sexta-feira, 8 de agosto de 2025

longe ou perto

 O coração bate,

longe ou perto, dispara, como arma

no deserto.

o coração sonha, a lua dorme

a estrela distante, acorda.


A lua mansa avança

madrugada adentro.

descansa no colo do tempo.


Os dias são finitos, as horas são findas,

e  leva os minutos ainda.

Em outros horas, por fim, findam também

os segundos do meu mundo.

Tudo se vai passando


O relógio marca um tempo 

que de verdade não existe,

o tempo de amor de sonho,

que não se vive.

O relogio tem cordas vocais em aço,

e cantam dentro do peito

numa jaula que não pode ser rompida.


O coração, seu pássaro ferido,

voa para um lugar desconhecido,

e o relogio se guardará no

tempo desta lida.

que nunca terá uma saida.

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