sábado, 3 de julho de 2010

A vida de uma vivente

Viver é uma fábula. Me contaram antes mesmo do amanhecer. Eu sonhava com um piano ( que nunca tinha visto até meus vinte anos)
Queria ter a mão comprida e magra. Os dedos longos e ageis, como os dedos de Elaine!
Ouvia na radio alvorada de Londrina a sinfonia número 40 todos os dias,
até que acabasse a pilha... e então esperaria uma eternidade,
para usar outra vez o rádio.

E até hoje, eu e  o piano, com certeza, nos amamos muito.
Apenas nos olhamos, olhamos juntos.
mas sempre nos olhos.

Considerando a trajetória, dos passos e da estrada,
Sou muito grande felizarda!
Posso desfrutar de um requinte de emoções
que talvez faltou até mesmo para grandes artistas.

Os tempos modernos extremos e opostos dos tempos antigos
me permite estar perto, muito próximo
das pessoas e de tal maneira
interagir tão profunda e diversamente,
que nunca outro artista igual o fez
por mais famoso e amado que tenha sido ou que seja.

E este é  o momento de proximidade
que desejei conquistar, de todos os bens o mais valioso pra mim.
Bem  este que me vem de mãos em mãos,
por inimagináveis rotas, de tão distantes e sonhados mundos
oferecer-me sempre um pouco mais
daquilo que lhes pertence...a generosidade.
 




Nenhum comentário:

Postar um comentário

coração

  Quem bate... Uma voz  lá dentro responde: é o coração!