terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mellinde II

Porque esta fome de escrever é mais voraz que fome do estômago,
que a fome de amar, que a fome de ser
e enquanto ele dorme tão do lado e tão distante eu sigo a sinfonia dos seus sonhos,
pra saber onde andará, quando foge de minhas mãos.

O Homem na praia olhava a montanha de pedras pontiagudas e hostis
diante de si,
lembrava a folha da bananeira com a mensagem da moça perdida no tempo,
Poderia escrever nas folhas do copo de leite, da taioba, até na batateira,
mas na bananeira... é muito dificil de se escrever....e impossível de se ler.

Não sabia onde tinha enterrado seu cavalo,
se seu cavalo nadava no fundo do mar ou voava por cima,
se tinha asas... ou garras... ou nada tinha.

Por fim um  soco eterno no estômago lembrou a vida,
encontrou rostos amigos, explicou que podia fazer algo
para ajudar se lhe  arranjasse comida...
Tudo na mesa, do bom e do melhor e ainda queriam ouvir estórias,
pena que ele não se recordava de nada,
não conseguia nem mesmo inventar, aumentar, incrementar
o mais simples conto.

Mas falou da moça estranha que conheceu num sonho.
Não sabia que a gente podia conhecer alguém atraves dos sonhos,
gostei desta... tem cada coisa no meu sonho...
E todos tiveeram motivos para se familiarizar com ele.

Tão logo encheu a barriga foi fazer o prometido, limpar
tudo por ali... depois subiria a montanha
Fez e partiu.
Procurar uma pessoa homem que tivesse uma juba de leão,
Mãos grandes, pes grandes, cabelão, dentão era facil
achar uma criatura assim.

Os leões apesar de atentos dormem muito. Comem o que querem
e nada tem a discutir nem a dever com ninguém.

Ainda durante a escalada lembrou da folha da bananeira,
mas jamais se lembraria dos riscos dela,
como não havia outro jeito tinha que entregar a mensagem
escolheu a flor da bananeira, aquele quase coração vermelho,
bonito e sincero pendurado na árvore.

Ainda olhou para Mellinde lá longe,
crianças subiam-lhe pelas pernas, pelo ventre,
pelos peitos, braços, ombros, puxavam seus cabelos,
enfiavam-lhe os dedos nos olhos...
tricotava o avesso de sua alma, na mesma pedra,
onde muitas gerações floresciam e  sumiam...
Mellinde se prostava a enterrar-se ainda que viva e dolorida
o primeiro século  depois de Cristo,
era um tempo absurdo para se dar qualquer passo.

Vê-la ainda lá lembrou sua obrigação encontrar o Leão,
Serve aquele concluiu ele.
Nem tinha juba ou pata mas tinha um olhar calado e de grande peso.

O mensageiro de copas disse:
Trouxe-lhe uma mensagem de uma moça chamada Mellinde,
que vive no primeiro século depois de Cristo...
Deu-lhe o coração,

O homem olhou bem... Não conheço ninguém neste endereço.
mas vou investigar muito bem.
O que esta tal de Mellinde quer...
O mensageiro se calou. Bem que sabia, era uma carta de amor,
Ela quer o senhor... devo leva-lo comigo, ela o espera.
Mas se dissesse isto, poderia ser atacado,
ninguém leva ninguém, muito menos um Leão.

para o futuro até pode se ir... para o passado, não.

Examinado o coração o homem leão decidiu comê-lo.
mas o coração já tinha algumas mordidas anteriores,

Estamos casados.

Os matemáticos, os físicos, filósofos, os mágicos....e os meta tudo isto...

Eixo X,
Eixo Y.
ponto O
Negativos, positivos,
mais  e menos infinito.
Curvas e retas,
semi circulos, dependurados e retas invisiveis,

girando da direita para esquerda,
para baixo, para cima,
tridimencional, penta, hecta...

frações, inteiros, tempo, espaço,
tudo varreram, tudo varrerão,
em seus compassos e passos perfeitos,
agora com potentes máquinas.



Einstein e Deus... formulas mágicas...
guerras, arte, paixão, tudo, qualquer coisa,
dinheiro, fortuna herança,
dança, balé, criança!

Vida é viva, muito mais viva que eu,
mas eu tenho um detalhe assustador. Eu morro!
e se morro sou um perigo fatal,
porque quem morre some!

Porque tanto desespero...
tudo se pode ter ainda que seja numa pequena vida
com grandes milagres...

viver é o exercicio  da realidade e a realidade
é uma confinua metamorfose de sonhos...

Mas esqueci... o que eles procuravam mesmo....!!!!!!!!!

Mellinde

a Mellinde nem princesa, nem cinderela,
nada que tivesse escrito nalgum canto,
era uma criatura viva e dolorida,
que nascera pelas bandas do rio,

e crescera arrancando espinhos dos pés,
macetando os dedos nas pedras...

Mas virou uma coisa cobiçada,
cobiçada por si mesma, cobiçava algo.
que nem sabia se existia ou não.

Provalmente tanto para a esquerda, quanto para a direita
haveria um reino, reis, guerreiros, conquistadores,
herdeiros, senhores,
talvez haveria alguém que conseguisse arrancar
do peito aquela milenar e feroz ausência.

Porque ela bem que via
de sua moita intocável, ao raiar do dia,
aquele cavaleiro branco, com um chapeu de copo de leite,
na cabeça e uma franja grande
passava sempre  entre os trilhos da floresta,
Levava carta, mensagem.

Para quem... esperava ser para ela...
mas ele passou duzentas vezes sem nunca vê-la...
(exagero dela) talvez 5 ou 10,
para quem espera uma carta,
é tormento a espera.

Ela não sabia ler. Bastava entretanto receber a carta,
em caso de amor, apenas as boas noticias se mandavam.

Ninguém lhe escreveu... Só os muito nobres podiam escrever algo,
ou ler algo ou receber uma mensagem... mas ela não sabia disso.

O mensageiro passou para lá, para cá... muitas vezes, nunca tropeçou nela,
Mellinde já morava nuna grande pedra, para vê-lo de longe,
se procurava por alguém por ali... Ele seguia... nem olhava para os lados.


Onde estaria o seu amor...

um século depois de Cristo
O futuro quase sempre inimaginável rondava a todos.
Então ela decidiu escrever uma carta:

Às vezes o cavaleiro de copas vinha no sol.
Ela pensou que se escrevesse numa folha de bananeira,
sería muito legal... faria sombra,
para ele nas horas mais quentes.

Para o ano 2005, maio, 14...nas encostas
do mar... Rasbiscou com um graveto, feriu a folha,
algo absolutamente intraduzível,
aquilo que estava no coração... pensou e escreveu!

E foi para a pedra esperar o cavaleiro de copas passar e ele veio assobiando
no seu cavalo  branco, sempre levava boas noticias de amor,

Quando ela o interditou com outro cavalo de uma outra cor,
não tão nobre, mas muito bom,
Preciso enviar uma mensagem... Surpreso ele
perguntei cadê... ele lhe deu a folha da bananeira
está aí, tudo escrito...

Que idioma é este, não conheço... Importa para o senhor...
Mas quero saber que mensagem levo... é uma carta de amor.
Onde está o seu prometido... Não sei disse ela,
está neste ano, neste mes, neste dia,
nas encostas do mar...
Ele riu, será que não sabe mesmo que uma cavaleiro de copas,
não anda nem no passado  e nem no futuro,
mas que so pode andar e levar mensagem
num determinado espaço físico... presente....

Não sei onde está 2005...
Mas diga pelo menos o nome dele...
Ela respondeu sorrindo... Pode ser Jorge, João,
Sei apenas que é forte como um leão.

O cavaleiro mensageiro decidiu entregar a mensagem,
para o primeiro que encontrasse,
ele nunca encontrava ninguém...
Os homens viviam nas batalhas.

Quando ele pegou a mensagem e ficou a pensar olhando os riscos
na folha de bananeira... as pedras começaram a rolar,
sob as patas do seu cavalo...
e Mellinde sobre a grande pedra se transformava, ora em muitas,
cidades inteiras nasciam e cresciam nos vales,
ele cavalgava estrelas e luares,
sangue lágrimas e olhares, ele voava,
Mellinde continuava sentada na grande pedra,
seu sorriso povoava o cume das montanhas,
Parecia brincar.

De vez em quando ele sentia a impaciencia dela,
o tempo continuava a passar,, . a folha verde na mão,
procurava  pelo homem forte feito leão,


Muitas cidades tombaram, igualmente o sonho
e o sangue de seus habitantes,
cresceram cipós e samambaias,
dentro dos salões de festas  e nos
aposentos das damas.
A pedra de Mellinde continua no mesmo lugar,
a mesma lua, tanto de dia quanto de noite,
o mesmo brilhar no olhar.

O cavalo branco morreu ainda pelas bandas do mar,
o cavaleiro de copas perdeu tudo
até seus documentos ficou lá pela praia,
procurando justificar sua existência.

Mas a bananeira, a sabia bananeira,
não esqueceu seus ferimentos,
lembrou o homem seu juramento:
Entregar a carta em 2005, lá pelas encostas do mar,
dali da praia ele até olhou e viu ainda Mellinde
sobre a pedra,
tricotando seu coração... nos seus longos dias de espera.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Exercicio da Espiritualidade II - terror - O cemitério

background Jung
cenario: Um cemitério,
um cachorro, pessoas.

Outros elementos se apresentam no meio da cena.

como ver: Imaginação, um pouco mais de esforço, oniricamente,
muito esforço: participa do cenario.

Vamos lá:
- Aqui o morto será tratado com a mesma dignidade dos elementos naturais.
isto é, sem sua peculiar capacidade de praticar o mal ou o bem,
nem  acusar nem se defender...
não se  pronunciar.

A rosa viva perfuma...as pétalas mortas, não.
outra flor, flor do perigo,
fere a mão até do melhor amigo.

O cemitério é apenas um memorial.

A frente  está a área nobre,
sobrenomes, japonês, alemão, chines, italiano e até frances,
Túmulos de aproximadamente 1,5  metros quadrados, subterrâneos,
para quatro moradores,
fechados com mármore, roseo claro, azul cinzento, verde musgo,
são belos e limpos.
alguns trazem esculturas de artistas famosos.

Outro modelo o túmulo áereo,
para quatro moradores, nobres também.
sao bonitos bem, cuidados, com flores artificiais.

seguindo em  direção aos fundos,
pelas pequenas ruelas,
os túmulos vão decaindo, quebrados, tortos,
esbarrancados, alguns exibindo os ossos,
e as caveiras, caixões quebrados, lá dentro
flores de plásticos por todo lado, lá fora.

Vira um ruela, outra ruela, todas são iguais,
certas partes são úmidas e mal cheirosas,
e  no final,  além do muro do cemitério, grandes árvores,
bonita passarinhada a cantar, e um belíssimo por de sol,
entre o verde da tarde.

A última estância é dos indigentes, depois de todos os  bem pobres, é claro.
Um gavetório pequeno e de concreto, empilha os mortos,
sem dono... ficam alí por alguns meses, até perderem suas carnes,
depois seus ossos são rastelados e jogados
no ossário. que um buraco de concreto, com
um enorme corrente e um cadeado.]
Sempre trancados os ossos ficarão por lá.

Mas ainda há curiosidades sobre o cemitério.

À noite, milhões de ratos e baratas,
nos dias de chuva um fedor insuportável.
Também há um pacto entre os vivos lá vivem e trabalham:
Não pegam nada, dos mortos.

Explica-me: Está flor curiosa que nasceu aqui,
não é de plastico como todas as demais.
É a única lembrança da vida que este morto,
consigo traz.

Cuida dela, toda sua eternidade,
Ele o morto está sempre sentado lá,
nada tem para fazer a não ser cuidar  de uma simples flor.
Cada qual tem suas riquezas pra cuidar.

Definido e explicado o cenário  cemitério
passaremos a outra parte da história.

Daqui alguns minutos chegará ao cemitério
um grande e exagerado figurão,
Morreu, Num restaurante da cidade,
durante uma comemoração.
A cidade, está a chorar,
alguns guardam um riso secreto entre os ferozes dentes,
gastarão e imensa fortuna,
deixada involuntáriamente.

O defunto é muito nobre, e seu tútumo já está preparado.
Tem missa de corpo presente e muitos amigos e parentes,
Uns choram muito, não herdarão nada,
O povo está chegando cada vez mais, muito elegante,
aos suspiros e olhos vermelhos,
óculos escuros e chapeus, por causa do sol da tarde.

Os dois vigiais decidem dar uma busca no cemitério,
um poucos minutos  antes do ultimo adeus do nobre morto.
Considerando a importancia do falecido é bom que tudo
seja visto com muito rigor.

Vão seguindo as ruelas, olhando todas, da direita e da esquerda,
porque até tem vagabundos que gosta de passar as tardes
no cemitério. E se chega a pensar que são eles que arrombar alguns túmulos,

Os guardas vão vagarosamente olhando tudo.
Ouvem o tirilindar das pequenas plaquetas, presas ao concreto,
que guardam uma identificação passageira do indigente,
presas um único parafuso
que tocam uma estranha música
enquanto eles passam... Escrevendo, nem assusta
mas ouvindo realmente é  muito estranho.

Quando eles param subitamente ouvindo um tropel alvoroçado.
esperam com as mãos nas suas armas de fogo...
surge no meio dos túmulos, uma cadela grande,
abocanhando uma cabeça, também grande, cabeluda,
cabelos lindos, ainda,
A cadela carregava a cabeça de um defundo,
prendendo-a  aos dentes pelo queixo e a boca,

A cabeça estava fresca, era novinha,
talvez fora enterra naquela manha, provavelmente,
num acidente ela se separou do corpo.

O concreto do túmulo ainda estava molhado e a cadela o esburacou
e furtou a cabeça do falecido.
A cadela ao perceber os vigias disparou com a cabeça na boca,
os vigias com suas mãos nas ármas
dispararam a correr atras dela...
Diziam baixinho: Larga, Larga, ela a cadela rosnava,
algo intraduzivel para eles,
assim prosseguia a correria no cemitério,
os homens correndo atras da cadela que cada vez mais se proximava
do velório.

Até que em plena missa de corpo presente surge a cabela,
com a cabeça na boca, bem diante de toda gente,
que por mais que sofra, ainda é muito inocente.

Todos olharam e queriam fugir para algum lugar,
se apertavam uns contra os outros, e alguns mais loucos,
subiram em cima de outras túmulos.

Os guardas diziam baixinho: Larga, Larga, larga ela.
a cadela rosnava. e procurava se esconder entre as pessoas.

Por fim no meio de pânico a cadela soltou a cabeça.
Todos estavam muito apavorados.
O pedreiro... aquele cara imprescindível em qualquer velorio,
estava presente e pronto.
Pegou logo um pá grande, uma luva amarela e foi catar a cabeça cabeluda
do morto. Colocou a pá e saiu andando... O outro pedreiro pegou um balde
de concreto e  o seguiu.
Os dois vigias ainda com as mãos sobre as armas também fazia parte do cortejo.

Lá bem distante o buraco onde estava o corpo...
ele o pedreiro, não quis conferir nada,
jogou a cabeça lá dentro e o outro colocou a massa.
Os vigias só olhavam. Davam segurança.
Tudo terminado. Voltaram ao velório  do nobre homem.
para repetir repetidamente a mesma ação,
enterra-los e mante-los lá.


Não houve reclamação alguma contra esta
situação, não houve boletim de ocorrência, nem outras providências,
contra quem quer que seja.

partes relatadas e partes concluidas para
completude.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Exercicio da Espiritualidade


Originalíssimo, lindo e simples,
criado por Maria Melo e seus personagens.
Background é Jung
isto é, o exercício se passa numa atmosfera onírica.
Pode ser visto por qualquer pessoa do mundo.


Composição do cenário:
Uma árvore de Ipê Amarelo,
porque é uma árvore  magrela, muito florida
de inverno-primavera.

Uma árvore da minha cidade,
isto é de onde escrevo e sua estação.

Uma corda... para se pular.
presa na árvore.
Personagens de Maria Melo
neste palco, peixe Poseidon e Layla.
O gigante Peixe e a pequeníssima Layla,
Vamos chamá-la aos 11 anos de idade.
para pular corda, exercício diário
para agilizar a musculatura do seu corpo.
Para bater e girar a corda,
presa no Ipê amarelo, chamaremos Poseidon,
um peixe que gosta de brincar com crianças.

Recapitulando no palco
Uma árvore de Ipê Amarelo, magrela e florida,
uma corda, Layla e Poseidon.
Você está vendo é muito simples.

Poseidon começa a bater a corda bem devagar,
Layla faz como todo mundo faz  já fez ou fará , começa pular a corda,
depois mais rápido e mais rápido.
Enquanto se bate a corda e Layla pula a corda,
As flores amarelas muito frágeis do Ipé
caem sobre ela. É muito bonito e muito simples.

A árvore é linda,
a corda é suave,
Layla e Poseidon são maravilhosos.
é Você  que vê também é lindo(a)! Pronto.

Esta cena se passa muitas vezes, todos os dias,
Layla  demora muito para crescer
e isto parece que aflige alguem.

Poseidon é paciente mas acaba desistindo
de bater a corda, na sua frente...
Layla como toda criança, nunca se cansa de brincar, revolta.
Pisa na corda põe a mão na cintura,
e faz uma cara de inesperada leveza.

Poseidon vai levantando e movimentando a corda,
a menina continua sobre ela,
a corda vai girando e Layla
começa a caminhar na corda bamba,
que faz ondas se elevando,
Layla continua brincando,
seus pés deslizam suavemente sobre a corda,
que ao girar mais rápido,
fica quase transparente e Layla não se importa,
é tão leve que nem nota que saiu do chão ela e  a corda,

Ora na ponta do pés, ou do pé
com as mãos na cintura  ou para o alto,  Layla
corre atras das flores amarelas  que caem
quando um leve vento passa por elas
e elas, a flores, querem segui-lo!

Poseidon gira  a corda  na árvore
e Layla também gira em torno   do florido ipé amarelo.
Assim Layla pratica
seu exercicio de espiritualidade,
e você pratica o seu.

Os personagens são espirituais, criados por Maria Melo,
arttisticamente preparados,
para serem vistos e admirados, amados, aplaudidos.

Para criar este exercicio de espiritualidade, usei a gosto
a linguagem cinematográfica, sem a concorrência
do princípio da materialidade
e a versatilidade dos personagens espirituais.

Para ver a cena espiritual
basta alguns minutos de meditação ou
até mesmo imaginação...
mas com um pouco de aprofundamento,
pode sim, sentir a cena e
participar do palco.

O último personagem a entrar em cena
é um pássaro... ele canta e
 Amém! Terminou.

domingo, 19 de setembro de 2010

meio poeta



Tu és meio poeta:
significa que já morrestes de alguma dor, algum dia
és meio poeta, assim mesmo
significa que já renascestes por amor
sem rumo e a esmo,
mas com lume de si mesmo
Morrestes e renascestes,
tu não cantas e nem choras,
mas teu coração bate tanto e desesperadamente,
por tanto amar,
que se ouve lá de fora
e ao ouvir, dirão:
sem engano de outrora...
que estás a poetar
novamente,
o "eterno eu te amor"
de agora.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

cometa

Quando eu digo que te amo
Tu me olhas
com um rabo de olho enorme
O teu olhar é cometa brilhante,
que passa veloz e razante
a burilar  meus olhos.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A sua aparência - parte II - Maria Melo

Ela ainda se lembrava.
Parecia que ele estava fora do eixo.
esperando um evento.
Quem sabe mesmo a chegada do seu namorado...
nos próximos dia.
Talvez quisesse atrapalhar o seu tão desejado romance.

Mas no  fundo dos seus olhos e das suas palavras
havia uma grande inoscencia...e uma enorme incoerência...
a simplicidade dos grandes  acontecimentos
que surpreendia qualquer dúvida...

O dia  prestes a acabar a levou de volta para sua casa,
Nem lembrava mais do rapaz.

Quando o telefone toca aos berros novamente.
Ele atende e ele diz:
Oi meu amor... estou novamente parado em frente a sua casa,
estou vendo que a luz da sua cozinha está acesa
e quero  saber qual vai ser o nosso jantar...

Ela disfarsa nenhuma vez disse a ele em qual das 20 casas
próximas ela morava... muito menos onde ficava sua cozinha...
Então provavelmente ele olhava a casa errada...
mas a luz de fato estava acesa... ela só não concebia
de onde, de que parte da rua ela poderia vê-la....

Ela diz... Ah, querido, não estou em casa,
se acaso a luz da cozinha parece acesa, devo ter esquecido.
Onde está você... perguntou ele
sem nenhuma ansiedade.

Ainda estou na casa dos meus pais...
Não sei a hora que voltarei.
Está bem... eu já imaginava. Só queria confirmar e tambem
avisar que estou indo trabalhar.
Vou dirigir o trem a noite toda.
Feliz trabalho, então falou ela.

Domingo, a gente se vê. Falou ele.
Vou cuidar muito bem da sua vida.
Eu juro pela minha própria vida.
Ela se assustou, não fale assim, por favor.
É verdade, você é tudo pra mim. Insistiu ele.
Desligou o telefone mandando muitos beijos.
Ela riu. Estava em casa, mas não poderia atendê-lo
nem mesmo vê-lo de longe, ela queria.


No dia seguinte  o namorado dela poderia chegar,
Ela estava realmente muito feliz com a chegada dele,
mas preocupada... toda vez que se aproximava da rua,
tinha que examiná-la atentamente
para ver se ele estava ou não por perto...

Ele parecia querer grudar nela,
ela sentia isto quando ele se aproximava dela,
nos poucos minutos que caminharam juntos,
e até mesmo por telefone... percebia sua intenção na voz.

O namorado não chegou naquele dia combinado,
mas ele o estranho ligou 4 vezes durante o dia para ela,
nada disse sobre visitá-la, novamente,
parecia mais calmo e mais seguro.
Falava com ela sobre coisas comuns,
do que sentia, de como se sentia feliz,
podendo namorá-la e fazia planos de viagens.


A noite, quando seu namorado verdadeiro ligou,
ela estranhou a voz... demorou para reconhecer...
e estranhou o comportamento dele
A falta de intimidade que ele, o namorado tinha com ela,
lhe pareceu surpreendente.

Amanhã estarei contigo, disse ele,
E ela imaginou toda fantasia de um grande amor
colocou tudo dentro daquele amor simples,
diário, sem ocorrencia de nada excepcional.
E guardou para si mesma porque
com muita estranheza descobriu
que não tinha quase nenhuma intimidade com seu namorado.

Mas o adorava,
sem palavras ou sem razão, simplesmente o adorava,
5 anos de amor pequeno,
de paixão vazia, coração morno,
ela simplesmente o devorava, o bebia,
todas as noites se fosse possível,
mas não era. Ele o namorado era arredio,
quase nunca falava nada
nunca pedia nada, mas gostava dela, isto ela sabia.

Dia seguinte Ele chegou cedo.
Tão cedo e calado como sempre.
colocou  uma pequena sacola no canto da sala e disse...

Vim de longe, estou cansado,
queria um banho e uma cama já,
mas vou sentar e conversar
mas preciso contar um sonho que tive:
Dormi durante a viagem,
você sabe que o bom pedaço desta viagem fiz de trem.
Queria fazer umas fotos e fiz, depois te mostro.

Mas acabei dormindo e sonhando.
Sonhava que passeava com você, pelas ruas da cidade,
e você sempre tentando escapar de mim,
Dizia-me sorrindo que gostava de outro,
tinha outro namorado...
que não me conhecia e eu tentava falar tudo que sabia sobre você,
mas quando me lembrava, a voz não saia
e quando a voz saia,
não dizia o que meu coração mandava.
e neste tormento eu  comecei a acordar
e cabaleando nos vagões do trem,
disse a você que não importava onde você quisesse ir
eu te levava... porque eu dirigia o trem.

Ai você ria, gargalhava e dizia que no meu trem você
não andava porque eu nunca tinha dirigido um trem.
O fato é que no meu sonho passei a noite
dirigindo um trem, numa serra cheia de desfiladeiro
e escuridão. O trem descambava, apitava, freava e disparava novamente,
noite a dentro numa gritaria infernal de aço e de pensamento.

Como se não bastasse ainda sonhei que fiquei
horas na frente do seu portão e você não chegava.
Que aflição que senti...nunca tinha dormido,
durante uma viagem de trem... sofri muito
por isso quero saber se você quer se casar comigo.
Porque eu aceito casar com você...
até pela vida inteira.

Aceito sim, disse ela...
(agora eu te aceito, te conheço melhor)
e sou feliz com você,
do jeito que você é!

O coitado era rei - Maria Melo

Nasceu rei...
Nem  conhecia a imensa lista dos seus antepassados reais...
Seu trono não precisava principe.
Só tinha ele de menino, de criança,
era facil. O rei morreu antes dele nascer,
portanto já nasceu rei.

Todos o amavam e diziam sempre
Que coisa mais linda, este rei menininho,
ele queria mesmo era fazer bobagem,
mas se era rei, era cuidado, como tal.
e ficava o dia inteiro muito bem rodeado,
de tudo que fosse o melhor,
o melhor era escolhido pelos melhores sábios,
e ainda testado, antes
de lhe ser concedido.

A vida no seu trono seguia tranquila,
seu povo feliz o amava tanto
que suportava tudo por causa dele,
todos que nasciam queria viver para sempre
só pelo gosto de ter um rei como aquele.

De fato muita prosperidade,
e todas as formas de riquezas  minavam por ali...

se o tal rei da felicidade não resolvesse meditar,
Ora que bom que nunca soube ser outra coisa,
só sabia ser rei, nunca precisou ninguém lhe ensinar nada,
sempre as coisas boas lhe viam
e também as boas coisas iam dele para seu povo.

Mas um dia descobriu o mundo,
descobriu de um jeito pesaroso,
queriam destroná-lo, um outro povo
sem amor, que viviam por outros lados do mundo.

Mas não chegaram a tanto,
perceberam que não havia nada de interessante naquele trono,
ser feliz era um bobagem de criança,
e quem se interessaria por felicidade...
não serve para bom negócio,
melhores negócios são aqueles vindos da aflição e do desespero.
Traz muito lucro as desgraças...

Mas o Rei, este sim, viu a infelicidade do mundo...
Sou rei de um lugarzinho que fica lá fim do beco,
ninguém me conhece, se não meu povo,
que chamo pelo nome,
até aqueles que ainda não nasceram...

Quero mesmo é ser um rei do mundo
Que me conheçam e que me amem... assim serão felizes,
Ele estava certo, porem deserto.

O Rei Era lindo, nunca ninguém lhe atribuiu um só defeito.
Se era ou não era perfeito... não importava,
Brilhavam seus olhos, feito estrelas,
sua voz feito brisa do mar,
seu pensamento edificava até as árvores da floresta,
e a primavera nunca deixava de florescer,
porque o rei dela cuidava, também.

Decidiu deixar o trono.
Poderia entregá-lo a qualquer outro homem,
porque sua convivência de rei,
ele havia aprendido com todos os filhos daquele trono.

E todos sabiam perfeitamente como administrar um reino.

O rei partiu... Deixou tudo que era seu
e foi aprender sobre os outros estranhos mundos,
que o cercava.

renunciou às suas riquezas externas
mas ainda assim continuava ser rei porque não sabia ser outra coisa,
nunca fora outra coisa.

Escolheu um povo distante, tão longe
que dele jamais teria noticias...
que não conhecia rei, reino, ou nenhuma outra coisa parecida com isto.

Arrumou uma casa muito pequena para morar,
assim como muitos, o rei foi viver sozinho.

Assim como todos o Rei precisava de dinheiro,
tinha que trabalhar para conseguir...
precisou de emprego, tinha que pedir...
Mas não sabia fazer nada.

Gastou tudo que trouxe e ficou sem ter o que comer
desempregado e abandonado como tantos,
Cortaram a luz, a água, o telefone, foram cortando,
Ele se desesperou.

Quando amanheceu o Rei fugiu da casa em que morava,
ficou na rua, vendo os homens que passavam,
com uma mochila, um boné, uma roupas bem sujas e velhas,
sapatos arregaçados e olhar meio distante
dos problemas do mundo.

Onde você está indo, perguntou para um deles,
Vou trabalhar na  construção...
Também posso... depende... estão pegando gente pra trabalhar,
o que sabe fazer... Nada.

Então pode ser um servente... servir material para um profissional...
Quer ir agora...
O homem olhou para ele e falou lá você troca de sapatos,
tem muitos abandonados lá,
tem roupas também, sua roupa é muito bonita,
não pode se apresentar assim para pedir emprego de servente.

E o rei foi para a construção, trabalhar
ser um servo de um profissional... exigente.

A sua aparência - Maria Melo

Um dia de mais de 24 horas pra se viver,
mas tudo dentro do normal.

Era dia de sair para trabalhar.
ela vai para o ponto do ônibus,
encontra uma amiga e se põe a conversar:

De costas para ambas um rapaz permanece em silêncio
durante o proserio,  até que não aguenta mais
vira-se e olha para ela do começo ao fim,
da cabeça aos pés e diz oiiii! Ela responde Oiiiiiii!
Foi só nada mais estranho. Nunca o vira por alí antes.

O ônibus para, entram e sentam. O rapaz sumiu de sua mente,
de sua frente. Se confundiu. A viagem prosseguiu tranquila
e cheia de vozes. O ônibus chega ao destino. Todos
descem e ela se despede da amiga e toma um sentido oposto,
vai trabalhar, dois ou 3 km, a pé!

Dá alguns passos e sente um toque no ombro direito
volta a cabeça e vê o rapaz de antes, sorrindo
com uma cara muita estranha que   disse:  posso ir junto com você...
Ela fala: está  indo para onde...
vou pra lá aponta ele. Então pode.
Ela pensa no perigo. Será  que é perigoso
fazer este trajeto com um estranho... às oito da manhã,
em ruas cheias de pessoas... Medo de que...
ser assaltada, sequestrada...
Ela nem pensa nisto e vão andando.

Ele diz: Reconheci você pela voz.
Ela questiona, como se nunca nos vimos antes....
Não sei mas enquanto você falava eu te reconhecia.
Daqui pra frente nunca mais vou deixa-la andar sozinha por ai,
estarei sempre com você. Ela riu tudo que pode.

Serei seu segurança, seu anjo, seu guarda costa,
o que você quiser eu serei
mas sou mesmo seu namorada e pra sempre.

Ele mais que depressa pegou a mão dela que balançava solta,
enquanto caminhavam segurou-a firma
ela deu um puxão mais forte no braço e a soltou.
Ei que isso, largue a minha mão, preciso dela comigo.
Ele se fez de bobo e riu... tá certo, me contento em ficar por perto,

Ele perguntou você me acha um rapaz bonito...
Então ela se  lembrou de olhar para ele,
e o fez sem constrangimento. Da cabeça aos pés,
Que esquisito chapeu, nunca vi um destes antes,
parece um chapeu inventado para o momento
mas os tenis ela conhecia muito bem,
eram iguais aos do seu paí com 9  décadas de vida,
com listrinhas azuis para dizer que era de menino.

Reparou o seu sorriso, seu olhar e falou,
bonito sim, principalmente se for bem educado.
Eu sou. Falou ele protamente.
Mostrou suas mãos o que você acha que faço...
Ela examinou: Nossa que mãos, enormes
fortes, e muito marcadas, não tinham ferimentos
externos, tinham sim características que lembravam
um trabalho muito pesado.

Não tenho ideia do que você faz. Adivinha disse ele.
Não posso. Não consigo adivinhar
Dirijo um trem de ferro, um cargueiro.
Um trem... nossa! E conversaram um pouco sobre os trens e os trilhos,

Ele disse muitas vezes que estava apaixonada por ela,
40 minutos que nos conhecemos e você está apaixonado...
Não sei não, penso que quer me dar o amor  que tens por outra mulher...
Ele jurou que era o seu namorado.
Ela explicou que já tinha namorado,
ele não se importou... mas não está do seu lado como eu estou,
e estarei para sempre.

Ele diz que é o dia mais feliz da vida dele.
promete leva-la para passear onde ela desejar,
promete sustentá-la do melhor jeito possível,
trabalhar muito mais para agradá-la,
ela ri e diz que agora não pode, está ocupada,
ele diz, não faz mal, quando você puder...
Ela ri... pensa:
O que vou fazer... já sei vou virar à esquerda,
e lhe diz: aqui eu fico. Ele parou e disse fico também,
ela pensou... se pelo menos meu telefone tocasse...
mas não tocou e ela decidiu caminhar mais um pouco,

Ele  sugeriu, dá o teu número de telefone
Assim não vou esperar você terminar o seu trabalho,
telefono mais tarde, pegou o celular e ficou esperando.

tanto melhor pensou ela. Vou mentir. Mas não adianta,
disse o verdadeiro número do seu celular, ele confiriu
e guardou o celular.

Hoje a tarde  vou a sua casa
ver o seu computador.
Não, falou ela, minha casa não tem chão e nem parede,
não dá pra pisar nem  entrar.
por que  você não vive nela.. .Vivia. Agora ela está sendo desmontada.
Que ótimo, você pode ficar na minha casa,
bem perto do ponto de ônibus onde a encontrei.

Ela lembra de perguntar que são seus pais,
ela diz: conheço todos por aqui, se me disser o nome
da sua mãe ou pai, eu me lembrarei...
Ele se atrapalha e não diz. Ela percebe e fica quieeta.

Por fim o celular dela tocou e ele perguntou será o seu namorado...
o outro, diga que você está comigo. E ele não te incomoda mais.

Ela falando no telefone:  Venha sim, pode. Estou aqui perto de
tal local, você me vê de longe.
Enquanto isto ele olhava e ria. Um sorriso meio alucinado.

É um amigo, disse ela para ele.
Ah que tipo de amigo. .. É um amigo policial.
Militar, perguntou ele. Não, civil, disse ela.
Ele vem te ver...  está vindo... vou fazer um trabalho para ele.
Trabalho policial... questionou ele. Não, um outro trabalho.
Ah... vem agora... Sim, daqui alguns minutos.

Naquele instante um outro amigo apareceu e o cumprimentou.
Ela falou até mais então estou indo.
Vá sim, depois te ligo... Ela se enfiou rapido no meio das outras pessoas.
Se sentiu aliviada. Depois veio  o  amigo, o trabalho,
as horas passaram e veio a hora do almoço,
Um restaurante lotado,
uma ótima refeição e um bom amigo do lado
e aquele incidente ficou completamente esquecido.

Depois veio a tarde, o amigo foi embora,
tomou o rumo de sua vida e sumiu,
a boa comida ainda dava volta no estômago
e ela já estava completamente sozinha de novo.

Nas ruas deserta de uma cidade longa
o telefone berrou na bolsa tanto que até chaqualhou...
Ela nem olhou o número:
Alô...Oi meu amor, disse a voz animada do outro lado,
sou eu o seu amor... Estou aqui parado em frente sua casa,
quero falar com você...
Ah, querido disse ela assustada, mas disfarçadamente,
eu não cheguei em casa, ainda. Estou no centro da cidade,
Vem então... pra gente conversar.
vou demorar disse ela .. vou visitar os meus pais... no outro lado da cidade,
Mas meu amor, à noite eu vou trabalhar,
preciso te ver. Estou com saudades.

Eu sei... mas não posso ir pra casa agora.
Tá bem, eu espero.

A situação começou a causar uma preocupação:
Mas se meu namorado descobrir isto...
que este estranho homem está rondado minha casa,
o que pensará... e se ele estiver em casa quando
ele aparecer lá... o que farei.

Ela deveria dizer... ele é meio maluco,
cismou comigo. Pensa que sou sua namorada,
e eu não o conheço. Posso dizer que nunca dei meu número de telefone para ele,
que  só o vi uma única vez...
mas que andei lado a lado conversando com ele animadamente,
mais de 10 quarteirões.
tempo mais que suficiente para qualquer pessoa se apaixonar...

Não é o meu caso. Não estou apaixonada por ele.
Não tenho a intenção de me apaixonar por ele, nem agora e nem nunca.
Ela via alguma coisa errada com ele.
Mas via também sua brilhante inteligência,
  brilhar  muito mais além do que sua aparencia.

A sua aparência: descrição.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Espiritualidade - tema desenvolvimento - Maria Melo


Depois que Layla percorreu varias casas de barro
percebeu que estava perdida.
Todas casas pareciam iguais,
todas tinham jaulas com animais
nas salas. Todas de um modo ou de outro
pareciam caladas e tristes,
porem misteriosamente,
no recôndido de suas almas,
guardavam um segredo indestrutivel.

Layla viu várias casas, várias faces,
varios olhares silenciosos e secretos.
Decidiu por si mesma,
empurrar as jaulas e procurar a passagem para a caverna,
onde ele estava sendo tratado.

Percebeu sem explicação que aquela caverna cheia de
corredores e grutas mal iluminadas era o que se  chama hoje,
um hospital, a moda romana,
e mais era um hospital secredo,
para salvar os fugitivos feridos, 
grandes ou pequenos  que a Roma
ou quaisquer outros inimigos quisessem ou tentassem matar,
e que os médicos curandeiros,
enfermeiros, quase todos que ali se encontravam  eram romanamente mortos.
E que viviam na caverna,
cheia de plantas e riachos com água
cristalina circulando dentro,
tratando gente ferida.

Layla se apegou  a sua memória,
sabia que o ferimento profundo nas costas dele,
nunca fora revelado a ninguém,
mas que ele o tinha, tanto quanto no coração.
Ele estava fraco, pálido e sua alma
no entanto estava leve para acariciar e envolver
com toda ternura o ser humano,
tal como  Layla, que nada entendia daquele loucura,
mas sua vida se iluminava com a luz dele,
e ela sabia agora que ele estava vivo,

Olhou para os animais nas grades,
queria encontrar apoio para suas esperanças,
e empurrou as grandes com voracidade,
as grades me mexeram e a parede se abriu.
Layla cruzou-a e parou diante do pequeno e branco caminho.

A parede se fechou novamente.
Enquanto Layla olhava o chão, agora muito mais claro que antes,
reparou que não tinha mais duas carreiras de passos,
como no dia anterior: Apenas uma fileira de passos,
Layla pos o pé direito extamente na marca,
que havia ficado, era  a marca do seus pés no chão branco da caverna,
e foi caminhando sobre as marcas,
exatamente com todo cuidado.
Ela sabia que chegaria lá onde ele estava.

Depois de um tempo caminhando, ouviu ruidos, vozes,
se apressou e apareceu na mesma caverna,
a tempo de ver os homens que o levavam embora,
cruzaram o pequeno riacho de águas cristalinas que corria
da direita para a esquerda, na frente das três camas
enfileiradas, sendo que a última era a dele e estava vazia.
Layla viu também outros homens carregando sacos
de ervas e  tochas, e muitas outros objetos semelhantes a vasos,
e tecido...sairam todos apressados.

Foi naquela instante que ela compreendeu
que não devia ter voltado na caverna.
mas era o destino seu.

Viu todos sumirem e fez silêncio na caverna,
havia olhares, olhares para ela, mas não censura.
Os dois homens na cama lamentavam:
Estavam certos que morreriam ali abandonados,
porque tudo fora levado para outra parte desconhecida da caverna.


Layla encontrou um homem que disse ser astrólogo
que fizera previsões sobre ela.
"Eu os avisei da sua vinda... porisso preparam tudo antes
de você chegar."

E os homens, perguntou Layla, morreram abandonados na caverna...
Não!... não morrerão. Já estão salvos,

E ele... como está... afligiu Layla ao astrólogo...
Ele está muito bem... Só o ferimento nas coisas
 ainda não se curou completamente, mas não corre mais risco de vida.


Não o encontrarão  mais,  os seus carrascos.
Depois do rio, só mesmo os sábios  o encontrará!
se for necessário.

Quanto a mim... porque não posso segui-lo, também,
saberá dele, como o sabe, agora,
como sempre soube.
Pois foi ele quem te trouxe aqui,

Layla tinha certeza de uma verdade que nunca lhe
fora revelada,
que pesava sobre a sua existência,
e sobre a existência de um povo:
Ele não tinha morrido,
não daquele jeito tão horrivel,
Ele tinha vencido seu sofrimento,
derrotada o medo
 a dor, e o pecado

Era sim mais um Filho de Abraão que
fora resgatado pela fé,

e doravante Layla tinha paz e luz
para caminhar,
mesmo que fosse na caverna,
ou na aldeia...
seus dias haviam de se aquecer novamente.

sábado, 4 de setembro de 2010

A palavra de Deus é Agua

E antes que Deus fosse deveras um criador,
Deus era só, completo em si mesmo,
 mergulhado num êxtase
da sua própria estranheza.
Não havia nada criado,
era sua primeira vez, antes da primeira vez,
ainda seu nada fez.

Escuro sim, em todas as direções
seu olhar faminto mas vazio de qualquer lágrima.
Porque na sua essência,
Deus não tinha A sagrada água!

E como começar se não tinha água,
sem água o universo era morto.

Deus com seus imensos cabelos arrastando pelo chão,
sentia o peso da secura
de tudo nele,
desde seus passos
até o ranger do coraÇÃO.

E sua palavra também não existia,
sua guela nem rocha era,
as rochas de todas as eras,
também precisavam água nelas.

Assim veio o impeto da criação,
Criar algo que o abraçasse como filho,
Da terra mãe, o portasse
em seu ventre para sempre,
Deus compreendeu o seu destino de eternidade
e de existência e no instante,
desta compreensão,
apesar da Extrema escuridão,
Deus decidiu existir.
E de sua garganta oca
saiu o grito de êxtase que o tornou criador
"Faça-se água"
e a água jorrou das entranhas da terra
e o molhou, o  banhou,  o invadiu e o dominou,
Deus domado, era senhor pra todo sempre
de si mesmo...e de seu universo...
e mesmo no escurou Deus criou sem temor





E só depois é que ele viu
o fruto da sua criação.

A palavra de Deus é luz

Deus se perdeu nas entranhas da noite,
ainda não havia dia, mas já havia Deus.
Não pergunte como sei disso. Não sei.
Inventei.

Mesmo no Escuro Deus era Deus,
e havia estrada para Deus caminhar
e talvez houvesse sonhos também.

Algo estava essencialmente errado com Deus...
Deus não via suas criaturas,
(Deus já as havia criado)
embora as ouvisse muito bem,
embora as tivesse criado também,
não compreendia suas súplicas.

Nem mesmo  a grandiosidade do seu império,
estava ao alcance dele.
Porque estava muito escuro.
todos clamavam por Algo,
algo que revelasse realmente a grandeza do criador.

E foi aí que Deus disse
"Faça se luz" e houve uma explosão cósmica da consciência de Deus,
desde então Nunca Mais Deus foi visto,
Aliás Deus nunca foi visto deveras,
porque antes estava escuro,
depois Deus se fez Luz,
por  sua palavra
por sua própria vontade e amor.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Encontrei Confucio

Encontrei Confucio
caminhava lado a lado com seu velho amigo,
não tão velho quanto ele,
mais rescente, quem sabe um grego ou romano,
passo largo e firme,
Confucio explicava  o cotidiano.
de shakespeare a cartesiano
os dois conversavam alegremente,
por uma rua comprida e talvez sem saída
envolvida  não apenas com o espaço
mas tambem com o tempo.

Ao passar por mim,
notei que estavam sonhando...
Eles, não eu,
eu estava apenas dormindo.

Confucio me disse sorrindo,
Bom dia Maria, que dia Lindo!
Fiquei confusa,
com fusa de música ou
ele estava com fuso de horário invertido.
Nenhum de nós poderia estar
ali, naquele dia lindo.
Mas o fato é que estávamos alí,
em um lugar desconhecido
próprio pra gente,
se sentir perdido.

Ainda resmungou em ingles primitivo,
uma filosofia especial para mim,
porque por todos os lados do mundo,
sou mulher, o que é um quase drama,
se eles se importassem, sendo assim
mereço uma filosofia própria
de preferência que não tenha saído de mim.
" Já que tu não podes ser Eu,
Siga-me"!

E bem quis segui-lo mas Confucio
e seu amigo tinham passos muito longo,
fiquei pra trás, também,
não importa, tenho meu próprio universo,
pra tomar conta.



Abri os olhos e ao mesmo tempo
abri meu mundo,
mergulhei nele mais uma vez,
no dia lindo que Confucio,
generosamente me desejou,
enquanto eu estava dormindo.

Vem do mar


Manhã cedinho.
Vem do mar aquele ar de novidade que farejo.
Os raios de sol
que o corpo deseja.
Vem do mar o gosto do abraço
de quem me beija....

A cidade suave e quente
abre uma nave na minha mente,
Fui mesmo te buscar...
e te trouxe comigo,
em forma de brisa...
em forma de céu aberto,
de estrelas pungentes
e pingentes
na máscara da noite,
do dia da minha vida.


Ficastes escondido, guardado,
andastes lado a lado
no passo passado, vejo tuas marcas,

Sinto teu cheiro,
paro e seguramente te vejo,
tão perto que só mesmo
o nada nos separa!

E não importa qualquer dor,
a brisa da tua existência me cura.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

onde estava escrito mesmo....

Numa velha carta,
que cruzou o tempo e foi enviada para o futuro.
Ela relembrava um velho amor,
destes próximos, silenciosos,
feito muro.
Seus olhos encobertos pelo tempo,
ou os passos sem  rumo,
ora para tras ora para frente.
mas sem encontrar o chão.

Estava tão longe o dia,
que pensou que jamais viria.

Quando o viu, pela primeira vez
ainda nem sol havia,
nem este mundareu de estrelas
que  vagam  a noite, iluminada, existia.
tudo era deserto.

Ele não andava próximo como ela queria,
ele não a via, não a ouvia,
nem a pressentia,
mas ela já sabia que ele viria.

Até fez um pequeno jardim,
me perdoem as borboletas, mas foi para ele,
que cultivei as flores...

Ele ao pisar no chão do olhar dela
respirou aliviado,
finalmente em casa!

Obrigação

Sei que devia estar no Tibete
Usar uma só e longa veste,
fazer prece,
me desligar da matéria,
nunca pensar em amor,
muito menos, em sexo.

Me desviar os prazeres terrestres
ou terrenos,
olhar pro céu que é mais perto e mais sereno,

Devia ser monja,
ou filha de monja, ou irmã,
aprender orações,
em poderosos idiomas
e rezar não em latim
mas numa lingua,
totalmente incompreensiveis
talvez assim seria mais crível.

mas nada disso me possivel,
nem mesmo foi preciso,
eu quero mesmo estar aqui,
fazer parte da algazarra do seu sorriso,

conhecer  das alegrias e dores,
da noite e da lua,
do dia e do sol,
dos versos,  das lutas, das paixões
das disputas,
das loucuras do coração.

Estar no seu jogo,
mesmo que não jogue nada,
posso pelos menos aplaudir ou lamentar,
quando você for vitorioso ou
quando você dançar.

You are welcome



Good morning everyone who comes to visit me, today... Thank you and have a nice day.



Agradeço o carinho da sua visita... Visitam este blog Brasil, Estados Unidos, Israel, França, Portugal, Antilhas Holandesas, Alemanha, Georgia, Coreia do Sul, Canadá, Malásia...Moldavia, India, Rússia, China, Turquia, Luxenburgo, Reino Unido, Ucrânia, Hong Kong, Itália, Austrália, Arabia Saudita, Argelia, Jersey, Peru, México, Slovenia, Ucrania, Macau , Emirados Árabes unidos, Egito,Argentina, Líbia, Romenia, Holanda, Marrocos, Ruanda, Japão, Angola, Indonésia, Senegal, Suécia, Cabo Verde, Belgica, Ucrania, Letonia, Kwait, Iraque, Polonia, Irlanda Brunei,Macedônia, Vietnan, Venezuela e Siria Welcome and I am glad... back again!...
e convido você que ainda não o visitou a visita-lo também.