quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Reflexões sobre o mal ( menino zeqinha)

Menino zeqinha era muito pequeno,
apoiou as mãoszinhas sobre e mesa
e espichou os olhos pra ver a  xícara:
Depois esticou a mãozinha
e a puxou bem devagar
quando a pegou, a xícara era muito pesada:
Caiu e quebrou.

Zeqinha chorou
lágrimas sentidas especialmente quando sua
mãe veio correndo e disse:
Zeqinha você quebrou a xícara!

Ele sem parar de chorar disse:
Não fui eu, mamãe,
a xícara escorregou e caiu e quebrou sozinha.
Mamãe abraçou zeqinha e falou.
Eu sei querido que não foi você,
mesmo assim foi  difícil consolá-lo.

No íntimo e ate superficialmente zeqinha sabia
que tinha feito algo irreversível.
Por ignorância, inocência,
ainda que fosse por descuido, descaso
ou maldade pura aquele mal estava concluído.

Zeqinha quis consertar...
Mamãe deu uma cola para zeqinha: Cole tudo,
é perigoso mas arrisque.
Ficou olhando, ele colou.
Não virou uma xícara.
Preservou a alça para lembrar o dano.

Depois com o tempo,
se aprimorou o problema, porque acidentes,
voluntários ou não que causam danos, tantos a  si mesmo,
aos outros ou á natureza continuam acontecimento, às bicas

Então zeqinha teve a brilhante ideia de dizer,
Não fui eu, foi ele.
O foi ele tentou reagir e muitas vezes saiu nos tapas
com zeqinha, mas zeqinha não suporta o mal
feito, não suporta admitir que o provoca,
de um modo ou de outro e as consequências parecem
mais leves  para o "foi ele"... especialmente se o "Foi ele" é inocente.


O mal é quase sempre insuportável para a maioria dos seres humanos,
tanto assim que "Foi ele" passou a aguentar todas as acusações,
de todos os zeqinhas do mundo e foi ficando famoso...
E logo logo "O foi ele" passou até ser convocado para assumir
coisas muito grandes e receber beneficios para isto...
Há que se entender que um homem sempre
estende a mão a outro e estarão sempre vinculados
por sua própria natureza, nos pensamentos,
nas palavras e nos  atos... por isso

a  fama de "foi ele"  é indiscutível,
assim como pagá-lo, também.
Um grande e divertido negócio em torno
da quimera da transformação
daquilo que desejaríamos ser eterno.

Zeqinha deve crescer, naturalmente,

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Amor: ele, ela e os livros.

O primeiro encontro foi no salão de beleza:
Ela, uma geral, apesar, de sua beleza não ter alteração.
Ele, cortar os cabelos arrupiados,
as sombrancelhas grossas, a pele, as unhas,
nada ele arrumava.

Quando olhou para ela,
pensou: é meu dia de sorte,
encontrei uma bela mulher,
ela quando olhou para ele pensou:
Que sujeiro esquisito.

Ele cortou os cabelos e foi embora,
Ela ficou o dia inteiro, lá... nem pensou nele.
Ele pensou nela.

Na terça estava de novo no salão,
quero arrumar as unhas, disse ele para a atendente...
Foi várias vezes, gostaria de encontrá-la
novamente.

Se encontrararm de novo,
Ele já estava melhor, ela nem reparou,
Gostava mesmo de revista,
sempre com uma revista nas mãos,
fazia descaso dos olhores dele...

Danado, tinha bem escondido
um lindo par de olhos, mãos grandes, pés enormes,

Bonito mesmo, nem pensar.

Mas ninguém resiste á terapia do salão,
todos falam tudo e de todos.
Eles começaram a se falar, primeiro timidamente,
depois  compulsivamente.

Pra casar, não sei... mas ele tinha um treco profundo
por ela, ela superficial e vazia, quase fria,
também tinha um treco por ele.
Depois de
Muitas vezes no salão,
se arrumaram de todos os jeitos possíveis,
não tinha mais o que fazer,
estavam belos, seus espelhos conferiram antes,

e finalmente ele disse,
bem baixinho, quase para ela não ouvir:
Vamos sair, ir a algum lugar
bem bonito, que a gente goste de ficar sozinhos...

Rapidamente ela ouviu tudo e entendeu...
vamos,sim. Depois silêncio.
Ninguem mais falou nada.

Ele já sabia onde encontrá-la,
era muito simples,
precisavam, não se sabe por que fazer aquilo,
Como se fossem velhos amantes,
separados pelo desconhecimento e desencontro da existência,

Queriam mesmo ficar juntos...
Ele e ela, cada qual com seus motivos pessoais.

Foram... Ele aceso, ela feliz.
Poderia ser para sempre, pensou os dois.
sempre que ele conhecia uma mulher que achava bonita,
pensava isto:
Mas se elas vão ficando, vão ficando feias e veias,
e eu também, vou ficando danado..
Então as deixava ir....


Ela sozinha com ele. Tirou a roupa,
ele também. Ficaram nús, se olharam:
Toda pessoa nua fica diferente...
A luz do corpo de cada um brilhou,
e a sedução veio ao encontro deles,
socorrê-los naquele momento.
Ela deitou na cama,
pegou um livro grande, vermelho,
de capa dura, de muitas páginas
e o colocou acima dos peitos,
segurando-o com as duas mãos e disse,
Venha amor,
vamos começar...

O livro tampava a cara dela.
Ele ficou confuso: Esqueci de te dizer que gosto só assim,
enquanto leio. Pra baixo do livro sou toda tua,
pra cima do livro, eu não estou aqui.

Mas que diabo de mulher é esta pensou ele...
gosta de ler nestas horas... Sim!
gosto... ler e sentir prazer, o que tem de errado com meu gosto...

Mas e eu ... vou ficar sozinho nesta hora...
Sim. Primeiro as mulheres...
É lei... E se me recusar...
Ela tirou o livro da cara e falou:
É problema seu. Não está sendo obrigado.


Ora lia em voz alta,  ora  sussurrava,  ora quase chorava,
parecia um romance.
Ria, e fazia uns sonzinhos muito estranhos para uma leitora...

Ele, coitado fez tudo que quis com ela,
ela leu  foi muitos romances no ouvido dele,
acabaram casados,
 e felizes: ele, ela e os livros.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Minhas preferências

Eu adoro o azul.
O azul é do céu,
onde habita os anjos e Deus.

O azul é das águas do mar,
de alguns olhos, de alguns olhares
que olham nos meus.

Mas que engano,
o azul do amar, não é das águas
é das algas...


- sou louco pelo vermelho,
o vermelho do sangue,
do espirito de todos os bichos,
mas que capricho, que ilusão
o vermelho do sangue
é amálgama do coração.

no calor do fogo o
vermelho tem seus indicios.

Já gosto do negro,
casa da noite, morada das estrelas,
que tudo suga: imagem e imaginação.
O negro é uma verdadeira paixão.

O negro da noite,
o sonho das multidãos,
fragil ao alcance da mão.

Assim... vamos continuar nossa
vida em lida, nossa ilusão sentida.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

lembranças do futuro

Ao cair da tarde,
sua lembrança chega na sala,
como um vento de chuva...

Fecho todas as janelas,
quero-a durante a noite toda.

Esqueço a porta aberta,
vejo seus olhos vagar lentamente
por todas as coisas da casa...

depois  a lembrança corre
(vagarosamente para a varanda)
A sigo e consigo, apesar do cansaço

Sento-me na velha cadeira de balanço,
as mãos sobre os seus braços,
me enlaço um pouco...

Procuro-te,
na luminosidade do escuro e te vejo
arrastando com dificuldade, a outra velha cadeira:
A tua. Permaneço no meu lugar,
Tu vens com a  velha cadeira,
traz-a para muito perto da minha,
e depois tu sentas
pegas minha mão em silêncio.

Não nos lembramos quem  fomos um dia,
nem mesmo quem somos agora,
Não sabemos o nome da cidade, daquele mar,
daquele céu... sabemos que estamos juntos...
olhos nos olhos, por muitos e muitos incontáveis dias.

Na nossa frente o mar,
seu trovejar de alegrias noturnas,
e a lua, a se banhar,
nas espumas, nas brancuras dos sonhos...da gente.

A lua a se banhar,
seus cabelos de nuvens escuras mergulham no mar,
depois surge entre as ondas,
redonda a brilhar,
seus cabelos fios de luz fazem veu,
a lua surge, pouco a pouco
subindo as escadas do céu...

Estamos juntos
o que importa tantas portas,
se seguirmos juntos.

Por um instante me perco
no teu olhar...
e te escondi dentro dos olhos...
a cadeira vazia no canto da varanda,
a lua brilha no mar...

Bem longe lá dentro do mar,
vejo tuas duas brancas e  enormes mãos
a jogar as águas das ondas na lua,
a água redonda brilha
tua sombra cintila, sibila,
teu beijo chega na varanda,
me encontra só... esperando, esperando...


ainda estás vivo
na memória do meu futuro.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

memoráveis e comemoráveis lembranças.

Aos 14  minha mente ainda estava entrelaçada
com as árvores, os riachos, e as passaradas,
Ainda dormia com a noite,
com os medos dos fantasmas
que habitavam as mentes e as casas
dos meus perversos contadores de estórias,
que eram menos  perversos do que
os historiadores reais, de hoje.

Mudei para a cidade.
que eu conhecia apenas de rápidos olhares,
quando passava pela calçada

quando ficava doente e ia ao médico.

A cidade, que coisa mais linda, mais bela,
tudo tudo o inimaginável tinha nela.

Precisei de um emprego.
procurei na rua da minha casa e achei uma loja
A loja do Nelson ( onde quer que esteja, meu abraço e  meu beijo)

Me contratou com 15 anos para ser vendedora de seu bazar,
tinha tudo em uns balcões de vidro.

Nelson era paraplégico,
em sua cadeira de rodas, ficava  o dia inteiro ao meu lado,
era bem humorado, raras vezes o vi aflito.
Por duas vezes, conduzi sua cadeira de rodas e ele junto
até sua casa, que ficava bem perto da loja.

Nelson não me entendia... Seu rosto, seus olhos
eram de homem mas seu corpo era muito pequeno. Era de menino.
Ele era bem leve, bem pequenino.
Mas era rescem casado. Estava apaixonado e feliz.
Foi o meu primeiro contato com
um deficiente físico
e eu o olhava sempre atentamente,
furtivamente... e nos tornamos
bons amigos em muito pouco tempo,
ele também era muito jovem.

Pacientemente Nelson  esperou a minha primeira venda:
Era uma mulher que queria comprar uma calcinha...
Abri a vitrine peguei varias cuecas de tamanhos diferentes
e comecei a vender para a mulher...
ela insistiu quero uma calcinha, mocinha...
acho que isto não é calcinha,
enfiando a mão no buraco da cueca...

Eu insisti também, então esta daqui não serve...
e curiosa sobre o tal buraco... ficava examinando a peça...

Mas isto é para homens...disse ela...
Aí me apavorei...
Eu nunca tinha visto uma calcinha e nem  uma cueca
fabricada por fábricas.
Só conhecia estas peças íntimas
através da minha mãe que as costurava para todos nós,
tanto as calcinhas, quanto as cuecas...

Amparei minha ignorância na dela...
que também nunca tinha visto calcinhas e nem cuecas...

Ela ficou em dúvida eu também,
O Nelson interferiu...

As calcinhas que ela quer estão no outro balcão,
As peguei timidamente  e as coloquei  lado a lado
calcinhas e cuecas para compreender a diferença
e disse, ah,   é, estas para homens são furadas,
as para mulher, não são furadas...

A mulher contente da vida, comprou duas
mas antes certificou-se  bem se não eram furadas...
e foi embora, Nelson Riu muito de  mim...

Riu sozinho, meio calado,
estranhando...as minhas deficiências...
assim como eu   também estranhava a dele.

Ah! Este sonho bem que podia virar realidade. .. Certas realidades, bem que poderiam virar sonhos... dos sonhos se acorda!

Sábado,
começo de tarde,
centro da cidade em movimento,
ruas ainda cheias,
pessoas passeavam alheias...

Sábado á tarde ela e suas 3 crianças,
compravam brinquedos, doces e meias,
numa loja qualquer da calçada,

Um dedo para cada mãozinha,
as quatro pessoas, uma adulta e
3 criancinhas iam admiradas pela beleza
das grandezas e das riquezas,
disponíveis aos olhos para elas.

Eu, sábado à tarde, nada para fazer,
sempre um dia chato,
certas horas da vida, é bom estar desocupado.

Vou admirando a beleza
das tres crianças rescem chegadas ao planeta...
divago e vago pelo futuro
para ver como estarão, como   viverão no amanhã...
e nisto percebo uma grande movimentação
na minha frente,
são pessoas, um bolo delas correndo,
falando e gesticulando tudo ao mesmo tempo.

No meio da rua umas  três pessoas uniformizadas,
correndo com armas apontadas para a calçada,
e atrás dela uma multidão a grandes passadas,

Sinto logo que é uma perseguição
então meus olhos veem bem no meio da calçada
correndo em nossa direção,
um homem armado,
corre muito mais que os outros
Está com os olhos bem abertos e grita
sempre algo que não se entende.
Aponta a arma para muitos lados à sua frente,

No momento a sua frnete,
bem na sua frente  está a mulher e suas crianças, todos pegados na mão ums dos outros...
fazendo uma barreira para o tal homem
que vinha na carreira...

Eu, logo atrás da mulher e suas três crianças,
pensei e dar meia volta aos pés e disparar
para o lado oposto...
que era uma péssiva ideia...
Teria o perseguido atrás de mim,
Outra idéia seria fazer um e ângulo de 90 graus
e correr também...
Não era uma boa ideia, pois tinha que cruzar 3 armas de fogo
dos policiais...

Se tivesse coragem,
esperaria por um momento, serenamente
e depois que o perseguido passasse estaria livre,
Mas se ele me visse,
 se visse a mulher e as três crianças...

Teria que passar por elas e por mim também sem nos ver.

Ela imediatamente, puxou suas crianças e os enconstou nas portas
de aço de uma loja fechada...
Paralizada também fiz o mesmo...
Enquanto o homem vinha,
Quando ele se aproximava mais de nós,
pude vê-lo... quem sabe 30 anos,
boa aparecia, roupa bonita, tenis limpo.

Bem cuidado... parecia ser bem nascido e bem instruido.

Com sua arma sempre apontada
e estranhas palavras na boca...

Os policiais diziam sempre a mesma coisa:
Pare! Pare! Paré! e ele corria!, corria e corria!

Cuiado, esté homem não está acordado,
está dormindo, tendo um pesadelo.
Sim, tinha psiquiatra lá... correndo atrás dele também.

O dito homem dormia acordado.
e sonhava, pior que sonhar, ele tinha pesadelos,
pior que ter pesadelos, tinha pesadelos públicos,
e envolvia todos nos seus pesadelos,
psiquiatras, policiais, familiares, amigos,

quando ele sonhava,
ninguém conseguia ficar em paz...
todos tinham que sair correndo,

O homem quase voava,
ficava mais forte, falava outros idiomas,
dançava, cantava,
brigava, era quase um lobisomem

Ninguém podia matá-lo,
mas ninguém podia saber o que ele faria
.... nos próximos passos.

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