A montanha é uma parte abusada que fugiu do mar
e suas criaturas são mutantes e sonâmbulas,
enquanto isso o mar as observa
as vigia e as alcança atraves de suas ondas
ás vezes, severas, às vezes lânguidas.
Sim creio eu que isto seja o pecado grave,
todo desencontro nasce da infidelidade da alma gêmea
que no desespero da monotonia da eternidade,
deseja e cultiva a morte.
O amor mortal sustenta a diversidade de todos os sonhos
e a loucura que o mundo pode nos proporcionar.
Se Poseidon vivesse na Grécia seria príncipe
filho de Zeus, herdeiro direto do Olimpos.
Se fosse Egipcio, seria mais que isso,
Faraó, senhor da vida e da morte de seus servos,
e seus príncipes.
Se poseidon fosse romano sería pai dos cézares.
Assim Pipa o vê, uma criatura semi peixe,
semi homem, que carrega consigo ainda o estigma do mar
fera intrínseca, lobisomem sem solução.
Ser dono de Rio é ser além das expectativas de posse dos homens,
porque os rios fogem,
em toda sua natureza o rio foge, o rio abandona a trajetória humana.
Mas Poseidon o retem o mantem através de Pipa,
agora sua mais rescente proprietária, o Rio se
tornará símbolo de vitória da mais estranha batalha.
E o que o Rio tem em comum com a alma gêmea...
O Rio é uma parte do mar que seguiu a natureza dos seres,
atraves de suas aventuras sobre a terra seca
e que esta parte mesmo a mais íntima da carne
humana conhece todos os seus segredos,
tem parceria com a criação e manutenção da vida
de todas suas exóticas criaturas.
O rio sabe todos os passos de cada par de pés,
inclusive os pés perdidos, as estradas erradas,
deixadas como herança
para sofrimento e dor.
O rio sabe de todos os precipicios e desfiladeiros,
que descamba o homem em seus
sonhos e pesadelos em busca
de emoção e aventura.
O rio vê suas construções e metamorfoses
atraves dos séculos de glorias e derrotas
que ele cultiva com prazer sobre a terra.
A água que voa pelos vendaveis noturnos
abre seus olhos de relâmpagos
furtados raios da luz do sol e clareia as almas
simplesmente suas filhas escravas,
para que possam encontrar suas respostas.
Se Pipa for alma gêmea de Poseidon
será ela tão estranha quanto ele,
E o mestre tempo, em toda sua eternidade de doação
infinita dará isto ao mundo como presente
devido e reivindicado!
Devido a quem... a todos... a alguns... a poucos... a muitos.
Há tantas formas de amor e de amar
e pipa sabe disto que todos os amores,
são apenas amores,
e todas as almas são apenas amantes e amadas,
e suas histórias ficam
não apenas escritas em livros ou tabuleiros de pedras,
fica escrita também no verso único da matéria.
Assim Pipa segue Poseidon
rabiscando a esmo sua loucura pelos muros,
escrevendo textos sem ditadura
espiando suas oferendas ás obscuras.
Poseidon parece completo na sua tristeza,
nem ama mulheres humanas ou divinas princesas,
não procura sereias, peixas
cheias de volúpias e destrezas.
Pipa tem quase certeza:
Poseidon é a carta sobre a mesa.
O velho folha o cientista Máscara que o mascarou
simplesmente, deixou ainda sua história
mais oculta e mais intrigante,
que qualquer outra de antigamente.
Agora neste instante Pipa tem apenas o rio,
o rio que conhece a história,
o rio que viu os passos,
o rio que escreveu os fracassos,
que contou e comemerou as glorias.
Pra ela Pipa o Rio é um Livro Perfeito
de todas as almas do mundo,
inclusive as almas gêmeas,
cabe a ela lê-lo e traduzir, simplesmente.
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