quinta-feira, 17 de abril de 2025

a pequena Layla - uma personagem ainda do futuro

 Esqueci-me o óbvio. Apresentei minha personagem infantil

sem dar-lhe um nome:
Falei de sua beleza, assim imaginariamente,
de modo que venho a saber com certeza,
que todos a conhecem, simplesmente.

Vamos chamá-la de Layla
como se fosse um silêncio a céu aberto,
ou um antigo livro estelar,
escrito simplestimento com riscos
de hidrogênio incandescente,
convidativamente aberto, aos povos
qualquer tipo de gente...
quem sabe também a outras formas
de vidas diferentes.

Layla é então aquela pureza,
e aqueles olhos que a gente jamais esquece...
não importa quantas palavras ela nos diga,
quantas palavras ouvimos dela,
tudo nela permanece.

E como Layla veio a ser criada ou apresentada...
Muitas coisas da vida vem do mar,
talvez todas, não me lembro bem
de poder apontá-las...

As tormentas do mar, na ausência da lua,
em meio a todas as formas de sonhos,
trouxeram um imenso caos no sono daquele povo.

Ali, bem ali, longe da maioria absoluta,
Layla, sempre infantil, jamais ficou adulta,
presenciava toda forma de dor e de pranto,
de todos, águas limpidas e lodo... era um espanto.

Ninguém sabe o motivo real mas o mar enfureceu:
não era desamor... apenas deu alguns passos,
no espaço que era seu e causou horror!

Havia por lá humanos e Deuses,
crentes e ateus, pecadores e inocentes,
havia crianças que dormiam, pessoas que sonhavam,
pesadelos errantes e maldosos,

O mar avançou, porque seguia
por mais que fossem fortes sãos braços,
seus abraços a água não continha.

Eles se ajudavam, se julgavam, pasmos,
da sorte que tinham de poder transitar
entre os que mais sofriam.

Layla estava por la... sua poderosa mãe,
estava viva, poderosa,simplesmente
PORQUE PODIA ESTAR VIVA.
e mais que isto conseguia pensar em ajudar.

Aos eternos olhares infantis de Layla, sua
mãe era muito poderosa... transitava por
lá, meio às lágrimas, meio a coragem,
de assumir que não estava morta,
que não conseguia morrer,
que continuava a ouvir suspiros e lamentos,
tristezas e orações, mesmo sem nenhum fundamento.

Mas naquele instante, onde todos precisavam de ajuda,
a PODEROSA MÃE carregava Layla eternamente infantil,
em seus braços, era filha, muitissimo amada,
adorada, daquela senhora, filha única,
filha de sangue, filha de um grande e eterno amor,
de um amor fundamental que rasga a carne,
em dores, para semear a vida.
E Layla era o coração daquela corajosa senhora.
sempre atada ao seu peito, ao seu abraço.

A corajosa senhora sabia que se deixasse Layla,
jamais a reencontraria... mas se não a deixasse,
ajudar, não poderia.

Com a pequena e adorada Layla nos braços,
a poderosa Senhora, chamou alguém,
que no meio das dores e do sofrimento,
transitava também... procurando, filhos,
parentes, amigos, ou ajudando simplesmente.

Olhou para Layla e disse ADEus!
Dalva, a mulher negra que ouviu o chamado
se aproximou... quem sabe alguém seu por ali
estivesse...resgatado daquela noite de tragedia.

A poderos Senhora disse á Negra, preciso de tua ajuda,
tome Layla nos braços e a entregue á primeira pessoa
boa e justa que encontrares...
quase tudo por ali era escombro
mas a negra tinha muito fortes ombros.
Abraçou Layla e a Poderosa senhora
caminhou para o mar nem pode ver se Layla chorou...

Os dias de sol acabam chegando
aos corações, e mesmo que recusados,
brilham e abraçam tudo...
vão aquecendo aos poucos o caminho
de cada um,
uma curva, outra curva,
um mar de coisas turvas
afastam da memória,
por algum tempo, por muito tempo e até para
sempre algumas comoventes histórias...

Assim Layla foi dada,
A uma bela senhora que a recebeu com as duas mãos
apontadas para o céu,
que a recriou em seu nobre e belo
castelo, que nada mais que o seu próprio coração,

E a belíssima Layla lança
seus olhares, com muita abundância
para todos os lugares, lares,
pessoas... e nos seus olhos
a promessa eterna: nunca deixara
de ser criança,
nem de atar-se ao coração
de uma pessoa justa
nem de fortalecer toda e qualquer esperança
que pelo mundo anda.


Layla - pequena e singela homenagem - Maria Melo.

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