sexta-feira, 19 de agosto de 2011

pisei na pedrinha




Meu olhar caiu no chão:
tão veloz quanto meus olhos,
meu sapato passo pisou abrupto
de súblito na pedrinha entre nós...

A pedrinha não rolou.
Parei... Ai meu pé, que dor...
Papai olhou para o ceu:
Que foi... vamos logo, ande!
Mamãe suspirou... parou adiante e esperou.

Cruzei meus braços,
fiz cara , fiz boca, fiz olhos  de louca,
meu pé, ai como dó!

Papai para um lado,
mamãe para o outro...
Mamãe tem um lenço na sua bolsa...
Tem sim... está aqui...

Vou tirar meu sapato e forra-lo
com um lenço, um laço...

Me deu o lenço e olhou para o lado,
papai suspirava apressado.

Sentei-me no chão sem tirar
o  pé do lugar:
certifiquei-me que não estavam a espiar.
depois tirei o pé do sapato,
sem tirar o sapato do lugar,

Com cuidado peguei o papel
e tirei o sapato do lugar,
fiz uma bolinha branca
de lenço e de
de pedrinha de  brilhante
A pedrinha brilhava
feito  olhos de um bicho grande,
pedrinha será brilhante,
diamante...
Não quero filosofar...
Peguei o papel, embrulhei a pedrinha
e a enfiei na concha do pé...
depois  coloquei o sapato
Manquei um pouco e
Chamei papai e mamãe,
para caminhar mais devagar

A pedrinha tem seu valor,
sem ser paranormal,
pisei na pedrinha
que não rolou...
a pedrinha filosofal.

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  Quem bate... Uma voz  lá dentro responde: é o coração!