevo
a filmar nem uma cena.

eu abraçava minhas próprias pernas e pés
segurava-os firme
com laço dos braços...e nós de dedos...
no banco duro de madeira plena.
 sob a luz  fragil 
da lamparina trêmula...!!!

Depois das estórias ficava mudo
- quando chegar amanhã
o dia apagará tudo - 

E vou poder andar por lá
- no cenário em estudo - 
sem medo do que está por "sobretudo"

Mas até amanhã, a noite  dura muito,
se dormir pode acabar tudo,
se sonhar  posso mudar tudo,
se ficar acordado...fico trêmulo e mudo.

Hoje o contador de estória sofisticou
tem um olhar de espelho
de um lugar que nunca vou:

se lhe dou algum tempo,
é o tempo do amor.

ele me conta não mais as estórias
fantasmagóricas  de antigamente,
mas me fala da dor das gentes...
sem nenhuma retiscência,
como se falasse com a própria consciência.

do terror de quem não tem sorte
nem vida propicia, descanso
paz, comida, rancho...

de quem vive a deriva, 
não apenas do castigo de Deus,
por ter burlado as leis do paraíso,
mas do desprezo e do vicio
de uma má vida que nem sequer
por Deus foi concedida,
mas foi muito bem elaborada,
dentro de leis terrenas porem precisas,

que ditam e executam o destino
desta grande nuvem de matéria dolorida...!!!!

Talvez eu deva esquecer  a burguesia,
e outras asias... assim como a 
a aristocracia, a governancia,
e todas as outras cracias e nancias
que há nestas instâncias...

Mas eu não poderia ser anarquista,
por que é outro palavrão da lista.

Para todos os efeitos, anarquia só reputo
a Deus, que perdoe...penso que se ele  existisse
sozinho   no mundo,  poderia ser   bem  anarquista
e a anarquia sua  arte bem  profunda.

Mas ele criou os homens.
E já criou a primeira lei,
Não coma o fruto daquela árvore
aquela árvore é minha...


E ficou a espreita:
da obediência e do temor...
que nunca aconteceu...

Não sei não os homens tem um jeito de contar
estórias, que nós mulheres, 
nos confundimos todas.

E hoje o mundo criou um pantanal
de leis, onde uma parte se afunda,
a outra  nem sei...
a regra é a mesma...

e todos vão sendo expulsos do paraíso...
por desobediência às leis.

 
 

 


 

 


 

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