sexta-feira, 23 de abril de 2010
Oração
Peço-lhe que aumente o meu dia,
enquanto eu vivo.
Que fomente minha noite
enquanto sonho,
que alargue a estrada enquanto me declino,
que badale meu sino,
mesmo descrente e tristonho.
Tudo que faço,
que digo,
ainda que faça repetidamente
todos os dias
pelo resto da vida
é pouco, diante do que sinto,
da beleza do amor
mesmo que seja a beleza,
dor.
Que serve e é servido, aleatorio e
obrigatoriamente a todos,
Com um riso sem jeito, numa bandeja
sobre a qualquer mesa,
com ou sem poesia
em todas as festas e frestas de qualquer dia.
Um verso: Uma rima
para um morador íntimo,
enclausurado no coração que
sopra vendavais de sentimentos.
Agita e movimenta a alma,
cria nuvens de chuva sobre o deserto do tempo
e a velha roseira que era só espinheira,
desabrocha
em rósea finas pétalas de luz
a primeira primavera deste século.
Perdoa-me este amor anacronico e anacósmico
impreciso na vida, mórbido e ilógico.
Despido de vaidade e deidade que
usa palavras simples para
simplesmente acariciar o impossível,
e todas as suas possibilidades.
Mas se Shakespeare amanhecesse ao meu lado,
com sua caneta sincera e seus dedos ageis,
sua mão em seta traçaria riscos e rabiscos
sobre outra triste tragédia.
Shakespeare dorme enquanto isto boas
risadas e grandes comédias circundam
a casa do coração.
Não há nada de Shakespeare em mim:
Só sua eterna dose de veneno mortal.
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