terça-feira, 7 de agosto de 2012

A cidade

... É bela,
assim como a fera.
Do seio dela
o mel e o fel
da mesma primavera...

espaço sagrado.
Cemitério da natureza,
onde o bicho é ralado
com selvagem sutileza...

nenhuma síntese matemática,
de dois e dois são apenas quatro.
o quadro da má temática...
rabiscado sem sabedoria de Einstein.

racionar e racionalizar
o sagrado espaço,
onde pisa o homem, seu terraço,
a vida ferida em todo
se dá ao fracasso.

e nem culpa, nem culpado,
por qualquer um se passa...
racionalizar o sagrado espaço...

o milagre da pedra
que se multiplica pelas mãos humanas...
subir as escadas do ar,
ascender outros planos.

racionar o sagrado espaço humano...
porque nele agora há
outras vidas em desengano.

Nunca ninguém pensou sobre isto:
A terra é tão grande, e este espaço infinito,
parece caber toda natureza humana
e ainda sobrar, sobrar e sobrar...

para se vender em longos, eternos anos.

porque espalhar tanta feiura sobre o chão,
deixa que brotem as árvores,
floresçam frutos e sementes,
flores em cachos, frutos em pencas...

dá para a horta, o pomar,
os pássaros, borboletas e abelhas,
os mesmo chão, novamente compartilhar.

Porque se a cidade continua  alastrar-se
a natureza e toda sua constituição
começa a encolher...  encolher...
e só tem o homem para disso se responsabilizar.

O rio e sua caravena
que vive a nadar...
é o primeiro a nada se tornar...

A cidade é o carrasco do rio...
fica sujo deserto e frio
por fim morre cheio de lixo...
de vida, vazio.

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