quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"Juro que te amo"

Disse 301 vezes por escrito,
durante o dia e a noite.
Não dormiu esperando o telefone tocar.
Não tocou. Amanheceu.

Passou a semana toda,
nem uma palavra rota
Parece que não se existe.
Fica-se triste.

O pensamento quer se apagar
mas vem o vento atiçar...
e aquela coisa imortal começa a fervilhar,
brilhar, aquecer, fumaçar, e por
por fim o fogo cresce labaredas afora.

Nada se pode fazer
é o trem do amor rasgando o coração e
apitando, raspando o duro trilho
no mesmo eterno estribilho
do te amo, estou ainda te amando.

Vem a revolta, põe o sapato velho,
bate a porta, chuta o portão,
deixa tudo no maior abandono...
faz cara feia para o cachorro...e
Não se sabe por que quando se trata
de amor o cão ri do dono.

E vai lá na casa, chama feito louco,
ri de feliz de bobo, o coração dispara
ainda mais um pouco.
A paixão demora, enrola e não vem...
quando vem passos lentos e certos,
que tem no peito um deserto,
que nada, nada daquilo é certo...
e nem dará certo,
porque é um verso mudo que sobre
nada versa... e tudo.


E faz um favor pede com toda
educação: Deixa em paz meu coração.
A paixão está ocupada, apressada
para ir embora e mais nada.


Fecha porta, o amor fica lá fora,
numa estranha gaiola,
que feio vê-lo assim,
tão preso, tão cruelmente desfeito,
com o coração tão grande,
esmagado dentro do peito.




Um último riso pelo vão do tempo:
Não és tu que mora em ti mesmo,
tu és outro, tão longe, tão leso,
que vive fora do próprio alento.






Nenhum comentário:

Postar um comentário

coração

  Quem bate... Uma voz  lá dentro responde: é o coração!