sábado, 27 de fevereiro de 2010

Dona Joanita e suas tristes lembranças...

Se queria ir ao um baile travava-se uma guerra:
que horas voltar para casa, ela nunca tinha pressa,
mas eles seus pais... tinham! Sempre que ia ao
baile pensava não mais voltar,
como era boa a noite, a música, um pouco de bebida,
abraços quentes pelo salão,
promessas de homens estranhos, também quentes,
roçando o corpo
e agitando o coração.

Era a melhor coisa de sua  vida, dançar
agarradinho ao coração dele,
ficar nas suas garras, experimentando todo tipo
de sensação indescritível...
que só acontece quando a gente está com quem ama...
e como é facil amar,
nestas propícias condições...


Assim Joanita era capaz de fazer uma guerra mundial
para viver aqueles encantos, pura magia
que a  vida  oferece  gratuitamente aos seus viventes.

E a vida vai ser sempre assim:
Uma boa música, uma dança leve ou agitada
um par de braços, abraços, beijos a rodopiar pelo salão.
depois navegar pelos lindos olhos dele...e então, dormir
com a sensação  de que foi abençoada por Deus.
e que ele é sua religião.

E foi assim que ela conheceu Nitt...
Depois de horas de beijos e dança  ele perguntou seu nome...
Ela disse Joanita... e o seu... ele pensou:
Nitt. Só Nitt... Sim, só este nominho que minha mãe me deu.

Que amor nunca espera mas desespera
arrasta feito vendaval sua quimera.

E Joanita não suportava viver nem mais um minuto sem Nitt.
amor tem lei... a lei do não me devore todo de uma só vez,
 para me consumir aos poucos
e me refazer
e dá medo quando alguém nos ama, sinceramente
sinal que muito de nós vai morrer...
enquanto o amor fala aos ouvidos,
ao coração e devora o corpo e alma,
a gente vai se tornando outra coisa, outra pessoa
totalmente de nós mesmos, conhecida.

Assim começou com ardência voraz
de dias inteiros, sem tregua, sem paz.

Ele era livre, todo livre, para deixá-la,
mas deixa-la porque se ela era sua.

 Nitt também se  entregou ao amor,
viveu dias de loucura, deixava tudo de lado,
até pagar suas contas só para pensar nela,
na hora de encontra-la, e no sabor daqueles encontros
que nunca saia da boca, nem dos braços, nem do corpo todo,
parecia que a mulher tinha se infiltrado nele,
pela pele, lingua, pernas,  cabelos,
fosse o que fosse era uma dissolução.

As mulheres sempre são seduzidas.
Não importa o que fazem: um simples olhar dos mais
discretos, dos mais tímidos, dos
mais furtivos as tornam cativas, presas, faceis,
impossíveis até de suportar.

E prometem para sempre... elas sabem que é para sempre
aquela sedução, aquele olhar,
que  pode parecer de cão, de gato, de lobo,
de qualquer bicho...
aquilo vira um pesado feitiço
uma trama, um drama, uma psicose, uma paranoia,
persegue na rua, na cara de cada um,
persegue nos sonhos... faz delirar a noite inteira,
na mesa do café, o nome dele aparece
escrito em toda parede, muro, guardanapo de hotel,
nas bandas, nos assentos dos aviões,
na capoeira de rua...

Enfim assim prossegue a demanda da natureza,
dona Joanita se desespera ao máximo,
Nitt é um peixe do mar,
e como tal duro de segurar nas mãos...

Destino: juntar os braços, as pernas, os caminhos,
os abraços, os olhos e olhar para o mesmo lado.
E  por muito tempo foi assim...
Diria que a morte é cruel
não respeita os amores eternos,
e muito mais cruel é o céu
que separa para sempre o homem do seu inferno.

Nitt não era mais ele mesmo,
tinha se corrompido, por qualquer coisa que ela fizesse, um simples beijo.
Tudo que era dele ela tomou posse...
Fez de sua vida um brinquedo
e Nitt viu que havia muitos brinquedos no mundo,

Por isso desejou a morte,
dela  Joanita ela sabia que não escapava,

Mas se morresse... quem sabe,
outra vida, outra realidade,
aquela mulher não aparecesse
mais... para transformar seus dias de liberdade,
em cativeiro...

Nem era escravidão... porque escravos
podem ser livres... mas do amor, ninguém jamais se liberta.

E ele de fato, morreu! Ela ficou sozinha!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A autora agradece...

Agradecimento especial a todos os  meus amigos e leitores
de qualquer parte do planeta.
Apesar da distância,
da barreira do idioma,
e de tantas outras aparentes desigualdades,


perto ou longe, amizade
é sempre uma pérola, arduamente garimpada.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Passo (velho Deus)


No meu passo
e deixo meu presente,
o presente de mim
sou eu
esta riqueza que me envolve,
A terra,
minha fábrica de sonhos,
O sol, a minha luz,
que faz visível,
o meu espelho,
a minha alma,
tão presente e tão distante.

Passo mesmo, sem engano,
ainda que sem ciência,
ou religião,
ou qualquer coisa iminente,
me convenço
sou eu, entre tantas
possibilidades, ainda sou
a cavalgar pela cidade.

Meu velho Deus
a alvura de tua figura
ainda confunde crentes e ateus...

No entanto passas simplesmente
pelos mesmos velhos caminhos
que passam todos os filhos teus.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Rua do poema amassado

chácara da Dedé.

Compra um poema: 1 real. - Não!
Ele enfiava a folha na cara do transeunte,
que se defendia a braçadas..

Moça bonita, compra um poema... - Não, agradeço.
Pelo menos é educada.
Vendo por 2 reais. são meus.
Não quero, desviou o olhar, ele insistiu. Ela mudou de lado.

Senhora, compra um poema... - Não!
Ele a insultou. A senhora não gosta de poesia...
Só gosta de loja,
Não me enoja. Pra senhora cada poema é 10 reais.

Vá comer batata frita que pelo menos, engorda.
Ler faz mal ao cérebro, deixa ocioso
e pretencioso.

Compra um poema, dona, pelo amor do seu dinheiro!

Quanto é... pra senhora 5 reais...
Que barato, compro 2 de uma só vez.
-Vou ler para a senhora escolher.
-De jeito nenhum, quero qualquer um.

A senhora já conhece meus poemas,
seus poemas não, mas o senhor, sim.
Todo dia na rua, vendendo poema.

De onde tira tudo isto,
obá, é uma entrevista...
Sou eu mesmo quem os faço.
-Nossa que gênio.

Ela deu o dinheiro ela pegou duas folhas para ela.
A senhora vai ler...
Não... preciso aliviar minha consciência.
Pegou as folhas e saiu apressada.
Ele a seguiu com os olhos e os passos lentos e desanimados.

No primeiro balde de lixo...
Ela amassou as folhas, separadamente
com uma certa  malignidade - sabia que ele estava olhando, às ocultas.
e jogou no lixo.

-Meu poema será maldoso ou ruim...
O dinheiro dela ainda é pior.
Vou comprar dois litros de pinga
e derramar no cérebro ( no meu).

Foi ao bar, seu santuário, mesa de graça
para o pingado... roubava o papel e as canetas,
mas sempre escrevia... nunca ninguém leio.
Os baldes de lixo daquela rua
viviam cheio de seus poemas.

De que adianta cultivar as palavras mais bonitas
e mais suaves, aquelas que enganam e seduzem
e criar aqui neste território, um poemário....

Cultivam cana e tabaco e gosto, gosto demais.
Viver é uma fábula, se alguem contar que viveu
ninguém acredita.

Continuava ele vendendo seu poema...
agora, bêbado, era um horror!
Todos desviavam e mudavam de lado.

O tempo passou ele foi ficando velho,
vivia dos poemas. Ou talvez das folhas em branco
que tantas vezes, vendeu
enganado e enganando...
Já era muito famoso,
conhecido de longe, pelo cheiro da cana.

No mínimo, a vida tem duas caras:
às vezes, uma é boazinha, a outra...! Isto é o mínimo
quase sempre a vida é muito rica
em armadinhas e  maliciosaas pegadinhas!

Parte II - O gari
que garilimpava aquela rua ( não garimpava)
com sua vassoura extremamente evoluida
e suas luvas à prova de contaminação,
passou a recolher aquelas bolotas de papel amassado.

Por sorte, o gari era um cara culto.
Leio, em casa, cansado,
Ele ganha pouco, quase não compra livros,
passou a esperar com certa ansiedade
a hora do trabalho
catar os poemas do vendedor maluco.

E foi ajuntando, empilhando, na caixa velha
do velho sapato... na outra caixa , o gari
guardava seu dinheiro...!

E quando mais tempo o vendedor de poema vivesse
mais o gari tinha trabalho e esperança.
Até passou a vigiá-lo pelas ruas,
enquanto trabalhava e algumas vezes,
ele próprio lhe comprou poemas.

A vida de ambos passou logo.
O velho  poeta apareceu morto na calçada,
de tanto beber, de tanto escrever,
de um abandono absolutamente inconcebível.
Removeram-lhe o corpo e o espírito.

E teve uma frase final do seu público:
-Vivia pelas ruas desde que eu era criança,
nunca vi ele fazer mal a ninguém...
também nunca li seus poemas...!

O gari aposentado juntou seu dinheiro por longos anos,
fez planos e até milagres: Agora estava se sentindo rico.
sua caixa de sapato tava cheia,
de poesia e de dinheiro.
E o pobre poeta tava morto,
duas razõe boas razões:
Ele morreu. Sofria muito, não sei de que dor...!
provavelmente, de todas as dores mundanas e eternas.
Está de repouso. Espero que o céu lhe seja melhor.

O gari escolheu aquela rua e aquele buteco
onde o bêbado poeta enchia a cara,
O dono desanimado tinha perdido seu melhor freguês...

Eu compro seu bar...disse o gari..
É, pode comprar, mas saiba que não temos
mais bêbados como antigamente,
não vai lucrar grande coisa.

O gari comprou. Fechou o buteco.
e trabalhou não sei quanto tempo, lá dentro.
Reformou, pintou, alisou,  por dentro e por fora,

O buteco já era famoso, apesar de ser falido.
Agora todo mundo via que alguma coisa diferente estava acontecendo.

Que será que vai ser ali...

Começaram a pintar lá fora:

CAFÉ COM POEMA!

Abriu finalmente às portas num sábado:
cadeiras limpas e confortáveis, paredes bonitas e intrigantes.
livrinhos em minúsculas prateleiras, por toda parte.

Num lado: Poemaria!
Aqui você entra sem nada e sai com um poema!
Não qualquer poema, mas o poema
amassado e jogado fora. Agora...
faz parte da história.

Compra um poema. Beba com café, coma
com pão de queijo, e beijo de amor
 seja feliz.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

De onde vem as músicas... Maria Melo


Há música em toda parte do planeta ou do universo.
povoam os ares, as mentes, os sonhos...
Segundo alguns grandes músicos,
é só escolher as mais bonitas e  pronto!


De onde vem minha música... minha melodia,
estas que estão publicadas, prioritariamente na internet,
e outras que ainda estão nos papeis...

Aqui vale muito lembrar que é preciso despojar-se
do conceito atual de música... como fama, grana, tecnologia,
todo pessoa produz música,
toda pessoa tem sua própria poesia.


e vem do coração da pessoa. Isto mesmo, duvida...
Ouvir música é como fazer qualquer outra coisa:
conversar, ouvir estórias, ouvir silêncio...

"Esta música vem de você, é portanto sua,
Tenho que ser justa, acima de tudo,
gosto do que é seu... assim como
corpo gosta de corpo, boca de boca,
olhos de olhos, lingua de lingua...
beijo de beijo...
coração de coração,
minha música gosta da sua música.

E confesso que ela se entende completamente
com o seu coração.

Ah! Que estranho, nem o conheço bem...
Sei que chove, sinto a chuva, amo a chuva,
E conheço o poema que corre em suas veias.

Pra mim... não importa, pra quem chove...
importa que chova... importa que as flores cresçam
e nasça a primavera.

Pois não fui eu que inventei de misturar o coração
com os sentimentos e
isto é mais antigo que minha vó!

(Que lembrança gostosa,
Velha Carlota Rosa.
Que felicidade foi compartilhar contigo minha infância.
Tuas velhas e cansadas mãos,
me enfeitar os cabelos de flores,
e tranças... e ouvir no silêncio
das águas do riacho
a canção de ninar
do rio abaixo... que nunca a vida cansou de me cantar.)

E minhas músicas vem e virá do seu coração:
onde quer que ele cante, ouvirei
e quem sabe publicarei,
não deixe seu coração mudo...
cante para mim ou cante para o  mundo.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Redação do texto de Poseidon - Maria Melo - Brasil


Segundo o Senhor Poseidon é de sua propriedade
o rio Tietê, até  então,  pensava-se que o mesmo fosse um Rio Paulista.
É de sua livre espontânea vontade, vendê-lo para sempre,
para a Senhora Dona Pipa,
antiga moradora da Praia de Santos...

Fica acertada a quantia de ( não me foi revelado)
é de vontade de ambos que fique em sigilo este detalhe.
O Rio tem tantos metros de comprimento,
também não sei quantos, tantos metros de área quadrada,
não sei quantos, não me disseram,
mas está incluida a área de enchentes,
todas, inclusive ruas e prédios.

Estão incluídos todos os gramados sujos
e mal cuidados, também qualquer tipo de lixo,
dentro e pelas margens.

Os peixinhos resistentes ou abandonados.
Tartarugas verdes e enrugadas,
quaisquer especies de vidas
que dependam da água para existir.

Assim sem muito o que dizer,
foi feito tudo... Seu Poseidon Assinou
Dona Pipa concordou, o cartorário, também assinou.
Cada qual saiu com um papel
na mão... o Cartório ficou com os melhores papeis...

Que bom negócio tudo que rende dinheiro
costuma ser cultivado com muito apreço.
Com admiração e até um certo êxtase.


O Peixe Poseidon saiu andando com dona Pipa,
ambos tinham um ar maluco
pouco aconselhável nestas épocas...

O que vai fazer com o rio que acabou de comprar...
Vou transforma-lo em muito mais dinheiro,
e vou deixá-lo bem limpo,
bem cheio de vida, bem navegável,
vou deixá-lo, lindo, um verdadeiro show de pipa...

Tenho um projeto secreto para este rio:
Na verdade a salvação da cidade,
e o embelezamento inédito. Único
e altamente rentável.

Seu Poseidon não perguntou mais,
dona Pipa sabe o que faz,
O rio dela.

Despediu-se para sempre de seu rio
beijou as águas, com certo nojo,
e partiu...!

Dona Pipa foi buscar os documentos
do tempo de Cabral, na tal árvore,
que lhe garanta a posse do rio
e o o direito de executar o seu projeto.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Dona Pipa, Posseidon e o Cartorário.



Sentaram os três na mesa do Dono do Registro
Dono do quê... do direito... Direito do quê... de registrar
Registrar o direito de possuir um Rio,
especialmente o Rio Tietê...

Certamente o casal está doido... Não tenho
O senhor tem carta do antigo rei de Portugal,
concedendo-lhe o Rio Tietê,
antes da fundação do nosso Estado...

E onde está tal documento...
Está numa árvore, que fica lá em cima,
donde nascia o rio e vinha cantarolando
pirambeira abaixo.

Nas suas raízes, escondido....São papeis antigos,
Que o antigo rei de Portugal tinha recebido de seus ancestrais,
que por sua vez, tinham recebido de outros mais
antigos ancestrais dos seus ancestrais...
e se o senhor puder saber mais
terá que estudar por si mesmo.

Não posso lavrar tal documento...
O cartorário olha para a pasta,
a rica pasta sobre a mesa,
e pensa que deve ter muita coisa
lá dentro. Deve estar bem cheia!

Posseidon não hesita, abra a gorda mala
e põe pilhas sobre a mesa,
pilhas no cérebro dele que acende
e clareia...

Compreendo, o senhor quer um documento inédito,
nunca fiz antes... claro que não, tenho certeza,

E Dona Pipa  não trouxe nada,
nenhum um centavinho, seu tesouro já está nas águas,
Encheu um grande saco de plástico
(indeteriorável) até a boca amarrada
cheinho de moeda e jogou-o no rio,
que naturalmente afundou na lama
porque ela ainda completou o peso das moedas,
com muitas pedras.

Não eram pedras preciosas,
eram apenas pedras muito antigas,
pra ser sincera, as primeiras pedras
que Deus criou, ainda na sua era.

O dono do cartório pensou: que sejam loucos,
mas que não joquem o dinheiro fora,
deixem aqui... Pegou sua máquina velha,
para datilografar os papeis,
depois destruiria a máquina e tudo mais,
o que importa é guardar o dinheiro.

Redigiu o texto conforme o ditado do peixe.

Peixe Posseidon e a vendedora de Pipa


Sabe o velho peixe Posseidon que queria vender o Rio Tietê...
Pois é ele de novo. Recebeu grandes propostas para o seu negócio,
condomínio do Rio Tietê, de alto luxo, primeira classe!
Só para sócios e magnatas. 
para governantes, legisladores, alto executivos, aristocratas.

Cientistas, religiosos, bem dotados e reconhecidos...
nada de pé rapados ou Joãos  Atolados
Atolados na arte de viver errado, de pensar errado.
de nascer, de viver de morrer vencidos.

O Rio é para os grandes navegadores,
de colheitas fartas todos os dias.

Posseidon analisou todas as propostas,
entre elas havia uma muito estranha....
Sou vendedora de pipa, daquele seu antigo mar,
antes de subir o rio... sua velha casa,
tão bela e noturna em seu luar!

Não pense que sou pobre ou ignorante,
escondi todo meu tesouro nas águas,
dinheiro das pipas de papel,
dos sonhos dos meninos
que navegavam pelo ceú...

Eu mesma as fiz, eu mesma as vendi, eu mesma as admirei...
Só as fazia porque amava voar
de certo modo meus olhos voavam nelas.

Assim tenho fortuna bastante e sobra ainda
para comprar o rio inteiro, da cabeça aos pés...
Não será melhor que o rio seja só meu...!

Quanto quer por ele... e quais são suas verdadeiras condições de venda...

Posseidon ficou curioso: Vender para uma única pessoa
um rio inteiro... E se por acaso fosse ela uma baleia
e bebesse toda a água,  beberia o povo, a cidade inteira...

Bom, o que importa é achar quem quer realmente o Rio Tietê
e posseidon acreditou na vendedora de Pipa
também que ela tivesse muito dinheiro,

Pegou sua fita métrica e subiu até a cabeceira do Rio...
Veio medindo tudo, atá a fundura, a largura
quantos mililitros de água havia naquele rio,
naquele dia... venderia todos, até a última gota!

Ficaria livre pra sempre do encargo de ser dono,
de um rio que só os humanos destroem
Eles que cuidem da água, a água vai à mesa e ao coração.
Sem contar o  que ela faz  cérebro.

Com uma simples chamada de celular,
quem apostaria nisto, Posseidon falou com a
vendedora de pipa...

Acredito que sua proposta foi a melhor,
mas algo me intriga... por que quer comprar o rio...
Por causa das pipas, fiz tanto sucesso
com minhas pipas e ganhei tanto dinheiro
que preciso gastá-lo
não há shopping que dê conta:
nem  imposto que o consuma...

Só mesmo tu, Posseidon pode  carregar
meu tesouro para o fundo do mar... lá estará
seguro, ainda que eu mesma não esteja.

Assim Posseidon e Dona Pipa marcaram um encontro
No gramado, o único pedacinho limpo,
ele escolheu bem, para poder seduzi-la melhor,

Finalmente dona Pipa chegou
tinha muitos papeis em suas vestes,
adornada com flores brancas
vermelhas, violetas... parecia um arco iris,
numa parte meio escura,
quase preta, do céu.

Quero saber se é negócio legal, dentro da lei,
se posso registrar o rio no meu nome,
se pago, quero... posso levá-lo... mudá-lo,
enfeitá-lo, como puder.

Claro, minha cara dona Pipa, pode-se tudo.

Amor - poema animado - autoria Maria Melo

AquaSoft DiaShow für YouTube

Ich gratuliere AquaSoft DiaShow für You Tube Manschaft für das Software, dass ein Zauberes Werkzeug für alle in Video, Fotos, Gedichten, u.s w verliebten. Das Software ist in sich selber ein Meisternerk. Ich fühle mich geehrt und bedankt um mit so ein Software rechnen zu können.

Congratulações à Equipe de AquaSoft DiasShow para Youtube
pelo elaborado Software
que além de ser uma ferramenta mágica a todos os apaixonados por videos, fotos, poemas e muito mais,
é por si mesmo, uma obra prima. Sinto-me honrada de poder contar com este programa.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sobre o passado de Dona joanita... conto


Ai que Deus perdoe toda obscuridade que há no mundo.
O passado dela  não passa,
é todo presente, longe e perto.

Dona Joanita carrega tudo:
suas alegrias e dores. sem jogar fora
um só grão de sua areia.. no deserto.

E Nitt é seu grande amor, foi, se pudesse ter sido
no passado como no presente,
Nitt é sua maior e mais bela parte.

Dona Joanita viveu seu romance
de rosas e amor, sem nunca ter tropeçado
num só espinho,

ainda que todos os apontassem
por toda parte do seu caminho,
até afirmassem  que eles nasciam
no próprio coração dela.
Nunca, nunca mesmo reclamou.

"Os espinhos são partes das rosas,
as rosas do jardim, o jardim é da primavera,
a primavera é do meu tempo.

De que posso me doer..." de si para si mesmo.

Dona Joanita sempre foi apaixonada por Nitt,
olhos bem azuis iguais ao mar,
verdes ou parecidos com isto,
Nitt também a amava,
não apenas ela... seu abraço quente,
sempre agasalhou muitas outras mulheres.

Ela tão inocente, tanto quanto  as outras, imaginava
ter encontrado nele sua verdadeira alegria de viver e morrer.
Mas nitt um dia descobriu o tanto que ela o amava.
E decidiu morrer.
Nem foi por causa dela é claro,
Nitt se sentia sábio das coisas do mundo,
nada mais queria aprender,
principalmente aprender a sofrer
para aprender.

Ela revoltada fez longas caminhadas em torno dele,
quando mais perto chegava, mas longe ele ia.
Debochava de qualquer sintoma de felicidade e alegria
que alguem pudesse lhe proporcionar.

"Só a morte me espera com certeza em qualquer lugar,
não preciso dar explicações, nem telefonar, nem falar que a amo,
não preciso odiá-la, adia-la, fugir, esperar,
procurar, dominar, querer, comprar ou vender,
a morte é uma negociação com lucro garantido"

Dona Joanita desapareceu em lágrimas, virou um rio,
um mar, um orvalho, uma chuva, tempestade,
Os Deuses do céu sopraram trovões e raios,
por vê-la sofrer,
mas nada adiantou. Nitt queria atravessar
o caminho da vida, e bem naquela hora, bem ali,
naquele lugar, na frente dela.

Era de matar e não de morrer...
Ele, jovem e galanteador, bonito, corado,
peito forte, largo, braços e mãos grandes,
abraço perfeito... desprezava seu proprio
corpo e seu coração no peito.

Expunha-se a qualquer tipo de dor,
sem preconceito: confusão e desamor,
tristeza, violência, desesperança, desconstrução.

Sua carne vermelha e musculosa, cobrou-lhe
caro a demolição.
avançou contra ele com todo tipo de desrespeito,
Afinal Nitt não apenas tinha sonhos,
Ele também era um sonho da vida,
que queria ser desfeito.

Depois de muitas lutas, a fatalidade,
Nitt caiu doente por envenenar a si mesmo,
tanto fez que a morte por fim
estava pronta para levá-lo.

Ela, desesperada, acreditava que seu Nitt
queria fugir dela:

"Querido amor da minha vida,
quem sabe minha alma gêmea prometida,
por que demoraste tanto a chegar,
e chegaste na hora da partida"

E ele tão sério e debochado:
"Por tua causa é que fui para bem distante,
Tu és uma alma gêmea porre,
prefiro ser só e ser errante."

"Larga do meu pé, da minha mão,
deixa meus olhos onde estão,
não me procure, alma gêmea, não,
não te quer, meu  coração.

Gosto delas as almas desparelhadas,
e errantes, que transformam o paraíso,
numa alegre senzala,
barulhenta e reconfortante.

E se quero morrer é pra não mais te ver,
desculpe minha cara,
já fomos separados, mesmo antes de nascer.

Pobre Joanita amava tanto
e acabou em pranto.

Teve a brilhante ideia de desaparecer.
Vingou-se de seu eterno amor,
que nunca mais me veja,
não por ser cego,
mas porque não deseja.

Pegou todas suas coisas, tudo mesmo,
largou a esmo, espalhada pelas estradas,
e nunca mais viu Nitt...
É também um castigo humano
para seu coração:
nunca mais fazer planos,
nem se apaixonar pela pessoa errada.

Mas Nitt voltou.
E dona Joanita o encontrou.
Tão velho conhecido, tão sabido,
tão crente no antigo amor...

E que outros tempo são estes,
em que amantes de outrora
mal se falam, mal se olham....

Seu Pablo nada sabe tudo desconfia.
Afiou seus equipamentos:
suas navalhas do dia a dia,
por que ele também faz parte,
desta estranha desarmonia.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

A fuga dos livros...

Livros ...

No principio eram dois de poesia
dedicados, simplesmente a Maria!
Sumiram, o vento levou.
Os poetas caminharam longe
e desapareceram.

Um deles voltou...
duas décadas depois..
cadê meu livro...
Que livro... nunca li você,
leu sim...
faz tanto tempo mas eu não me esqueci.

Deu-me outro, dedicado  a Maria,
muitos abraços e beijos de
um velho amigo que
guardei dentro do coração,
na gaveta da estante número um.

O outro poeta nunca voltou
Seu nome nem me lembro mais,
mas me lembro do seu beijo....
seu livro com dedicatória
está em outras mãos e ele também
virando outras páginas.


Depois sumiu o terceiro livro,
com dedicatória a Maria,
não era bem poesia,
mas sumiu também.

Passei a procurá-los por toda parte que ia...
olhava rápido todas as estantes
e as primeiras páginas sempre lia.

Três anos depois ele me apareceu...
na casa de uma  pessoa amiga,
furtivamente o levei, ele sempre foi meu,
ela a pessoa amiga
de devolvê-lo, esqueceu.

O quarto livro também desapareceu,
ainda na festa do lançamento,
a pessoa que o escreveu,
nem o tinha lido, e já o deu...

e surpresa e consternada,
deu-me outra exemplar
dedicado...
muito vaidosa porque alguém
levou seu livro de verso e prosa.

Ano passado sumiu o quinto livro,
sumiu feito mágica
vivia dentro do meu travesseiro,
com dedicatória na primeira página.

Fiz rezas e acendi velas
na esperança dele voltar,
nem cheguei  a lê-lo
completo e já estava em outro lugar.

Revirei  a mesa, a casa, a outra casa,
os travesseiros e fronnhas,
fui na casa de amigos
na esperança dele encontrar...

Mas o vento levou e pior
que até o amigo, não sei onde está...

É um livro raro, dificil de conquistar,
impossível de se furtar,
de se comprar, de se ganhar,
ou de se encontrar por ai...

E se pensar bem eu sei onde o livro está,
mas como pegá-lo de volta,
sei que quem  o levou de propósito,
jamais o devolverá...

me resta o consolo de um dia
este alguém se cansar.

Todos meus livros são meus,
comigo, ou contigo, são meus,
dedicados a Maria são meus,
Não os queime, não os rasgue,
não os venda, não os dê..
são meus, entregue-me-os
porque são simplesmente meus.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Nitt na porta de Dona Joanita! conto - Maria Melo

www.myspace.com/conchinhasdomar

Seu Pablo de Olhos bem abertos.
É que ele pode vigiá-la como quer. Dentro e fora.
E sabe que há outros espiões
mas não se importa. Este tal de Nitt...(ele não sabe o nome dele)
é sem dúvida, sem procedência explicada.
Nitt jamais seria um espião.

estava na porta dela, dando pancadas com as mãos,
coisa do fim do mundo... há outros sons mais modernos
para se chamar atenção.
Seu Pablo pensou: Ela não vai receber este estranho.
Este cavaleiro do mato.

Lembra que seu Pablo conhece parte da história
do homem do cavalo... e ficou um pouco
intrigado com Joanita e sua mala.

Viu de longe os papeis sobre a mesa,
não viu do que se trata,
viu Joanita embrulhar a mala no lençol
e desviá-la para o quarto.

Pensou em muitas hipóteses:
Se conhecerão... serão antigos amantes,
serão ladrões, serão traficantes...

com uma mala daquela, ela não daria 3 passos adiante,
nem com dinheiro, ouro, ou qualquer outro derivante.

Joanita abriu a porta, parou em frente a Nitt:
Não precisa pergunta nem resposta,
Nitt entrou. Os olhos dele sabiam
onde estava sua mala.
E os olhos dela sabiam dos olhos dele.

Havia qualquer coisa de muito íntimo entre eles
Seu Pablo avermelhou-se no seu espelho,
Era impossível pensar o que ele estava pensando.

Ela nada era para ele, se não
uma criatura estranha, vinda do além mundo,
e entrado nos seus sonhos mais profundos.

Seu Pablo chamava de sonho profundo
aquilo que todos chamam de realidade.

Assim desejou ele quebrar tudo... Não era
ciúme, posse, desejo, nada existia de fato
entre eles, nunca existiu.
mas quem sabe fossem donos do futuro
um do outro....

Mas seu trabalho é mais importante que seu sofrimento,
Até então seu Pablo conhecera muitas outras espécie de dores,
mas aquela era única e até cômica,
Era só dele... Talvez fosse de todos os outros homens,
quando são surpreendidos por paixões.
Seu Pablo não dava mais este direito ao seu coraçÃO.

Joanita tinha, agora, na sala, algumas perguntas
para Nitt:
De onde o conheço... Como o conheço...
por que o conheço....
mas Nitt foi para a cozinha... lugar que nem todos frequentam.
Queria água. E queria ver
tudo por ali... Ela foi para o quarto,
Puxou o lençol e  mala e trouxe tudo para a sala,

Nitt trouxe a água ela abriu a mala. Tirou os papeis,
pediu que conferisse tudo... Ele não se importou
com o que ela disse, seus olhos estavam fixos
nas paredes.  Seu Pablo do outro lado, extremeceu.
Parece que os olhos de Nitt falavam,
Estavam até irados, tão irados quando os seus.

Não sei de onde me conhece eu a conheço desde sempre.
Não quero os papeis, só a mala.
Os papeis são seus.

Ah, o Senhor é um escritor, então... concluiu, Joanita
mais aliviada. Mas por que deixaria seus escritos comigo...
-É simples, diz Nitt, sorrindo, ... que belo sorriso...
Você tem Midia de Salão e tem mãos muito ageis,
que mais posso querer... quero que publique.

Por que não o faz, o senhor, mesmo...
Só vivo no meu cavalo, e muito calado,
e gosto quando venta porque assim
somos alados e foi o vento
que levou a mala para o seu lado.

Deixo-lhe os papeis e levo de volta a mala.
E quando foi que escreveu tais papeis
se vive só no seu cavalo...

Foi na outra vida que tive.
Dona Joanita pensou bobagem! Apalpou as paredes,
visivelmente nervosa,
Gostaria que o vizinho Pablo fosse mais íntimo
e pudesse protegê-la de sua própria loucura.

Queria que Nitt fossse embora
que nem tivesse voltado mas Nitt estava lá
isto era incontestável.
ela lembrou de pedir perdão a Deus
por tanta sanidade racional
diante de um quadro de absoluta loucura

e queria que uma dúzia de psiquiatras, analistas
e quaisquer outros doutores  da mente
pudessem acalmá-la,
e quem sabe convencê-la
que isto é absutamente normal.

Tão normal que ninguém precisa comentar,
mas quando se chega descalça no mundo,
os espinhos podem ser fatais
e Joanita não tinha como suportar
tais dores oriundas da escuridão
ou da ignorância... do ignorante.

Não quero saber sobre sua outra vida.
Peço que se cale em respeito  a minha ignorância.
Nitt lhe lançou um pesado olhar,
que escureceu suas vestes, talvez até a pele naquele instante.

Seu Pablo compreendeu que o diálogo não era seu.
Que era dificil ouvir ou pensar em ouvir
o que eles dois pudessem conversar...

um e outro e o abismo entre dois estranhos seres.
Um homem e uma mulher.
Mas ele também não podia ignorar
estava sendo pago para espionar...!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Todos eram quase felizes



Deus era o síndico
do grande área verde.
fauna e flora variada,
água de matar a sede.

Deus era síndico e senhor
de suas criaturas variadas,
desde que não houvesse amor
entre  pares trocados.

Ninguém jamais bestiou
confrontar as ordens dadas,
mas a maçã e a serpente
faz planos a_mal_gamados.

Chamou Adão às ocultas
pos em seus  dentes brancos
o perverso saber da fruta.

Quanto a EVA,  a sua serpente
serpenteou  caminho errado,
colocou em seus dentes
 sabor do pecado...

E tudo virou inferno,
de prazer e dor
sem confrontação,
Deus perdeu o estatus
o Diabo ganhou eleição.

E o mundo foi finalmente instituido
como patrimônio da humanidade,
não importa o pai nascido,
nem a mãe de verdade...

Mas que diabo,
Deus tenta se meter tudo,
até transformar o inferno
num paraíso de mundo.

E as leis nasceram para
combater o mal feito
mas no fim submissas,
às mãos alheias à dor
deram novo rumo
ao inferno cheio de amor.

E contaram  os que podem ser felizes,
comer maçã, da flor  até a raiz,
sem temer o tal pecado,

Os que brincam e encantam as serpentes,
com leves músicais adornados,
de danças soltas, sensuais
entre tantas outras magias
sutilmente estudadas.


conhecem  e seduzem o mentor da paraíso,
com  façanhas e grandes negociações,
de viver em paz
se for preciso, ou a guerra do se não...

As armas esperam
entre uma primavera e outra,
muitos tiros de outono e inverno.

As rosas tremem, as margaridas
perdem suas pétalas,
não tao brancas aindas,
mas rosas estão incertas.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Dona Joanita, seu Pablo e Nit - quase um triângulo! - conto


Ele me ama.
Eu te amo
Tu a amas

 Ela talvez tenha a solução matemática do problema.
Serei linha reta.


Mas tu és cruel e sincero.
Diz: não te quero,
Sou sincera e cruel,
Não me importo.
Ela quem sabe é feliz.


Aliás a única!


Então tu pegas aquela camisa que adoro.
E vestes para passear com teu amor,
quase imploro para tu tenhas uma desinteria.
E sorrindo com todo rigor
vais ser feliz longe de mim.
e pensas que choro,
sabes que não. Nem uma lágrima,
treinei meu coração
a não sustentar mágoa.


Penso no amor, qualquer amor
penso no controle,
qualquer controle e vou me embora,


Agora quero mais
mais que a posse, me treinei
a  fazer-te feliz mesmo que seja desta forma...
com outra, outras, em teus sonhos,
em tua realidade.

penso que mesmo assim
tu és ainda muito infeliz.

Seu Pablo está muito intrigado com a presença de Nit...
Bem que queria que o trabalho e o romance
acabassem logo.

Quem sabe ela se tornasse seu verdadeiro amor,
mesmo que se forjasse
no coração uma escrita nova
não precisava ser nas estrelas,
podia ser em qualquer linha,
bastava ser sinceramente escrita.

Qual nada todo trabalho nunca finda,
seja juntar palhas, caçar tesouros,
ou inventar  felicidades, ainda.

O que Nit faz... quem é Nit...
será que a autora sabe... será que o leitor quer saber...


Lembram do cara do cavalo e da mala...
lembram das coisas que dona Joanita levou para casa
e não teve coragem de ler...

Será que ela esperava secretamente,
alguma coisa paranormal...

Por que não leu... por que não destruiu...
por que levou para casa,
se não era dela, que importância isto teria...

guardar papeis, ou queimá-los é sempre
uma  atitude extrema:
queimá-los sem lê-los, guardá-los
sem bisbiolhotar o pensamento alheio...

dizem que é um mal  hábito
que é repugnante e feio.
Especialmente no caso dela, que não os precisava levar.

Nit veio buscar sua mala. Os papeis
estavam na mala dele, naquele dia
do cavalo e seu cavaleiro.

Por que Nit assustou Dona Joanita...
por que não a deixou passar umpune.,,


Porque Nit bebeu todo o vinho da sua parreira naquele dia.
Ele era quase grosseiro, roceiro,
do mato, não tinha nem brilho poético no olhar,
Não falava nada, não escrevia nada...
Não lia nada...Era um homem perdido.

Mas andava bem no seu cavalo.
Não era show, nem exposição de venda,
nem exibição de qualidade,
Não era vaidade,
era o exercicio de sua naturalidade.

Ainda que bêbado dormia e sonhava em seu cavalo,
de fato, seu cavalo, aquele cavalo
era seu melhor atributo.

E vinha ele outro dia,  dormindo
ao meio dia, em seu cavalo,
pela estrada sem dono,
num amanhecer, que er
 a um sonho!

o cavalo entre tantas coisas que fazia ao dono,
também voava, como as lendas contam
alado ou não, dormindo ou não, Nit sonhava.

E dona Joanita sempre bem disposta
a compreender caminhos e portas
os viu passar:

Quem será mais inteligente,
O cavalo ou o homem que ele porta.
no seu pelo, bailarinar...

Nit ouvia pensamentos:
Isto era insuportável, comparar coisas tão diversas,
e tão necessárias.

Seu cavalo era parte de si mesmo, apenas
uma parte e ele Nit se sentia parte,
só uma PARTE do seu próprio cavalo.


Fingindo dormir, Nit deu toda volta na estrada
e novamente avistou dona Joanita
e para assusta-la, lembrar que nem tudo
que se vive está escrito
foi que passou a dançar no lombo
de seu cavalo, e tão embriagada estava
que  nem reparou na nuvem de poeira
quando ele passou...
nem que sua mala voou
para as mãos de quem dele zombou...

Porisso Nit voltou!

A cigana



de saia rendada
cabelos ao vento,
e face pintada!

A cigana me abordou:
Mostre a mão quero ver
o que o destino lhe reservou.

Fui tentada ao desafio:
Ler minha mão é ler água de rio.

Ela riu, no seu olhar desafio:
disse sem falar
dou-lhe uma semana,
para os olhos azuis encontrar.

Fechei a mão ainda no ar,
meu destino de fato não quero revelar.

A cigana insistiu:
Ele tem olhos celestes,
e camisa da mesma cor ele veste.

Então pensei
meu amor gosta de camisa azul celeste,
tem olhos azuis...
Mas nunca conheci ninguém assim.

Em minhas contas ela errou.
Passou uma semana
juro que procurei
está tudo em minha câmera.
Tudo filmei, ela errou.

Os olhos dele... não sei a cor.
talvez ele ainda nem me olhou.

De modo que fui procurar a cigana:
com que direito ela me engana....

A cor dos olhos não me importa,
importa se ele me ama.

A cigana me disse:
Nunca te vi antes.
Mas reafirmo a cor dos olhos dele é azul...
como teima esta cigana errante:

com um sorriso sincero
na face pintada sussurrou:
Espere, os olhos dele já estão ficando azul!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

A fábrica de céu


Era mesmo uma fábrica...
soltava fumaça preta, branca, cinza,
azul escuro, marron...
que ia subindo, conforme o vento,
cumulando pelos espaços  de ar
acima da cidade.

A cidade tava toda imersa naquelas nuvens,
que era o seu céu.

A fábrica apitava, estourava,  às onze,
ao meio dia, ás treze hora... às 18:00h
e todos saiam correndo...
pegar o ônibus, o carro, o trem, o bonde,

Finalmente, a casa, o  lugar que
só existia de verdade,
de noite, depois do cansaço,
da decepção e dos sonhos desfeitos.

Ela olhou bem e disse:
Á fábrica de fazer céu...
também faz sol, um sol que
fica atras das nuvens negras,
ou será que não tem sol...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

carbono

de puro carbono mascerado
temperado com ferro vívido
e líquido:
meu coração é porta de vulcão.
corredores plastificados
de silício,
caras mascaradas,
de eternos vicios.

Vicio de solidão milenar
lá fora é só silêncio,
ruído do tempo levando as folhas.

Ele nunca sai da jaula,
3 ou quatro centímetros de concreto bruto
e armado.
Amado ou não
meu coração é solidão.

Não por gosto,  mas gosta
nem por maldade,
mas trama,
um grande maçarico em chama
romper a vermelha lama...
e ver o sol, só o sol,
desde de seus primeiros raios
na grande bacia do mar
até seu falso sono!

Então o que dirá do soliêncio lá de fora...
enquanto crescem as flores
e brotam os rios
dos olhos de quem chora.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

o que diz vossa magestade, o anel ... conto - Maria Melo


Aos dedos da mão que o ostenta...
Sim, és um dedo anelado...
teu desejo é lei, porque és rei.

E senhor de curta e grossa sabedoria.
Tudo passa, bem e mal,
dor e alegria.

E os outros dedos de tua mão o que dizem...
Não importa, porque o fazem em silêncio
detras da porta.

Tudo passa mesmo até que se complete
a primeira volta.
E quando se chega neste alambrado...

percebe-se o quanto a vida
escreve e caminha na linha torta
do caminho mal riscado.

Toda filosofia do sábio dedo
cai por terra, o rasário se rompe
e as preces, também,
principalmente as preces mal rezadas,
que são muitas. Se reza melhor com o coração.

A religião, a guerra, a ciência,
só lhes restam beijar a terra e saber
que o sangue derramada foi em vão.

Mesmo que tirar o leite da vaca
sobre o chão... não dá-lo de pão
ao seu filhote, ou ao menino, então.

Igualmente o sangue.

E estes sábios aneis e dedos bem apontados,
verão que o mundo tem
sedução e astúcia infinita
que jamais permitirão ao homem
ser o senhor de sua própria vida.

Não, jamais desta forma egoísta
e tão simplesmente bendita,
que simplifica tudo,
num gesto ou uma marca escrita.

No papel, é claro, qualquer papel,
inclusive o mais anti higiênico do mundo.

diálogo dos dedos,
que mesmo da mesma mão,
trazem em si diferente função:

E nas linhas dela traçam o mapa
do tesouro que sempre
ficará guardado no coração.

Como nasceu Nit...conto - Maria Melo


A profecia:
Como todo bom personagem a vida de Nit foi profetizada.
Um de seus antepassados disse a sua mulher:
Logo, logo o vagabundo do filho do vizinho
vai encher a barriga da tua filha.
Não ensinaste nada a ela
de útil, se não procurar alguém
assim, como o vizinho. Desqualificado.

Tão logo chegou a primavera,
estava a menina de barriga cheia
o baú vazio e a cabeça alheia.

Os pais a tocaram de casa
e sobre ela desfilaram um rosario de maldições
e conjurarão punições,
por ter zombado do criador.

Igualmente os familiares do vagabundo
desferiram sobre ele golpe de excomungabilidade,

Sem teto vai cavar a terra e procurar
raizes para sustentar tua infeliz vítima.

Estava escrita nas caras deles:
Pise-nos, expulsos-nos!
Assim foi de canto em canto
até o nascimento de Nit,

E ela finalmente foi dar seus urros
num cortiço, rodeada da máxima ralé social,
é claro. Inspiravam eles o surgimento
de gestos de miséria da alma humana,

Aquela miséria interior que fica
muito bem escondida, debaixo de vestes
de luxo ou mesmo da pele, simplesmente,
bem acabada das faces e do coração.

Nem há como falar disto mas é uma
espécie de exorcismo...
arrancar o mal de dentro das pessoas
significa sempre ferir muito alguém.
E Deus, por mais que sejam ateus,
acaba sendo cuspido no próprio paraíso.

Era a caridade do castigo,
para que se regenerassem do pecado
de serem construidos de elementos
tão crueis, como ferro, quem sabe, até aço.

E até as serpentes
arreganhavam-lhes os dentes,
agitavam os chocalhos.

Assim ele veio ao mundo,
olhando de frente, com seus olhinhos miúdos
o preço do mal feito, do pecado
e do paraíso desfeito.

Pensou por si mesmo: Esta deve ser minha familia.
contemplou pela primeira vez
aquelas faces sem máscaras:
máscara de belezA,
DE BOndade, de sabedoria,
máscara de riqueza, de verdade, de alegria.
Nem mesmo a máscara da consanguinidade
estava presente por ali,
nem avós, primos, tios....

Só mãe e pai constava de sua lista.
E ela tinha uma certa máscara de inocência.
Que lhe deu os braços, o peito, o colo
e o deixou viver.
Nem mesmo perguntou sua velha história.

O cenário pode ser Jung
Mas de quantas diferentes realidades
pode viver o homem dentro do mesmo mundo...

Nada se faz nos primeiros seis meses de vida
de um bebê. Só mamá e chorar chorar e mamá.
Até quando... chora mais ainda se o bebê pensa.

Mas Nit olhava as pessoas e chorava
às vezes, Nit gritava e se debatia.
Noutras vezes, Nit olhava e simplesmente ria.

Nit teve um terrível problema intestinal
e se borrou todo. Sua mãe generosa
que era o mantinha limpo e cheiroso
mas disse seriamente: você é muito porco!

Nit ficou pensando nos homens matando os porcos
e os comendo em plena alegria:
Será que também serei morto...

Era a criança única daquele cortiço,
ninguém por ali, falava em familia,
quase todos já a havia perdido,
ou abandonado.

Nit olhou para os homens ( seus parentes por afinidade
de miséria) e começou a chorar.
Tinha medo, medo de crescer, medo
de aprender, medo de praticar
o instinto de ser gente e ser forte e
Nit tinha muito medo de amar, também.

Sua maezinha, bonitinha veio correndo,
Tudo vai ficar bem, balançava ele
no colo. Mas Nit demorava para se acalmar,

O que doia mais ele não podia dizer:
Mãmãe, me perdoe mas sei ler pensamentos
só não os sei dizer, perdoa meus gritos,
dentro deste meu silêncio sem por que!

Desta forma Nit se apossava dos segredos
de seus convivas que pensavam de tudo um
pouco, mesmo que muito daquilo não virasse
realidade, era sempre uma especie rara
de verdade.

E Nit logo, logo mereceu ser jogado
no chão, aprender com os gatos
a arte da paciencia de caminhar
elegantemente nas quatro patinhas,
sem barulho e com carinho.

Outros bichos, também feito o cão doméstico,
andavam pelo cortiço...
logo Nit se indentificou com todos.

Tudo parece ser suave aos olhos de um bebê,
deve ele ser alegre e feliz
a menos que sinta dor,
ou que outros o façam sentir dor.

Nem deve o bebê pensar sobre
a alegria ou tristeza do gato.
Nit estava num plano inferior.
Nem era como os outros animais,
que latem ou miam ou berram
para se expressar...

Nit só tinha mesmo, medo de aprender
a arte da humanidade.
Ah, devo ainda dizer que:
Quando saia de seu cortiço,
temia muito mais, o pensamento
dos estranhos e por pouco,
ele não enlouquecia todos naquela pensão.

Era o bebê mais estressado
que alguém já conheceu, alem de muito estranho.

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e convido você que ainda não o visitou a visita-lo também.