sexta-feira, 15 de julho de 2011

Modo poeticamente correto

Vamos nos amar
 Sim eu aceito
tenho os teus olhos de lua no meu céu
e bebo tuas palavras, tuas linhas,
teus versos, sentenças... e oração
com toda sede do meu corpo
e fome do coração.


e teus cabelos se debruçam
sobre os meus...
são cabelos de nuvens...
cabelos azuis
nossos cabelos juntos...
soprados pelo vento,
em uníssonas cordas de um violino
cancionando
o abandono do tempo

Sim vamos nos amar

do modo poeticamente correto
tu sentas na tua cadeira:
declamas o teu verso,
te ouço por inteiro
não toco numa só pétala
do teu frágil universo...

vamos nos amar
antes que a distância acabe e
numa nave única  nos flagele e nos
leve para sempre daqui....

Sim vamos nos amar
enquanto vou derrubando todas as portas do mundo,
só para ficar do lado de fora da tua,
e tu fechado... a tremular...

deste modo bruto, abrupto
onde teu coração mora infinitamente longe
e  o meu mora infinitamente perto,
e entre eles o abismo de um simples sol
a estender deserto.

e de onde estás
   não enxergas, de onde estou não enxergo
que este amor é uma lenda
inventada para povoar
de sonhos a infinita tenda viva
que carrego.

Vou te amar do modo  poeticamente correto

... mas fique onde estás
porque és o sol do meu céu,
eu apenas teu flagelado poeta.

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coração

  Quem bate... Uma voz  lá dentro responde: é o coração!