quinta-feira, 11 de julho de 2013

Minha casa...

É de barro amassado,
areia, pedra moida e água.
como tantas outras casas...

Deito, durmo e sonho.
às vezes, cultivo mágoa...
como tantos outros.

Levanto tarde... o sol arde.
me lavo, alvo...
da saudade.

minha armadura de lata
minha chispa de borracha...
me parto me vou
feito raio de prata.

Trabalho e trabalho...

No fim do mês.
Salário. Baralho!
Embaralho...

Gasto tudo
pago o que já vivi.
Do futuro não sei. Não vi.

Previno sempre a mim mesma!

Não viverei apenas o que pagas!

vou virar a mesa, no centro da sala.
despendurar os quadros...do século passado
que meu coração ainda guarda...

Estou no bar... no bar dos embriagados.
O garçon  me chega
" O copo está vazio. A garrafa está seca"

- Você bebeu, diz-me ele... todo o vinho
da juventude de uma só vez...

- só bebi uma garrafada e estás a me cobrar
mais de seis!

Traga-me a próxima safra...
nem amargo nem doce, talvez cachaça!

Tudo tem preço!
se mereço ou não mereço pago
traga-me a próxima safra!




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coração

  Quem bate... Uma voz  lá dentro responde: é o coração!