A senhorinha vinha vindo
com muitas sacolas e uma mala média.
"por favor, onde posso encontrar um taxi..."
(duas quadras daqui)
Ou pode chama-lo por telefone.
" se você me der uma ajuda carregando minha mala
até o ponto de taxi... agradeço. Não tenho celular."
(Oh meu Deus... malas não é meu forte
sou tão fraca, nesta hora...
A senhorinha tinha pernas fininhas de sapatinho baixo,
de costas arcadas e olhar bem fragil..
talvez mereça esta gentileza forçada.
Mas malas... não suporto... mala de mão, sem rodas,
sem cabo... sem controle remoto...
não suporto.
Mas decidi ajuda-la...
diminui os passos, prestei atenção aos farois
observei as calçadas e pensei nos dois quarteirões
pela frente e catei a mala.
Pesava uma tonelada. Me arrempedi
imediatamente.
Mas devolver já era tarde... as alças
da mala se entrelaçaram nos meus dedos e grudaram em mim
Fui meio calada de cara feia e bem devagar
pensei várias vezes em abandonar a mala
no chão e desaparecer... mas algo educado em mim prevaleceu.
Uma hora não aguentei minha indignação e perguntei
( o que tem nesta mala que está tão pesada...
" Papeis, só tem papel... tudo que escrevi desde que eu tinha 12 anos de idade...
nunca consegui publicar nada... assim para eu não esquecer meus
próprios pensamentos passados, coloquei tudo nesta mala...
- escrito a mão- é claro... e levo para todo lugar que eu for...
tenho 82 anos de idade e sempre a carreguei... porem
cada dia que passa, ela fica mais pesada"
Chegou o ponto de taxi joguei a mala no chão com raiva
de mim mesma por que sou às vezes tão burra!!!!
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