No universo do tempo
não se faz incursões.
São secretos os adventos.
Nada sopra no ouvido
nem mesmo o vento.
Nem os dias os espera.
Diferentemente do universo cosmico
onde abunda luas e sóis
cores e laços de luzes,
inundados de sonhos,
dos bichos da terra.
O universo do tempo abraça
e amassa a realidade apenas
não permite o voo, o desenlace
da pobre alma que sonha
O monólogo rude sobre
todas as vidas
cai feito chuva na descida das nuvens.
Todas suas pontes e porteiras estão fechadas
lacradas suas fronteiras
nem os rios e suas águas vão la.
O tempo se queda nos olhos dos velhos
debruça sobre suas faces.
Sobre os ombros pesa.
Não como sombra leve,
mas como fria neve.
O tempo transforma
o alarde e a algazarra da
vida em silencio
o riso que vem no vento também se cala.
Minha alma quase gemea,
entra na sala, senta ao meu lado.
Falamos sobre a eternidade.
Também sobre as coisas efemeras,
Falamos sobre o que ela mais tem,
seu tempo de passageira.
Me esmero no meu exagero,
mas a vida vale todas as tacadas,
inclusive as perdidas.
E hoje de manha uma lua minguada
esfarrapada e sem luar
andou comigo pela estrada.
Meus pés descalços, atravessou o riacho
preciso aprender alguma coisa
sobre o outro lado.
Vou longe, sem pressa
enquanto olho a lua pálida mergulhada
numa manha clara de profundo azul
não sei dizer porque ela me segue.
Vou saber quando anoitecer
como sempre acontece
o por que da lua tonta que me segue
Quando a noite tece o veu da escuridão
e ainda não sei voltar pra casa.
Rezo aos meus pés que me levem.
Também rezo a lua borboleta
que abra suas asas de luzes
e a tudo clareia.
e seu silencio que me guie a qualquer
jardim com indicios de primavera
onde eu possa pisar o mesmo chão
que pisam os teus pés nesta terra.
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