Na frente do bosque
os olhos fixos no arame da cerca,
as árvores cresciam em paz e os pássaros não
se sentiam preso às presas.
Olhava as árvores, as pequenas:
Cansava-se de olhar para cima.
Viu um rosto entre as folhagens, de perfil
Uma pessoa estudando a vida selvagem
alí deveria haver um rio.
Porque o caminho ainda era meio úmido e frio
talvez até molhado de orvalho e lágrimas
como costuma ser o leito das águas
secos por causa de algum desvio.
Pelo rosto poderia ser uma mulher,
parecia Jovem, bonita mas era meio verde.
Talvez estas pessoas mascaradas por temer
o seio da floresta.
Instante depois a pessoa deslizou mais
e ficou de frente para o observador.
Poderia ser um homem. Se fosse homem
ou mulher... não saberia. Não viu o sexo
nem mesmo os braços, pernas e pés.
Tudo estava muito envolto pela floresta
coberto de ramos cipós caules verdes
Começou a nascer folhas pequenas pela cabeça dela
e foram crescendo cipóes e cobrindo cada vez mais
seus cabelos e faces e olhos...
então ela saiu junto da estrada e começou a se mostrar
Não se vê mais a pessoa apenas uma árvore,
com braços e pernas e todo o corpo coberto de folhagens.
Assim uma árvore só na beira da pequena estrada
começa a dançar... Não sei se dança ou se o vento a balança...
em um silêncio que jamais os ouvidos alcançam...
Se mostra sua boca exposta, não sua voz,
seu corpo todo coberto de casca e nós..
e suas folhas verdes espessas,
estômatos aos raios do sol.
Dança se cortocendo miudas pontas
suas folhinhas santas, suas sementes por vir.
suas flores que se dará ou não o pão de sua raiz.
Até assim a árvore ainda parada, enraizada
presa apenas levada pelo vento.
No êxtase, não mais que extase do solo se desprende
e começa a correr pela floresta,
as árvores maiores seguram seus galhos, rentes,
parece haver sobre o chão um rodopio diferente.
E a pequena árvore
vai abraçando todas as outras, estendendo os braços galhos,
sobre os troncos, tocos e folhas e frutos e flores
que farfalham enquanto ela corre e passa.
A árvore murmura e o vento sinfonia suave
os frutos maduros se curvam as flores voam pelos ares.
cobrem os caminhos por onde quer que esta
árvore passa.
(continua depois)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
A semente
vou caminhando para meu sonho. Vivo lá tudo que me proponho. súbito, mais que de repente, chego num dia de sol, que se abre inteirament...
-
A minhoca não arreda o pé da terra bailarina clássica, de música inaudível entranhada na sua alma de puro barro. Dança, salta, não tira o...
Nenhum comentário:
Postar um comentário