quarta-feira, 30 de junho de 2010

O riozinho da minha vida - Maria Melo


Aprendi amar a água,
com um riozinho fio dágua
que do morro descambava.
Serpenteando os matagais,
em sombras cantarolava
aos abraços e beijos,
dos braços que o carregava.

O riozinho pelo meu  colo,
grande amor eu tinha à água
uma voz  que me falava,
que o riozinho era das lágrimas,
que meus olhos, 
pelo chão derrubavam
enquanto eu por lá passava.

na  infância de meus primeiros passos,
é   o encanto da vida e da água,
que  rega  meus dias de menina
é o engenho que move os  sonhos
que pela estrada eu faço
enquanto sonhos eu tinha.

Depois vieram as nuvens
algumas negras outras azuis...
parecem leves, outras pesadas de águas,
lentas e breves.

e formaram cachoeira,
belas e ocultas, em leitos de pedras
diamantes ou brutas...
seduziram... os lagos mortos,
que espelham as almas
suas janelas abertas
ao sol da minhas palmas
apontaram o caminho para mar.

Hoje abraço o mar
e toda vida que ele abriga,
porque sei que  sua alma de água
é o riozinho da minha vida.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

fragmentos da saudade


Brigamos: Há uma selva amazônica
entre nós, cheia de abismos e animais ferozes,
que insultam o silênio de nossas vozes.

Pelas copas todas,
do baralho, do mundo, das árvores,
há indicio de paz,
de bons ares.

Mas nesta briga, quisera ser
apenas meio poeta,
para ser justa,
uma iracema irada
armada de doce seta
que suavemente, envenena
seu poeta!

queria unhas e dentes no seu coração,
palavras e beijos
da sua lingua,
arrancar-lhe do peito  a dentro 
o amor que em mim, mingua!

Qual nada nada é tudo!
resta-me a arte, como mania de mundo,
trago pra perto,
a sua ausência e me esqueço nesta
loucura!

sábado, 26 de junho de 2010

O sonho do Príncipe


O príncepe estava sonhando.
Na verdade, era um sonho ruim.
Se alguém o visse em seu sonho
mandava-o pro manicomio, sim.

Mas ninguém o viu. Só eu,
que às vezes sonho também.

Da janela do terceiro andar
eu via o príncipe
com sua roupa laranja
e uma faixa dourada no ombro.

Um boné amarelo
que absorvia sua cabeça
só conseguia ver-lhe as orelhas,
que me pareciam  às avessas.

As mãos enfiadas em luvas negras,
fora,  só suas pontas de dedos
um enorme vassourão pelo chão,
varrendo calado, seus segredos.

O enlevo de sua alma
naquele momento em alto relevo.

Fico atenta à cena
seu olhar em linha reta,
não vê as montanhas,
nem mesmo o ápice do céu.

O príncipe estava em apuros
ao ver o tamanho e a largura da rua
e toda sua sujeira,
limpando-a gastaria a vida inteira
enquanto às gargalhadas,
outros a suja!

Como um príncipe tão astuto
entrou em semelhante tributo....
meditava eu a contemplá-lo
e a saber que por detrás de negras luvas
a alvura de suas mãos ditavam leis.

Leis ignorantes outras boas e justas.
tantas leis crueis,  que apenas insultam
aleatórias ao céu, ao inferno
às divindades eternas, mortais e mortíferas.

O príncipe era cativo,
misteriosas leis
dele desconhecidas
alí o mantinha vivo.

A morte:

Que sol ardente no peito
que imensa claridade líquida nos olhos
o indigesto sonho desfeito
o corpo caído no solo.

Ele ainda ouviu os gritos das pessoas ao seu redor
gritaram: ele morreu, ele morreu.
de si a dó maior.

Acordou em sua cama no seu castelo
amarelo pelo reflexo de tanto ouro.
agarrado a tantos que o ama
o príncipe passou a contar o seu tesouro:

Sonhei que era rico
tão rico e poderoso
que outra simples vida eu tinha,
de inestimável valor.

e todos riram das bobagens que o príncipe dizia...
o que era para ele, mais uma vidinha de gari
se ele era principe e de tudo se servia.

Ele não disse nada das risadas,
mas riu consigo mesmo,
das loucas gargalhadas...
porque era a primeira vez que ele morreu!

Vaga no céu - Maria Melo

Tinha uma vaga no céu
pra cargo de Santo.
Faz tempo que todos por  lá espera alguém.
Ninguém nos últimos tempos, entretanto.

Pedrão estava desempregado,
endividado, jurado de morte,
com o aluguel atrasado,
e sua mulher um porre!

Decidiu trabalhar no céu.
Condição: não precisa graduação
nem pós, nem doutorado.
nem mesmo saber o alfabetário.

Não precisa dirigir nada,
nem identidade, cpf, ou o nome limpo no serasa,
não carece endereço, referência,
teste de Q.I  e conta bancário,
Observação importante:
Não precisa entender do assunto.
Precisa de algo:
ter o nome limpo no Spcp
(serviço de proteção contra os pecadores)

O interessado no cargo não pode estar em pecado.
Pedrão sentou-se na sua cadeira dura
e começou a matutar:
Estarei em pecando... serei pecador...!!!
Contou todas as suas ações daquele dia.
Nada parecia ser pecado,
seus atos eram cômicos, eram tristes,
angustiantes... mas pecado mesmo...
passavam longe, tanto melhor,
pensou ele... nunca faço nada de novo,
minha vida é uma eterna repetição.
Por isso bastava simplesmente, rever
durante a noite os atos daquele dia.
Isto fez com soberba alegria
e concluiu que estava pronto.
então se apresentaria , na manhã seguinte  
ao senhor e reinvindicaria o cargo de santo.

Isto tudo parece muito complexo,
mas para o inocente Pedrão era muito facil.

Na portaria nem precisou se identificar,
Logo aquele que nem santo  era,
já lhe indicou o lugar...
onde o chefe o aguardava sorrindo,
(chefe sorrindo, suspeito)
mas Pedrão ria mais, ainda.

A vaga é sua, disse o Chefe.
Nem há concorrente. Se precisar de algo pegue o  que puder,
tudo por aqui é seu.
"Ah se fosse assim, lá embaixo!" Ele nem pensou isto.
Eu que pensei.

Louco de feliz foi logo procurar o que fazer...
Para entender o que um santo deve fazer...
Pedrão recebeu um livro.

O livro era muito pequeno e quase sumiu no bolso
de Pedrão. Só tinha a capa.
Cadê as páginas.... E em portugues, claro,
tinha só 3 letras... BEM

Ele nunca foi burro mas era muito incompetente
para viver socialmente.
Entendeu perfeitamente o que leio.

Aí ficou claro, era dia ensolarado.
Sem nuvens... Pedrão tnha um excelente cargo.
Viajou de estrela a estrela
na maior solidão, não encontrou nada errado.
Voltava todos os infinitos dias para sua
 moradia sem ter feito nada.
Nenhum bem a ninguém...
Saia todos os santos dias,
e nada pra fazer no céu.

Depois de muitas eternidades divinas
vividas pelos espaços celestes,
viajando pelas estrelas e luas, Pedrão ficou entediado.
Ficou injuriado

Por que não tem ninguém aqui...
Filosofou Pedrão angustiado:
Se tiver outro homem, dá guerra,
Se tiver uma mulher, dá pecado.
Não queres viver em paz...

Enquanto filosofava, seu fogão...
Não o fogão do inferno que consome as almas dos pecadores...

Mas o velho fogão de lenha,
onde a velha patroa patrulhava a cozinha
noite e dia esquentava o seu feijão...

resmungava a desgramada
que aliás não tinha gramas a mais
e sim dezenas de quilos... que importava,
que seu velho fogão,
sentava não de verdade, a sua frente,
só na sua imaginação que  doia
fortemente no seu coração,
que aliás também nem coração de verdade, era,
já tinha se desfeito pela terra,
por tantas passadas primaveras.

Morri! Será isto mesmo, morri
e nem percebi...!

Quem está vivo tantas vezes quer morrer,
mas não morre... quem está morto,
quem se lembra o que ocorre!

Pedrão pensou no livro.
No que fazer, na solidão, no céu, na terra,
no Fogão... na velha! Pensou feito louco,
no seu corpo e o procurou desesperamente.

Não encontrou em lugar algum,
nem mesmo na raiz mais profunda,
da árvore mais gigante do mundo.

Eu quero viver de novo, dizia de si para si mesmo,
a estas alturas que Pedrão andava, nem Deus!
Quero ser o que sou, nem que seja um Pedrão.

E pronto lá estava ele, plantado na calçada, um Pedrão.
Veio a mulher que levantou mais cedo,
querendo tecer novamente a manta de Ulisses
lembrando os pontos e comprando a preço
de ouro a lã, a mulher resolvida,
deu de cara com Pedrão!

Que Pedrão é esse bem no meio do meu caminho,
de onde terá vindo, não veio sozinha...

tentou vira-la, abraçá-la, quebra-la
roubá-la, levá-la, escondê-la!
E até fez previsões sobre sua aparição!

Mas Pedrão não se moveu...
Dali de onde estava podia ver o que passava,
o que falava, o que pensava o que queria,
sua velha e antiga cozinheira.


Que tão logo não pode com o Pedrão,
chutou-o até machucar o pé...
mancou e melhor, o chutou de novo,
depois de um tempo,
arrumou  uns amigos e levou Pedrão pra casa,


Há de haver algo bonito
que eu possa fazer com Pedrão!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

roda d´água


Ôh roda d´água que vai e vem
não vou a lugar algum
se não for com o meu bem.

Eu te amo ave
mas às vezes tu és o rio
eu te amo e tu bem sabes
laparina ama pavio.

Eu te amo luz
mas às vezes o amor é treva
tu me amas com teu fogo
eu te amo enquanto neva.

Eu te amo muito
mas às vezes o amor é pouco
tu me amas conta gotas
eu te amo feito louco.

Eu te amo tudo
mas às vezes o amor é nada
tu me amas feito mudo,
te amo na passarada.

Eu te amo em paz
mas às vezes o amor é guerra
eu te amo pelos vales,
tu me amas pelas serras...

Oh roda d´água
que vai e vem
não vou a lugar algum
se não for com o meu bem.

Tem piedade de nós....

Senhor poderoso cérebro
tem piedade de nós
trai seus grandes, poderosos
e maléficos servos
Não permite que seus sonhos maus,
seus pesadelos,
em realidade se transformem.

Despacha -os brejo abaixo,
adormece-os e os afunda nos pantanos
Acorrenta-os às raizes sugadoras
das grandes árvores
-Que sejam alimento de suas
famintas flores e folhas
que espalhem oxigênio dos ares.

Senhor santo e divino cérebro
trai os pequenos, inuteis e malignos servos
concede-lhe o bom sonho nosso de cada dia.
Enche-lhes o ventre a mente de bondade
para que nossa vida seja mais leve e suave.

Concede a ambos, tantos os pequenos quanto aos grandes...maus
 sonhadores tempo para desfazer todos os
maleficios  feito por eles próprios ou por seus mandos
para restaurar suas próprias vidas.

Que não morram na inocência do pecado e do crime
contra a existência e que tenham chance
de se redimir.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Somos retangulares - As montanhas.

seus ossos são pedras
que vão se empilhando aos poucos,
pouco a pouco, esmera
diamantes e rochas.

Sentadas no vale
num trono eterno
de todos os tempos
de seus próprios olhos escorrem

lágrimas das nuvens
em rios suaves
em turbulentas naves
abrem caminhos para
longíquos e desconhecidos mares.

Sei que somos retangulares.
mas sentada entre elas,
sou apenas outra montanha
calada dos vales.

Sou calada bem sei,
mas tudo vejo, suas faces,
seus passos, flores e desejos.

Choro em meu cume,
juntamente com as outras iguais,
rios de lágrimas
pra que suas sinas lavem.

Sentada no vale,
sou mais, apenas mais uma montanha,
silenciosa, mas nunca ausente,

sigo seus passinhos,
e os enrolo suavemente,
em mim, feito correntes,
prendo-os muito bem,
para todo sempre.

sentada com elas, as outras montanhas,
também sou montanha,
não ouço estórias,
vivo história,

espalho meus longos e sempre cabelos verdes
sobre a terra para que pisem e brinquem suas crianças,
e se algum erra, se desencanta...
cubro-lhe com minha caliente terra
e espero que ela volte,
mais santa e mais  sincera

para habitar o seio de minha existência.

Serei montanha por mais um eterno tempo.

Desterro do Melo - Agradecimento

Agradecimento ao Senhor Geraldo Dutra,
Marcia e Familiares pelo carinho da acolhida,
pela hospedagem pela boa prosa e pelas bonitas imagens.

Agradecimento ao Senhor Pedro Gordo, Hilda
e Paulinho, pelo carinho, pela hospedagem, pelas histórias e estórias e
pelas bonitas imagens.

Agradecimento ao Senhor Alipio José e Familiares,
pela carinhosa acolhida pelas bonitas imagens.
Agradecimento especial a  Shirley e ao Sergio.

Desterro do Melo - Mario Tafuri

Agradecimento ao  Senhor Prefeito de Desterro do Melo Mário  Tafuri 
e  seu vice Senhor Cecilio pelo carinho da amizade.
Louvor ao senhor Prefeito Mario Tafuri,  sua equipe bem como
ao povo cidadão melense pela conquista da legalização
de 220 propriedades rurais que beneficiou com escrituras gratuitas
os pequenos proprietários de terras da região
que ainda não tinham o privilégio da propriedade legalizada.
Em destaque o exemplo dado
pelo Senhor Mario Tafuri e sua equipe
ao país inteiro que até hoje não viabilizou caminhos
para uma real legalização de propriedades.

terça-feira, 22 de junho de 2010

O perdão

É difícil pensar isto
é dificil falar isto
é difícil escrever isto.

Muito mais difícil praticar isto.

Pai nosso que estás no céu
santificado seja o vosso nome...
... perdoai as nossas ofensas
assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido...

O perdão é tão importante que tem dois atributos
de igualdade: Um divino outro humano.

Esta oração é profunda
e nela há um pacto de desespero
entre Deus e os homens:
a tal ponto que  prometemos perdoar nosso semelhante
se formos perdoados por Deus..

Se devemos perdão ao próximo...
também devemos a nós próprios.

Como seremos capazes de perdoar  o próximo
se não pudermos nos perdoar?

Reconhecer o  erro e Perdoar a si mesmo 
é fundamental para o crescimento interior
individual  e o amadurecimento de sua
comunidade existencial.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O estranho não pode ser domado


A estrada era estreita e escura.
O ônibus voava, sua lataria enferrujada
cantarolava  luxúria.

Risos noturnos, olhares espelhados
pela floresta. Céu em festa
mata adentro. Era só um único
e indivisível momento do tempo.

Meu nome aparece no ar,  sonoramente
aos berros estridentes...
desça! Salte,  por aqui, há outros
jeitos de se caminhar e de se chegar
onde se quer ir!

Quase não acreditei. Levantei-me do banco
daquele inimaginavel banco,
que me sorria com os olhos e coração.

e o deixei sem palavras, sem adeus,
sem volta, sem nenhum presente,
nem passado, ou qualquer futuro
sem efemeridade ou eternamente.

Sai correndo, sorrindo pelo escuro.
Desci do ônibus inacreditando que o fazia.
Ainda tentei ver na penunbra sua sombra
quem sabe ele me seguia.... mas não...

Tão logo me virei o ônibus já não existia.
A estrada sumiu numa curva,
nenhum ruido de motor na lembrança daquele dia.

Que céu mais lindo, insuportávelmente
lindo, ainda que ele não púdesse estar ali.

Uma laterna na minha cara me examinava
como se fosse os próprios olhos  de quem a segurava:
Quem é você... estiquei minha mão e toquei seu peito:

Era um homem. Eu queria a lanterna para vê-lo...
mas me consolei em imaginá-lo.
De braços dados, ouvindo o rio
sem ver o caminho, confiei-lhe meus passos.

Senti que ele  mancava. Nada por ali era muito facil,
ele conhecia o caminho, mas não conseguia
evitar as pedras!


Mas andava leve e estava feliz.
Apareceu no meio da noite uma ponte sobre o rio
Eu, de braços dados... so ria!
Era festa e alegria, nada mais.

Cruzamos a ponte com cuidado,
feita de paus e de  buracos a ponte assustava.
Dizia ele que a água era pouca para afogar,
mas as pedras eram duras de se aguentar.


Viramos à esquerda e vi uma fogueira.
Santo Antônio quer terço de moça casamenteira.

Na casa muitos abraços e beijos,
olhos apertados de surpresas
que jamais os surpreenderam!


O menino se jogava no chão, chorando,
queria brincar, a mãe queria que ele fosse dormir.
A fogueira la fora ardia e brilhava,
não era coisa pra criança.
brinquei um pouquinho com
aquele homem menino  e seus olhinhos
cheio de águas sorriram para mim.
Foi sim dormir eu o vi depois no quarto,
estava enrolado nas cobertas.


A casa cheia de gente e cada vez mais gente,
a porta abria e aparecia da escuridão
faces brancas e sorridentes
que enchiam a cozinha de risadas...
de abraços, de beijos, de alegrias.


No fogão à moda antiga lenha queimando,
e cheirando quentão, quentão de muitas ervas,
de sabor apurado e desconhecido
de minha lingua...

Me serviram copos cheios e virei
um, dois, tres... não sei... fiquei esquecida e esquisita.

Rezaram sob as estrelas brilhantes do céu
e toda frieza daquela noite, um terço
com tantas ave marias que se não me enganhei,
eles se enganaram nas contagens das contas que faziam...

Também rezei... as rezas deles repetia
com tamanha seriedade que até me desconhecia!
Depois fiquei perto da fogueira,
cada tora de brasa que até de olhar me estremecia.

Não sei ao certo que estranhos pensamentos
me ocorria....
Vai caminhar nas brasas... Maria...
Nem nas asas de uma águia
eu conseguiria!

Passa comigo dançando
sobre as brasas deste fogo queimando...

De repente veio voando do alto da montanha um vento sorrateiro,
arrastou  as faiscas para dentro da casa,
e espalhou cinzas pelo terreiro.

E eles que ora voavam da direita para a esquerda
sobre o fogo ficaram apreensiveis...
e correram para dentro da casa....

As mulheres correram para fora,
cochichavam entre elas... apressadamente fugiam para perto do rio.
O que se passava lá dentro não vi.

Ouvi resmungos. muitos.... e barulhos.
Eles o prenderam o vento no  quarto.
E ele queria quebrar tudo!

Pelas paredes voaram os tachos de quentão,
as panelas novas da dona, os baldes de leite,
os tições de fogo... pelas paredes, voaram os canecos e copos
que estavam sobre a mesa.

pelas janelas  saltavam os corpos,
e nas touceiras escuras se escondiam com porretes grandes
prontos para atacar.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Não quero


Ser uma montanha na tua estrada:
eventualmente o por do sol será mais belo,
mais colorido e mais vívído,
no teu olhar de fim de tarde.

Não quero 
Ser o farol do teu mar,
que alumia escuridão sem igual,
coisas que tu escondes,
deixe que  fique por  lá.

Não quero
ser um poema no teu muro,
branco, mesmo no escuro,
talvez seja o  silêncio
do teu coração aí escrito!

Quero beijar daqui mesmo
de onde estou agora
ou onde estiver amanhã,
tua face marejada, tuas mãos,
teus pés, tua estrada.

Sem nenhuma palavra,
de dor ou de saudade,
beijar teu dia de chuva, de sol,
de manhã ou de noite...

Jubilar com minha alegria todos os dias de tua vida,
como se minha própria vida fosse...
porque aqui, só o verdadeiro amor te trouxe.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Stars


Sim eu tenho meu  céu  repleto de estrelas
de primeira grandeza,
mais que isso eu as tenho no  coração.

Eu tenho muito mais  que qualquer pessoa
pode pensar em pedir ou conceder a outra...
Eu sei e as amo.

Minha vida aqui na internet, chamo-a segunda vida,
Onde tudo é limpo e claro...
onde posso escolher minha face
minha foto, meu dia de sol e mostra-los.

E faço isto todo dia. É o que escolhi de mim
para você. O melhor que eu posso ser,
não por vaidade mas por sinceridade.

Às vezes ando deselegantemente,
Eu tropeço e caio naturalmente,
tropeço nas calçadas, caio no meio da rua
me levanto e prossigo, não aconteceu nada.

É a minha rotina de vida.
No entanto, agora cada vez mais iluminada.
enquanto esta luz avança,
uma outra parte de mim, recua, precisa sombra.
precisa descanso.

É minha parte mais feia, mais escondida,
mais encolhida que foge, às pressas...
daqui eu te beijo,

terça-feira, 8 de junho de 2010

O mortífero nananenen!


A guerra é a função mais triste da existência.
Até agora mantem o seu status primitivo...
não importa a tecnologia que use...

Se a morte é um caminho existencial...
bem que podia despertar mais interesse
as suas leis naturais.

Os seres humanos tem trabalhado arduamente
para enganar a natureza:
Alí tinha uma montanha...
não tem mais, ai, ai, ai...
Tinha uma floresta que se acabou... aiaiai, 
Tinha uma casa que se afundou,
tinha um rio que fugiu
que secou...
um trabalhador que terra abandonou!

Ali era noite que se iluminou,
e o milagre do pão até hoje não se multiplicou!
Bom deixemos de lado esta reza...
e vamos pra guerra, por causa disso e daquilo tem guerra,
um pirulito, menino larga disso!
Largo agora, à mãe disse,
mas te pego quando crescer...e te pego. A mãe já morreu.
Se não morreu morrerá breve.

O trabalho da vida fica as vezes inutil,
por mais bem tecido que seja,
não precisa ponto falso para desmanchar-se tudo.

A autora destes escritos é bem esperta:
Deu a si mesmo o papel de personagem
assim ela dispõe de várias equipes para  assessorá-la...

São tarefas muito árduas

Invoca agora a sua equipe de cientistas, já apresentada ao leitor.
Quem... Seu folha, o cientista Máscara e seus colaboradores...

Ele criou Poseidon, o peixe, ele faz pela branquinha ficar negra,
faz, olhinho oriental abrir ocidental...
assim ele engana a natureza,  cada qual no seu tamanho.

Seu folha sempre vive alheio e à margem da humanidade.
Ninguém se importa com ele...ele também não se importa com ninguém.

A autora o conhece bem... já esteve presente em suas embromagens...
Agora ela verá sua última invenção, a primeira e exótica deste milênio.

Veja que maravilha: Onde... perguntei... lá na mesa!
Olho curiosa...Uma caixinha, muito pequena
contendo minúsculos graos brancos, transparentes,
Percebo uma  pequena girongonça sobre a mesa também
parece um luva...

O que... é  a mais moderna e mortífera arma do mundo.
Acabei de Cria-la e nenhum super homem poderá destrui-la.

Ela não destroi nada... é um fenomenal engano á natureza.

Guerras, Adeus guerras, lutas, nunca mais,
sangue derramado inutilmente, jamais,
Pais chorando seus filhos despedaçados na guerra... também, não.

Ambiciosos homens de QI voador e volumosas contas
bancárias por negociações... nunca mais!

Dinheiro é mágica e tem infinitas formas de se consegui-lo.
E os negócios do mundo também podem mudar para melhor.

Bom minha cara, você vai gostar desta:

Tem guerra sempre por todos e quaisquer motivos,
entre quaisquer povos do mundo, diferentes consaguinemanete,
ou iguais... guerra são como marés, frutos da carne, também.

Mas, entretanto, portanto ai vai a nova arma
criada por Seu Folha e seus cientistas máscaras...

Feito a velha mágica das luvas dos dedos esta arma
cai como luva, cheiinha de uma substância maravilhosa,
que não mata ninguem... mas põe para dormir...

Quanto tempo... ora isto quem decide é o vencedor,
sempre houve vencedor assim fica ao seu encargo
adormecer o derrotado...

depois acomodá-los nos lugares apropriados
depois vem os parentes e os amigos que o levarão
para dormir, sem ferimento algum,
ele dormirá num coma maravilhoso
sem sangue derramado e ainda com a generosidade
de muitos bons sonhos e com os cuidados
de quem o ama!

Depois de um tempo acordará outro, quem
sabe mais alheio à guerra mais apegado e amoroso
à vida...

Esta nova arma dará nova visão a vida humana,
e aos praticantes da guerra.
E o homem que quiser, poderá sim morrer ou matar
seu próximo ou seu inimigo, como queira chamá-lo...
por apenas algum tempo , sem estragar
seu corpo, apenas para assentar sua mente.

E o derrotado ou o vencedor
talvez precise de um tratamento terapeutico, posteriormente
para suportar este trauma,
mas pelo menos, a caçada mortal  será
excitante e premiada...até mesmo coroada,
no caso da captura de  alguns crueis  praticantes desta arte.

É justa! é uma arma perfeita
e até tu minha cara personagem,
podes ter a tua arma...
e no caso de derrota, terás muito o que dormir,
e neste teu sono terás muito que   sonhar
o que viver!

Ele o mar - conversa pública


Ele o mar falava tanto, tanto
que agonizava os ouvidos.
Não importava  quem, com quem, aonde como, por que, o que,
despejava verbos e orações, sentenças sem fim,
Falava da Europa, da Africa, da India, da China...
se nada o comovesse,
do seu presidente, do seu governador,
se você não se importasse
falava da vizinhança, dos seus parentes,
se nada adiantasse, você permanesse indiferente,
FALAVA DE VOCÊ

Procurava os seus mais sutis defeitos,
e abertamente com os olhos arregalados e os dentes
de marfim entre grandes risadas, zombava-os, impiedosamente.

Assim ia falando por sua vida afora.
Vivia da teimosia, só ela e todos sabiam.
Enquanto falava ninguém queria ouvir
mas logo aparecia um distraído e ela
se voltava pra cima dele...
às vezes nem mudava de assunto.

Misteriosamente foram ficando em volta dela,
não exatamente para ouvi-la mas para se divertir...
Ele o mar  bem o sabia, esperta que era,
alem da boca grande tinha enorme janelas,
seus olhos variam tudo ao seu redor, atentos que eram.

Assim foi andando e falando
já tinha uma pequena grande plateia, era quase uma artista
Não era filosofia era as relações da vida dela
com o seu mundo.


Um Dia Ele o mar chegou e encontrou muita gente a sua espera,
nem se preocupou, não lembrava nada do disse ontem,
nada sabia   sobre o que dizer amanhã
mas hoje já tinha suas quimeras  na lingua.


Asssim falou falou e falou... reparou que ninguém
prestava atençao nela  e que todos olhavam para outro
lado mais distante...
Ué, nem estão rindo...parecem atentos
nem olham para mim... Ele o mar foi olhando mais longe
enquanto falava e de repente ela viu o que eles estavam vendo

EStava ela falando com Deus... Meu Deus, eu também pensei
que falava com eles... Mas estás aí, surrateiro, feito raposa,
entre todos eles, eu aqui precisando falar... Não sabes,
acaso tudo de cor, daquilo que digo...

Logo em seguida Ele o mar esqueceu que falava com Deus,
despejou tudo nos ouvidos dele... como se fosse sua primeira vez
e como se Deus fosse qualquer um...
Todos estavam vendo Deus, todos os conhecem,
embora todos mantenham certa Distancia, por causa,
daquela antiga maldição: Quem vÊ  a Deus, morre!
E Deus por sua vez,
toma todos os cuidados, quem vê os homens, também morre.

Uma hora ela parou de falar,
Eles atentos que são perceberam que era uma super estatua de Deus,
Tão perfeita que enganou a todos,
não por muito tempo...é claro, porque as pessoas são muito inteligentes.
Ai, começaram a rir,
mas os olhos ainda fixos na suposta estatua de Deus...
Sumirá, brilhantemente, na frente dos olhos dela,
seria um show... ninguém sabia ao certo,

Uma pequena multidão começou a gritar:
Fala Deus, Fala Deus, fala com Ela,
Porque ela está falando com você!

Ele o mar ficou inesperadamente pensativa,
coisa que jamais fez antes... Seria aquele Deus, falso!

Pararam de gritar exauriram-se!
No silêncio dos olhares,
Ele Deus esboçou um largo e brilhante sorriso,
para a alvura de Ele o mar, e disse: É só isso...
todos viram e ouviram...

E aplaudiram muito Ele o mar
que disse: Pois é isso aí, que eu disse.
Nem se lembrava mais de nada!
E todos se dispersaram
muito diferentes do que quando vieram.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Estou falando em Alva Edson...!!!!!!!!!!!


Sua alma de eletrons
circulando a matéria.
Suas lâminas terrenas,
viajando entre ela!

Edson, Grande pequenino neon,
tão antigo quanto o primeiro mundo
habitava nele, sereneamente,
tinha todas as chaves de quaisquer portas
que desejasse abrir...
e poderes para transformar mundos em mundos,
em outros mundos em outros tempos,
em outros espaços para outros seres...


Mãos de carne e osso,
olhar que marejava, boca que uivava
quando seus inventos não colaboravam...
olhar sincero,
no peito  grande amor, colosso de
perdão para os pecados do inferno.

Edson silêncio profundo,
de alguém que jamais conheceu a morte,
veio e foi por este mundo,
de grande brilhante sorte.

Sorte do trabalho e da mente,
sempre a serviço de sua humanidade,
que não era um nem dois apenas,
mas seu espírito inteira  fraternidade.

O pequenino, magrinho,  clarinho,
veloz feito vento, seduzia e amava,
tudo que lhe aparecia pela frente,
sem qualquer esforço de seu corpo e de sua mente.

Sua vida  tesouro incomparável
presente do tempo e do espaço,
aos filhos da terra.

Era pai de qualquer um, e não era qualquer
um pai, especial, genial, trabalhador
impecável, Edson foi um silêncio
insolarado para todos da terra,
quem sabe um dia mais que isso ainda.

Por que Edson... agora!
Porque Edson Sempre
pra encher de abraços
os braços eternos de sua gente.

domingo, 6 de junho de 2010

Mulher antiga


Antigamente era assim:
Ele recebia noticias dela e nem a conhecia ( noticias virtuais, nem foto tinha)
É moça direita. Ponto final.
Ela ouvia falar dele vagamente.
É trabalho, ou moço de familia.
Então os dois gostaria de ficar sozinhos. Tirarem suas roupas
e descobrirem os segredos do corpo (tentar, não conheciam detalhes do corpo alheio
e nem mesmo peculiaridades e importantes funções do próprio corpo
(mal ouviam contar estórias sobre a ladainha dos corpos)

Ele tomava a decisão:
Ir na casa dela, falar com o pai dela ( mãe não dava palpite, nem ela também.)
Ele foi. Se tinha um sobrenome e uns bons trocados, valia um jantar.
se não era tratado de cara feia ( mesmo por quem só puxava o gato pelo rabo).

Ela tinha l5 irmãos, os pais, os avós, 7 tios, alguns primos, ainda uns chicretes
colados neles e todos jantaram juntos, sentaram na sala juntos conversaram juntos, foram para a varanda juntos,
e se despediram no portão juntos. ( ficar sozinhos, só depois de casados à papel.)
Mas ele e ela já tinham trocado olhares secretos e queriam muito isto
já estavam desde outra encarnação sozinhos, credo.

Ele a tinha pedido em casamento. Ela concordou sem sorriso mas cheia de contentamento.
Bom, comunicaram a vontade dos dois às autoridades civis e religiosas do planeta,
convocaram uma grande plateia e realizarão o ritual do casamento.

Tudo foi perfeito: Ficaram sozinhos, por 60 anos, juntos e tão sozinhos que
fizeram l4 filhos e nunca mais ficaram sozinhos de novo, porque esta prole
se multiplicava continuamente.

Ele já cruzou os 80 e ela está cruzando.
Disse-me que se Deus tivesse outra vida, não queria,
que se não casasse com aquela mulher, jamais se casaria com outra
que se ela o deixasse, ficaria sozinho para sempre,
"Não há outra igual a ela, disse ele " Marido mais melhor que este não existe, disse ela."

Depois desta imensa complicação os homens resolveram simplificar as relações:
Para se ficar sozinho com alguém e tirar as roupas e fazer aquelas coisas,
não se precisava pedir a ninguém, nem comunicar a autoridades,
nem fazer ritual, nem chamar os amigos e gastar a festa.  Era só escolher um motel
escolher a moça, nem precisava ser  muito direita
e passar seis longas e interminaveis horas no motel
gastar uma montanha de dinheiro e outras reservas do mês
Assim o motel entrou em alta. Era Xiq e nem precisava escolher,
bastava dizer o nome do motel para se entender que
era um cara bom.

Mas vieram os inimigos do motel, amigos de Deus e da  preservação
dos paraisos pessoais, pertencentes aos criadores.
Primeiro a camisinha de força, de forca,
o estrangulhou. Depois veio o golpe final:
A orgia frenética do futebol...

Aqueles grandes e possantes  Deuses, gregos,  troianos,
romanos, fenicios, egipcios e até os modernos anglicanos.
em selvagem combate corpo a corpo
brincado com a bola...
Semi nus no palco levavam os homens ao delirio,
esqueciam o motel e ela, principalmente ela,
que passava 3 horas na frente do espelho,
brigando com suas rugas para competir com o futebol.
No campo iam todas as reservas do mês,
dinheiro e gritaria, tempo e disposição,
chegavam mortos de cansados e tristes ou eufóricos,
caiam na cama e dormiam angelicalmente.
No dia seguinte, na semana seguinte,
estavam ocupados com os próximos embates.

Isto tudo gerou insatisfação...
ela foi ficando cada vez mais longe, longe, longe,
ele parecia não ligar,
ela ligou a tv e via todos os filmes,
se apaixonava pelos atores e ele, bom sempre tem outras coisas para fazer.

Quando perceberam tudo já estavam sozinhos,
cada qual com seu armário de coisas,
a chave, ( trauma de antigamente) e isto parece bom.
ser livre mais que livre independente.

Um dia ele ficou com saudades, ela também.
até chorou. Ligou para ele e disse: venha urgente, por favor,
ele disse vou, meu amor.

Correu para o computador e o ligou
pensou que ela faria o mesmo e  ela fez.
mas correu para o espelho... demorou 3 horas para voltar,
e quando voltou estava linda
para o seu cantinho preferido o msn!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Apresentando o cupido ( Maria Melo)


Ele tinha seis namoradas.
Todas raposas caçadoras.
Ele reclamava delas. Eram lindas.
Ele gostava de todas.
Mas vivia muito só. Não as entendia.
Elas também não o entendia!

Um dia bateram ( mãos) à porta,
ele alinhou os olhos mágicos e olhou curioso,
lá de dentro para fora,
sem visitas aquele dia, não estava  bem disposto.
Enquanto examinava a bizarrótica criatura plantada
do lado de fora ele
perdeu o medo e esqueceu os velhos cuidados,
ensinados por sua avó e abriu a porta:
Antes que ele perguntasse qualquer coisa,
a criatura disse: posso entrar... foi entrando.
Já estava dentro. Ele ainda deixou a porta aberta
e ficou parado segurando o trinco,
até pensou que ela iria logo embora
mas a criatura sentou-se
no sofá com uma estranha sacola no colo.

Dentro da sacola, uma peça ainda mais estranha,
maior que a sacola, deixava ponteiras para fora.
Ela disse: sou isso sou aquilo, mais isso, menos aquilo,
se me der um copo com água eu prevejo seu futuro.

Ele não entendeu mas percebeu que ela tinha sede.
Pegou água para ela ( a criatura)
Vou ajudá-la disse ele, bebeu antes
um pouco da água do copo e depois
deu-o para ela. Bebi um pouco para ajudá-la,
porque sua chance de descobriu o meu futuro,
está na casualidade de eu querer saber o seu
passado.

Tão logo ele abriu a janela parece que ela percebeu que era dia,
dia claro e logo o convidou para sairda sala.
Vamos lá pra fora, disse ela,
se não for comigo, não saio mais daqui.

Desesperado ele decidiu sair lá fora com ela
pelo menos a colocaria longe da casa dele novamente,
e a deixaria lá por milênios se la insistisse

O que pensariam as pessoas ao ver aquela
bizarrótica criatura na sua casa e se ela não fosse mais embora...
e suas belas namoradas,
ele tinha bom gosto. Apreciava uma boa beleza.
e amava acima de tudo a sua liberdade.

Ela a bizarrótica criatura estava louca para ir embora,
assim que ele abriu a porta, pulou porta a fora,
e ele também.

Sairam os dois sorrindo. Estava cada qual ao seu modo muito feliz.
Ela tinha conseguido entrar, ele tinha conseguido
faze-la sair.

Lá na rua ele mal se aguentava de contentamente
então ela disse: Por favor poderia me conceder uma foto...

Foto.. só se for de costas e de capa, tava frio.
Ui!!!!! exclamou ela, que pessoa! quero uma foto da sua cara,
dos seus olhos, nem precisa ser então da cara...
Olhe para mim, um momento, vou arrumar minha máquina.

Ele sentou no banco da praça, estava tão feliz que até  ensaiou um sorriso,
enquanto ela virou de costas para ir mais longe,
foi subindo numas escadas lentamente,
Ele tão surpreso que não conseguiu ter um único pensamento lógico
naquele bizarro momento.

Ela subiu a escada e começou a abrir a sacola tirou de
lá uma coisa estranha, nada parecido com uma máquina
fotográfica, mas ele estava longe e por mais que estranhasse,
não achou nada estranho... Fazia pose para foto,
e ela fazia pose para fotografar,

Que Susto! Quando ele viu a flecha já estava voando
no ar  e só viu mesmo que acertou o coração.
Ai sim, ele apavorou-se com a dor no peito.

A criatura vinha vindo. A sacola no ombro,
sorrindo. Tirei sua foto.
Mentira sua! Você me alvejou!
O que está pensando quer matar-me...

Pois saiba que não ando morrendo a toa.

Quem é você... ele criou coragem e perguntou.
Tá bom, já que perguntou antes de eu me ir, te digo.
Sou o cupido. Aliás pra você sou cuspido.

Ambos riam, é engraçado quando se encontra
algo mais pavoroso do que a si mesmo
era o que se passava na mente de cada um deles.

Você me flechou meu coração ainda doi.
Sim, mas deixamos as brincadeiras de lado e veja sua foto.
que foto... - a que acabei de tirar...
Não sou cupido, você está vendo coisas,
ou sentido coisas.

Ela a criatura pegou a máquina e começou
a mostrar as fotos para ele. Sim esta é minha foto
Mais surpreso ficou quando viu as fotos
de suas raposas preferidas. Raposas e não esposas.

Mas estas são minhas amigas... Sim
vou dar uma flechada em uma delas para ajudar você
e ter um amor.

Não!!!! tá louco, criatura, não quero um amor,
principalmente amor de cupido sempre famosos pelos enganos
e pelas malicias, muito obrigado.

Mas o cupido  tem ideias irremoviveis
(o diálogo em questão é imaginário, porque o cupido não fala, flecha)
Ele o flechado estava lá com seus botões incendiados,
e buscava uma solução rápido para aquele desconsertante
problema.

Assim pensou consigo mesmo, conversando quem sabe a gente se entende:
deixe me mer seu aparato de flechas
não acredito que  você seja mesmo um cupido de verdade,
e secretamente ele apertava o peito,
seu coração estava doendo.

foram andando para as escadas,
-Pois sou, posso prová-lo, vou flechar uma de suas namoradas,
ao acaso, você não precisa escolher gosta de todas elas
elas todas gostam de você, não é!

De jeito nenhum seu cupido. Não gosto  delas do jeito que você pensa,
são só amigas... não entende... entendo, disse ele,
mas posso mudar isto e transformAR em amor!

Mas vou lhe mostrar minhas flechas envenenadas e voadoras.
Sentaram-se alegremente nas escadas,
O cupido abriu a sacola e pegou a máquina de atirar flechas,
e começou a mostrar tudo para ele.

Eu olho aqui e vejo lá... tá vendo... são suas namoradas,
então pego a flecha afio, lambo e aponto e mando,
e flecha vai direto no coração!
Assim ela se apaixona perdidamente por você,
faz tudo que você pedir e nada pede, vira sua serva.

Mas e se eu não quiser... Ah...
tudo bem você já está flechado,
não pode escolher para você, muito menos para elas.

Deixe me ver se entendi esta armação:
Ele o cupido é meio gente, meio antigo, filho dos gregos,
do Olimpo e um nato trapalhão!

Deu as flechas para ele, nas mãos dele.
Esperto, não... pegou as flechas, arrumou
quase que imperceptivelmente, lambeu e mandou
no coração do cupido. De tão perto que foi,
o cupido desmaio...!
Quem disse que pimenta nos olhos dos outros não arde.

Pobre cupido
ainda hoje flecha por todos os lados,
por causa desta maldição,
procurando o que nunca tinha procurado,
sua impossível e inimaginável metade.

Clarividência... por Maria Melo


Clarividente não sou!
Mas se o elemento em evidência
for muito claro e evidente
posso ver, claro
e-vidente-mente,
através de obscura claridade,
as e-videncias, em clarividências do destino.

Meus Olhos ainda estão meio verdes,
acostumados a penetrar na escuridão do tal céu,
e ver estrelas, tantas quantas ele tiver,
a bilhões de distancias...
e até reconhecê-las em seus
passeios noturnos
podem naturalmente,
sem sacrifício paranormal distinguir
um rosto a 500 metros de distância
no meio de um milhão de pessoas
que mentira...! Nem pense nisto.
Assim como meu cérebro faz os mais complicados
cálculos matemáticos antes de
atravessar uma rua...ou antes
que caiam os primeiros pingos da chuva...

Clarividente, não sou, sou atenta.
mas isto tudo é conversa fiada!

Voltamos para a lei das probalidades.
Um simples encontro nas condições
em exame... numa rua como a rua das flores
na hora do movimento, no meio da semana...
sem chuva entre pessoas pre determinadas
tem 01 chance de acontecer contra
aproximadamente 25 "quinquilhões" de chances
de não acontecer.

Clarividente pra que...!
Se, às vezes, não consigo
nem ver o que está na frente do nariz.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A saracura e o menino


A saracura na beira do rio
O menino a espia-la por entre as ramagens,
queria pegá-la!
A saracura andava a passos lentos
procurando uma saída...
o menino se aproximava sorrateiramente,
E as águas do rio  vorazes às vezes famintas
às espreitas, turbulentas.

Pobre saracura não sabia voar
e ouvia o menino dizer baixinho quase para si mesmo:
"Não vai voar, não voa não, a sa a cura não sai do chão"
E ela apressada... seu estranho piado
queria mesmo era chamar a mãe,
chamar o pai...
é isso que todo filhote de passarinho
faz quando cai do ninho.

Piava cada vez mais veloz
e seus passos quase paradas.
Precisava voar... o menino continuava a caminhar
cada vez mais perto das águas,

Ele queria pegá-lo, as águas queriam pegá-lo.
Eram dois filhotes.
Ele o filhote de saracura,
tinha caído do ninho e o menino
escapado do caminho,

De repente ela a saracura voou e pousou
longe das margens o menino se virou
e dizia baixinho
não vai voar, não voa não,
sa a cura fica ai no chão.

Ela cantou e cantou até todos ouvirem
A mãe não conhece todos os perigos
que rondam a vida de seus filhos,
mas tem prece em todos os lugares
e aparece quando alguém precisa.

A saracura disse ao menino:
você me ensinou a voar
você me obrigou a cantar,
você me fez te amar...

e voou muito mais para perto dele.

As lembranças da infância quase selvagem,
digo quase porque os bichos me domesticaram.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Às portas do paraíso...


Ainda era paraíso, me lembro bem.
Uma parte lá fora, outra parte lá dentro.
Os homens caminhavam ao redor, indecisos,
lá dentro as mulheres choravam também.

Por que ele por que eu,
se nada fizemos de especial,
nascemos aqui, desde que nos lembremos,
somos o que são todos os outros animais.

Por que eles também, se nada sabem,
nem das serpentes e nem das maçãs
são feitos de terra e zinabre,
e da luz que percorre as manhãs...

Não tem respostas, tem silêncio.
que sibila sobre os telhados,
mas todos somos inocentes,
até que sofremos o primeiro pecado.

Finalmente a verdade foi clara,
estes vão, aqueles ficam, ninguem diz nada,
elas correm, eles voam ao grande portão,
abraçar e beijar o ferro gradeado.

Suas bocas procuram o calor da vida,
suas linguas e dentes ferem as grades,
em ferro em aço, dormentes
se desespereram amantes ardentes.

A separação: finalmente separados,
finalmente livres, podem
voar outros descampados,
construir roças e criar filhos,
sem jamais serem lembrados.

Nem mesmo o abraço do Adeus,
o corpo escondeu no seu desejo
levar consigo na memória,
a saliva do último beijo.

Nada, tudo se apagou... ela ainda tentou,
milênio e milênios seguidamente,
tirar dele uma única lembrança,
e fazer-se feliz eternamente,

Mas paraíso é para isso,
separar o que surge unido!

VII campeonato mundial de hap ki do em Curitiba - artes marciais

You are welcome



Good morning everyone who comes to visit me, today... Thank you and have a nice day.



Agradeço o carinho da sua visita... Visitam este blog Brasil, Estados Unidos, Israel, França, Portugal, Antilhas Holandesas, Alemanha, Georgia, Coreia do Sul, Canadá, Malásia...Moldavia, India, Rússia, China, Turquia, Luxenburgo, Reino Unido, Ucrânia, Hong Kong, Itália, Austrália, Arabia Saudita, Argelia, Jersey, Peru, México, Slovenia, Ucrania, Macau , Emirados Árabes unidos, Egito,Argentina, Líbia, Romenia, Holanda, Marrocos, Ruanda, Japão, Angola, Indonésia, Senegal, Suécia, Cabo Verde, Belgica, Ucrania, Letonia, Kwait, Iraque, Polonia, Irlanda Brunei,Macedônia, Vietnan, Venezuela e Siria Welcome and I am glad... back again!...
e convido você que ainda não o visitou a visita-lo também.