Aos 14 minha mente ainda estava entrelaçada
com as árvores, os riachos, e as passaradas,
Ainda dormia com a noite,
com os medos dos fantasmas
que habitavam as mentes e as casas
dos meus perversos contadores de estórias,
que eram menos perversos do que
os historiadores reais, de hoje.
Mudei para a cidade.
que eu conhecia apenas de rápidos olhares,
quando passava pela calçada
quando ficava doente e ia ao médico.
A cidade, que coisa mais linda, mais bela,
tudo tudo o inimaginável tinha nela.
Precisei de um emprego.
procurei na rua da minha casa e achei uma loja
A loja do Nelson ( onde quer que esteja, meu abraço e meu beijo)
Me contratou com 15 anos para ser vendedora de seu bazar,
tinha tudo em uns balcões de vidro.
Nelson era paraplégico,
em sua cadeira de rodas, ficava o dia inteiro ao meu lado,
era bem humorado, raras vezes o vi aflito.
Por duas vezes, conduzi sua cadeira de rodas e ele junto
até sua casa, que ficava bem perto da loja.
Nelson não me entendia... Seu rosto, seus olhos
eram de homem mas seu corpo era muito pequeno. Era de menino.
Ele era bem leve, bem pequenino.
Mas era rescem casado. Estava apaixonado e feliz.
Foi o meu primeiro contato com
um deficiente físico
e eu o olhava sempre atentamente,
furtivamente... e nos tornamos
bons amigos em muito pouco tempo,
ele também era muito jovem.
Pacientemente Nelson esperou a minha primeira venda:
Era uma mulher que queria comprar uma calcinha...
Abri a vitrine peguei varias cuecas de tamanhos diferentes
e comecei a vender para a mulher...
ela insistiu quero uma calcinha, mocinha...
acho que isto não é calcinha,
enfiando a mão no buraco da cueca...
Eu insisti também, então esta daqui não serve...
e curiosa sobre o tal buraco... ficava examinando a peça...
Mas isto é para homens...disse ela...
Aí me apavorei...
Eu nunca tinha visto uma calcinha e nem uma cueca
fabricada por fábricas.
Só conhecia estas peças íntimas
através da minha mãe que as costurava para todos nós,
tanto as calcinhas, quanto as cuecas...
Amparei minha ignorância na dela...
que também nunca tinha visto calcinhas e nem cuecas...
Ela ficou em dúvida eu também,
O Nelson interferiu...
As calcinhas que ela quer estão no outro balcão,
As peguei timidamente e as coloquei lado a lado
calcinhas e cuecas para compreender a diferença
e disse, ah, é, estas para homens são furadas,
as para mulher, não são furadas...
A mulher contente da vida, comprou duas
mas antes certificou-se bem se não eram furadas...
e foi embora, Nelson Riu muito de mim...
Riu sozinho, meio calado,
estranhando...as minhas deficiências...
assim como eu também estranhava a dele.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
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