quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Enquanto isto cumpade

... Pego meu balaio vazio
um punhado de vela branca e outras coloridas
uma pá cortadeira e uma máquina
adivinhadora de encontrar dinheiro,
em forma de  torrão de ouro...

Sobe a serra a  apontadeira
da máquina adivinhadeira...
depois do morro, no vale do pinheiro,
há um pé de ouro, entre os esteios
de uma tapera veia,
de um antigo veio fazendeiro...


Chama-se o veio ao lampião,
no meio de noite, o açoite do sonho
bate a porta o aventureiro...
com sua máquina, o bisonho.

Dentro da sua casa, tem um tesouro
deixado por indios, ladrãos, ou santo padres,
o senhor permite que se escave,
que se cave até o ouro brilhar...

Metade de tudo o senhor vai ganhar.
E a tapera se reforma
com chapas de maderite e fórmica


o veio do sonho, o bisonho, a pá começa cavar.
E de repente surge no meio das velas
uma enorme lingua de água
que lambe e chupa e engole as chamas
labaredas de fogo no meio da lama....

Um buraco enorme na casa do veio...
cheio de água .... alagou, alagou!


Ai amanhã que magoa
o ouro chorou!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A semente

 vou caminhando  para meu sonho. Vivo lá  tudo que me proponho.  súbito, mais que de repente, chego num dia de sol, que se abre  inteirament...