sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Pessoa visitante, pessoa visitada parte II

Com dia e hora marcada
com o sol e a lua contada
a visitante deve regressar.

Até lá muitas chuvas de saudades,
nuvens de tristezas,
primaveras de esperanças

até lá poemas aflitos,
cairão sobre o papel,
sem nunca ser lidos,

até lá envelhecerão as margaridas,
e as estrelas sumirão do céu,
os rios virarão lagos,
pois não terão onde ir!

até lá as crianças crescem,
os filhotes voam dos ninhos,
as aranhas farão teias,
por todo o nosso caminho.

Até lá, quando a pessoa visitante
puder regressar,
a paisagem se renova muitas vezes,
o azul fica negro,
o vinho mais quente e vermelho,
encontra outra uva,
outro prazer,

Até lá os pássaros
permanecerão mudos e alados,
suas penas, são penas,
penas de lágrimas... apenas.

O gato dorme no meio das borboletas,
e o voo delas cansa seus olhos,
O gato dorme. Não tem pressa,
Nada o apressa, nada vem antes ou depois da hora.

Por ali se vão todas as coisas,
o visitante e o visitado,
cair feito patos na lagoa
das paredes fechadas.

Paredes carnais, suaves,
mórbidas, criadas para laçar,
para domar... visitante e visitado,
na trama simples e única
de mais uma paixão.

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