quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Doutor

Lembro-me dos seus dedos trêmulos
sua vista duvidosa,
sem corpo curvo, torto porem sereno,
sua  voz triste, pausada e chorosa.

Tive amor supremo,
não o bastante para segui-lo
para implorar que ficasse,

para olhar seu caminho com a minha paz.
Deixei que fosse
mesmo assim triste
buscar sua nova estrada.

Seus joelhos fracos, seu colo calado,
sua palavra terna sibilava:
medo nunca mais...


Confesso que pensei segurar sua mão
e caminhar seus passos,
sou fraca, simplesmente passo.

Não sei por onde anda...
mas sei por onde andou
por aqui você foi o maior,
meu coração nunca o abandonou.

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