domingo, 31 de janeiro de 2010

Animação Maria Melo - conchinhasdomar

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Nit - a sorte vem do mar... conto



As relações afetivas entre o mar e a autora
tendem a melhorar... dizem os astros... especialmente
a lua  que anda a meio céu.

Trazer Nit à tona, tentar caracterizá-lo
atraves de um olho no mar,  pelo menos, um
o outro digo depois, onde está.

Nit não caberá num quadrado, isto
é, Nit não se enquadra,
nem numa circunfência, não circula.

Mas Nit ficará muito bem se
puder ser definido do ponto de vista
dos raios de uma roda,
sem, é claro sem a  limitação da circunferência.

Sucesso, também na hora de definir a personalidade,
A autora descreve o personagem
diante de aproximadamente 200 pessoas,
nada no entanto a incomoda,
nem olhares, sorrisos, vozes,
cantoria, alegria, gritaria... e tudo mais
que ocorre numa alegre reunião de praia.

Terça feira, o mar está cheio de sol,
o mesmo sol que a autora vê na cara das pessoas,
é, pois um ótimo momento para encontrar
Nit. A autora sabe que Nit está na praia,
ou melhor, no mar...

Aqui, neste momento a autora é apenas autora,
renuncia aos seus poderes especiais de personagem,
Sem nenhum dom, se não sua habilidade
para encontrar coisas esquisitas
a autora começa sua busca...

Liga sua pequena filmadora, discreta,
mas não invisível e vai passando,
tantos rostos quantos cabem no seu HD.

Nit não é apenas uma expressão facial,
é todo um conjunto de atributos
que compõe a natureza humana

Enquanto filma a praia, aproxima
imagens sem detalhes, mas guarda-as
para análise, mais tarde.

Quando ela se afasta de sua busca e seus questionamentos,
sente que Nit se aproxima,
passos leves e olhos discretos
quase imperceptível...

Ela, a autora, guardou rápido sua mala de questões,
para ser muito atenciosa,
Nit vem do mar, de nenhum outro lugar...
Mas então o que faz na areia...
Não o encontra por ora,
espera outra oportunidade
Uma conjunção da lua e do sol,
ou venus e mercurio... nem sei...
mas Nit desapareceu.

A autora vai ao mar, outras pessoas também vão.
Ela filma e filma,
vê nos olhares,  estranhas expectativas.

É claro que Nit tem sua própria realidade,
sua propria razão e sua emoção
até sua vida é própria...
e Nit o personagem de uma estória,
que nem foi criada ainda,
não se entrega às mãos da autora,
sem conhecê-la, de fato, melhor.

Não é encontro de amor
é muito mais: é encontro de cumplicidade
poderosos e profundos laços
que unem para sempre
a autora e seus personagens.

Alem da autora, dos personagens,
estes mesmos laços propiciam o surgimento
de um trabalho ou  um movimento
dentro da natureza
que abriga a trama, que é também
responsável, por exemplo,
pela cor dos olhos de ANa.

Assim: Conheça minha mente,
enquanto meu coração pulsa ao teu favor,
num gesto de louvavel amor.

O que diz Nit à autora e
por que a autora foi ao mar, encontra-lo...
Por que Nit não saiu de uma simples sala,
ou uma mesa  qualquer da imaginação,
de qualquer pessoa.
por que Nit se declara vivente,
senhor dos mesmos direitos, que por exemplo
SEUS LEITORES.

Os leitores tem direitos e deveres.
Os personagens, também, a autora, também
assim, por diante...
A autora tem por hoby guardar as fotos
das pessoas... poemas, poesias, versinhos,
beijinhos e assim por diante,
é seu elixir,,,

Mas agora, neste momento presente,
ela ainda não mostra Nit completamente,
A autora o entrevista durante uma hora,
diante de muitas pessoas
com os ouvidos muito afiados,
curiosos e simpáticos
Eles não ouviram nada,
Nit também não viu ninguém
apenas desconfiou dos olhares da autora
pelos arredores e pelo tom de voz...
cuidadoso...

Os fãns de Nit são muitos
a autora  os vê e Nit quer ser amado
quer ter seu público...
Ele diz sorrindo... sou Nit e ninguém mais... Só sou Nit.

Personagem forte e trabalhador,
dedicado e cúmplice,
espírito impecável, destinado à obra,


que ao final é em toda síntese
 é a única relação de amor possível,
e cabível entre um grande e variavel
úniverso de pessoas que assim desejam
se manifestar!

Sem a cumplicidade, a fidelidade e o amor
dos personagens, não há romance,
não há autores, não há leitores...

Então, os personagens são
muito bem guardados, dentro do coração
e da alma vivente dos autores.
e como se pode ver, muitos personagens tem o dominio do tempo,
do espaço o que os torna
verdadeiros senhores de seus universos,
e até possuem poderes
bastante misteriosos
que se bem observados podem ser compartilhados
plenamente com seus leitores....

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A caçada, um novo personagem - notas da autora



Maria Melo se prepara física e
psicologicamente para compor
seu novo personagem.

Vai busca-lo mar, no meio de algumas
pessoas,isto é, quando ele sai pra caminhar.
as faces destas mesmas pessoas discontraídas
trazem o perfil,
não escrito mas o impresso...
deste personagem, ainda
às ocultas da vida.
Nit deverá sair
da cara de pessoas muito comuns, conhecidas ou
estranhas que estarão na praia...
Agora, nesta semana.

Também ela decide alertar seus leitores
sobre o perfil de Nit
o personagem em fase de criação
cuja natureza será mais pura,
mais sincera, possível,
e que Nit terá a prioridade
de listar e ordenar os demais personagens,
que compõem o universo imaginário e real
de roteiro para cinema um filme de amor.

O trabalho de Nit será apenas surpreender,
não com estupendas ações,
mas com o simples, o cotidiano,
o inevitável.
E Nit que ainda não nasceu, deveras
já tem fãs e admiradores,
tem estudiosos à sua espera.

Nit será rodeado e amado,
a autora já o conhece e promete a ele,
boas escritas, nada alem pode dar.
Promete a ele um fã club
com mais de um admirador e pra ele
basta já que é apaixonado pela vida, e
o simples fato de existir e se tornar
amado lhe concede grandes e
inestimáveis alegrias.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Dona Joanita e o golpe da salvação. Conto




Este é para o desespero da morte.
Este é para mudar a sorte,
para espantar o forte.

Este é para uma tempestade iminente.
Não pense, não corra, voe.

Pé aqui, joelho lá,
os olhos no lugar. Olha a posição correta, nem
um pequeno músculo rebelde.
Ele, o mestre Gavião, pegou um giz,
desenhou no chão, uns pontos
brancos, num plástico negro.

Dona Joanita olhou, nem pensou em entender...
Pé aqui, joelho lá, mãos atentas,
não corra, não pense, voa.

Nunca vou querer saber isto,  disse ela para si mesma.
só estou ouvindo por mera delicadeza.

Gavião lhe deu  uma olhada de águia.
Não gosto de perder tempo não vou contar outra vez.
Não é para o tatami, nem para a rua,
não é para inimigo,
é para perigo.
Não é golpe é magia,
não é força, é quase uma fantástica poesia.

Dona Joanita tinha que ir embora, quase para todo sempre,
mestre Gavião vive sempre muito alto,
além dos vales das lágrimas,
e até dos telhados.

Restava-lhe só o abraço da partida,
e saber que nunca mais o veria na vida.
Hesitou e abraçou, abraçou e se dividiu.
Estava novamente só.

E lá no antigo retângulo, havia
um quadrado bem pequeno, de mesmo ângulo,
que precisava ser desfeito,
Dona Joanita invocada com aquela geometria,
decidiu roer por baixo
os tijolos que por ali se erguia.

Fez com a marreta um  buraco em desalinho,
na primeira parede, e entrou no tal quadrado,
uma lage de concreto no alto,
suportada pelas paredes estava sobre ela.

Estudou a simplória construção...
tijolos fortemente ligados por concreto,
lage pesada de teto.
quatro paredes, um burado no plano do chão.

onde posso quebrar e por abaixo
este lixo indigesto...

Resolveu quebrar tijolos na parede de frente
para o primeiro buraco...
Pegou um banquinho e sentou-se para ficar mais confortavel.
Quebrou, quebrou, o cimento e cao espalhou pelo ar...
sufocou... Levantou-se. estudou de novo.

Longe estava aquela pequena construção de desmoronar-se.
Desanimou... Mas os buracos na parede,
pequenos, porém  o peso da lage... mudava a cena.

Lembrou-se de seu mestre Gavião... Imaginou que
se ele pudesse estar ali, estaria sentado
à sua esquerda, olhando:
se preparando para vê-la morrer.
Se acaso aquela lage viesse  ao chão, de repente.

Então ela ouviu ele dizer... Você morrerá.
Não há outra lei... a lage cai e você morre em cima do baquinho.

Velozmente ela jogou o banquinho para fora e saiu.
Olhou, olhou de novo e não viu perigo.
Mas lembrou: pé aqui, joelho, lá,
outra perna cá, mãos atentas...
não corra, não pense, voa.

Pegou a marreta e pisou nos pontos brancos,
no plástico negro do mestre gavião...
com sua mente
o pé, a perna, a mão, a atenção:
bateu a marreta muitas vezes...
até que viu um pequenino e misterioso tremor
em dois centimetros quadrados de concreto e tijolo:

Dona Joanita não correu, não pensou, voou
enquanto voava com os olhos na nunca,
via o fim do mundo, uma lage de 4 metros quadrados
voava atras dela... o tempo era muito menos
que qualquer parte de um segundo.

voou aproximadamente 5 metros,  quase nada
quando tirou seu pé do chão para dar o último passo
sentiu uma fisgadinha no calcanhar e caiu.
Caiu com o peito no chão, os braços estendidos
Não conseguia respirar...

Enquanto voava via o grupo de altos religiosos
com uma especie de horror nos olhos.
Estavam do outro lado do rio, havia uma ponte...
ninguem teve tempo de pensar em dar
um único passo:

Também ela via o mestre Gavião, sentado tranquilamente,
no seu banquinho...
não moveu nem um dedo, nem um sussurro.
Também viu muitas crianças brincando ali por perto,
alegres ... embora aquela dia parecia bem escuro.

Depois de alguns segundos ela levantou-se:
Ouviu aplausos, viu risos e risadas, eram os religiosos,
aliviados... vieram ver a lage de concreto
no chão, meio despedaçada mas ligada
pelos ferros retorcidos...

Ela Joanita estava pálida...
sentou-se no mesmo banco onde Gavião estava,
ele já não estava,
ficou chorando, sem lágrimas,
questionava muito... estaria ela ainda viva...
ou ainda morta.

Mãe, no que você está pensando... porque está triste!
Como é bom ver estas crianças brincando...
distraídas, pelo menos agora mais livres do perigo.

Dona Joanita e sua segunda lição: A rua - conto - Maria Melo




Seis meses na faixa branca de brincadeira,
nunca conseguiu dar uma boa chutada no peito de ninguém.
Tinha medo que seus pés se enfiassem no coração de alguém.
e ferisse a ferida aberta e imortal do bem e do mal.

Fugiu,  não queria bater e nem apanhar.
Mas aceitou as três lições que já estavam pagas.
A próxima, era então na rua, inesperada.

Mestre Gavião tinha muito poucas palavras,
um olhar sem definição artística. Uma mímica
antiga e pesada que se compreendia por si mesma.

Dona Joanita esquecia-se de sua condição de aprendiz
e saia pela rua olhando lojas e vitrines,
rostos abandonados naquelas tardes de neblina e frio.

Reparava em tudo, nos passos mudos e vazios,
dos homens seguros, de suas longas e cansativas caminhadas,
em torno de si mesmo, sempre a esmo,
sempre no escuro do mundo.

Encheu sua grande sacola
de sapato, tamanco de madeira pura,
um pesado guarda chuva, todo dia chove,
mais alguns outros objetos, não nomeados,

Subindo a rua, a tona, seus pensamentos,
lado a lado com milhões outros tantos, ignorados,
o que as pessoas pensam enquanto caminham...
se pudessem ser materializados...podia ser a ruina.

Sua bolsa de documentos pendurada no ombro esquerdo,
sem dinheiro, sem nada que importasse realmente,
na mão direita, a sacola de objetos quase se arrastava pelo chão.

Alguém veio em sua direção:
como um vento ruim, grudou na sua bolsa
puxando sem parar... dona Joanita
se aterrorizou... Um roubo a mão desarmada.

Virou noventa graus a sacola para tras
e veio trazendo suavemente para frente,
em câmera lenta, mandou os tamancos de madeira,
bem no meio da cara...do polenta.

O cara caiu de pernas enroladas para o ar,
o fundo da sacola arrebentou-se... abriu
uma parte dos seus pertences,
voou no meu dos carros, sumiu.

Dona Joanita olhou para a rua e os carros,
queria apanhar seus  negócios, cuscou caro,
mas ela era meio covarde, nesta hora,
se aproveitou, o cara caído,
os braços cruzados na cara,
choromingado feito arara,
ela com o guarda chuva,
ainda avançava mais, sobre ele se curvava,
dando-lhe guarda chuvadas...

Foi chegando gente,
-Esta dona está me espancando
com  um pedaço de ferro,
-Ele tentou roubar minha bolsa...
-Não fiz nada por favor , chame a polícia...

A plateia ficou imóvel... Dona Joanita percebeu
que estava batendo num homem indefeso,
parecia um criancinha com medo,
Os olhos aterrorizados do homem
que tentara roubá-la
não eram compatíveis com a imagem do seu espelho.

De repente ela ouviu a sirene. Era a polícia. Ela saiu correndo,
empurrando a multidão, ninguém tentou detê-la,
nem mesmo lhe passou um pernada,
ou braçada. Ela fugiu, o homem ficou caído no chão:

Será que ele vai morrer meu Deus,
Uma tamancada no lugar errado, ou certo, pode matá-lo,
mas quem mandou tentar me roubar...

A verdade é que Dona Joanita hoje prefere
caminhar sobre as águas
do que usar tal tamanco...no seu solado.

Chuta, chuta forte,  meu peito, diz o homem,
isto é carinho, dona
bate, bate mais
a senhora não sabe o tanto que eu apanho,
nem o tanto que eu choro!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Dona Joanita e o Mestre do Karate - Golpe da salvação - conto - parte II



Prepara-te primeiramente para vê-lo:
Ver a lição que vou te dar.
Mestre Gavião abriu a porta,
Faixas pretas, marrons... que pessoas mal encaradas!

Dois dos meus melhores vão enfrentar o búfalo negro,
Veja, lá está ele, vem dando passos, na direção
dos meus melhores, sinta o seu olhar,
pressinta os seus músculos:
Joanita olhou, olhou e nada, nada mesmo entendeu.

Enquanto olhava o búfalo, também olhava os faixas pretas e marrons,
concentrados nos seus objetivos.

Um urro dele paraliza os músculos de todos na sala.
Ninguém se atreve... mas hoje terão que se atrever.
porque ele não vai urrar, nem paralizar ninguém.
e Você minha querida Joanita vai ter que
enfrentá-lo!
Então me dá uma metralhadora,
que eu mando uns tiro, mas não vou chegar
perto daquilo.
Eu te ensino como derrotá-lo,
Ela riu... e porque você (me desculpa qualquer falta de intimidade)
não o derrota... Não posso, disse ele, o mestre Gavião,
sou lenda e lenda não se destroi, não se mata nem tão pouco, se morre.

E como pretende me ensinar em dez minutos
como derrotar o búfalo...

Primeiro, veja como ele luta,
veja os dois melhores,
se vencerem, você não precisa enfrentá-lo,
se forem vencidos, você precisará.

Um pesado silêncio na sala,
só os olhares arrebentavam as paredes
ela pensou num embate sanguinário,
cheio de estrondos de cinema e música é claro.

Búfalo negro era uma rocha viva
os outros dois, tinham igual postura, força viva, cativa,
estavam prontos pra qualquer loucura.

O que faço então... é no pé e na mão,
no ar e no chão!
Cai, cai balão, na palma da minha pão...
Assobiu suavemente a velha canção,
o poderoso mestre Gavião.

Joanita olhando o  embate:

O primeiro chegou, ela não viu nada, nem um movimento,
ele o pegou por um único dedo e ele voou.
Não queria outra. Era só uma.

O segundo, ela também não viu nada,
só ele brincando de nana nenê,
bracinho e pernina em pirâmide
quietinhos no chão.

Depois olhou para Joanita, era uma piada,
teve o pior dos sentimentos de perda,
de fracasso, de pesadelo que um búfalo pode ter:

Ele não machuca ninguém, é absolutamente complacente,
parece que põe pra dormir e sonhar,
seus bebezinhos impertinentes.

Qual é o seu ponto fraco...
Quem sabe era cedo demais, quem sabe ela adiantou os ponteiros,
mas simplesmente passou as mãos pequeninas e suaves,
nas solas dos pés dele...
e que se sensação agradável, voar pelos ares,
com uns carinhos tão inesperados,
em tão inapropriados lugares.

E búfalo negro caiu... Foi o maior estrondo.
nada e nem ninguém  rugiu,
só o silêncio medonho.

Ela correu: e se ele não me perdoar e me atacar...
Não pode... ele tem medo de você...
Não fiz por mal, nem pela força,
Nem sou capaz de fazê-lo de novo!
Se defendeu.

Búfalo se levantou olhou para Joanita
e ela nunca saberá o que ele viu.

Todos se retiram, o mestre gavião ficou
sozinho com ela e disse:
Gostou da lição...
Terror puro. Nano terror. Respondeu.


A segunda não será no tatami. Fique atenta,

Dona Joanita e o Mestre do Karate - Golpe da salvação - conto



Nem sempre Dona Joanita foi um tronco.
Já foi também uma árvore pequena,
porem mais elegante,
com flores cativantes,
destas que a floresta
está sempre repleta.

Com um defeito grave, porem:
Dona Joanita tinha medo de todas as coisas da floresta,
vivas ou não, semelhantes
rochedos ou pedras,
tudo se confabulava contra ela.

Aquela máquina sem definição, de árvores,
abismos e olhos,
acima de tudo, sedução
a empurrava cada vez mais,
para o SIM DE TODOS OS NÃOS!

Por isso Jona Joanita se aliou aos humanos,
matemáticamente perfeitos, em suas sombras,
dona Joanita parecia identificar a sua própria desimagem.

Era uma criatura covarde, ainda o seja,
fraca, chorava, gritava, até cantava,
Riam. Perfeito, mundo perfeito, quase sem defeito,
a gargalhada sonora
de outros perfeitos e felizes absurdos desta vida.

Podia  chutar, podia bater, podia uivar,
mas fraquejava sempre e levava todas,
para levar ela era muito boa!

Existe uma solução para os covardes,
sussurrou uma coruja no meio da floresta:

O grande mestre, Karate, Sim,
Nada melhor do que  trocar uns murros ou levar uns, para aprender.

E Dona Joanita foi para o tatami, morrendo de medo,
o mestre cara feia, gavião, pensou logo em demolição:
correu, correu, aqueceu, rezou e nada.

Ele puxou-lhe  os braços... queria esticá-los o máximo,
feito elástico... alargou-lhe o passo afiou-lhe a visão:
Virou então o braço para tras, tudo que conseguiu
e mandou, cento e oitenta graus bem em cima do coração.
Cai, cai, balão, bem debaixo da minha mão.

Deixa pra lá...foi só um ensaio.

Dona Joanita tinha o direito de bater sem apanhar,
Pode bater... eles são faixa marron
Bata! BATAAA no peito, chuta no peito, com toda força:
Eles irão ou não para faixa preta!
Tudo depende dela... Se bater bem eles ficam.

E tanto o Mestre Gavião puxou seus braços e pernas
que ela ficou um poço de dores,
e antes de seis meses, levantou seu voo!

Toda tímida, mestre Gavião... não tenho  mais dinheiro
para pagar suas tão importantes aulas.
Então, se defenda sozinha!

Mas um mês já estava pago...

Joanita, disse ele: tens tres aulas, ainda,
concorda em aprender qualquer coisa que eu te ensina...
Sim. Qualquer coisa.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Julieta e Shakespeare - carta - Maria Melo

Bom dia Shakespeare!
Espero que estejas bem!
Assim como eu tenho estado.

Já faz algum tempo que não nos vemos
Mas por toda parte por onde tenho passado
ouço falar de ti, com admiração e louvor.

Sinceramente.... com adoração.
Eu também te amo.
É impossível aos mortais
resistir tuas histórias de amor, teus grandes legados.

Teu próprio sangue e tua paixão
correm os séculos e todas as terras férteis
deste sertão.
Imortaliza a alma de todos os amantes
preserva a grandiosidade do corpo,
este templo profano,
de tão nobres desgostos
da fatalidade da separação.

Devo lembrar-te da minha dor,
tão antiga quantos os meus próprios ossos,
Dor esta jamais esquecida,
depois de tantos séculos e do sumiço
dos próprios sinais da vida.
Esta dor se preserva e se faz eterna, se faz sentida e
sobrevive sempre a qualquer especie de dia.

Meu primeiro amor foi uma over dose de veneno
que me matou completamente,
mas as beldades das estórias não morrem para sempre:

Acordam serenas de tempo em tempo
para ouvir as canções que passam
pelos muitos dedos de grandes astros e gênios:
Recorda todos que pratica a arte de amar,
que estar junto da pessoa amada
é o único e verdadeiro milagre
que a vida pode fazer que vale a pena.

E tu Shakespeare que não tens culpa
do descuido dos amantes
e és atento sempre, nunca deixou de sinalizar
com o vermelho do teu próprio sangue
o pecado dos amores, esquecidos, perdidos,
destruídos, sem ser vividos.

E agora, a despedida de sua Julieta:
Fique muito longe de mim, Shakespeare

e igualmente tua santa caneta.
Ninguém rouba mais o meu amor.

domingo, 10 de janeiro de 2010

A vida



Se o mundo não espera
a nossa espera,
se pra ele a vida é sempre primavera
e o nosso tempo já passou.

 e se Ficamo assim parado,
calado, esperano a dor doer
e não  andamo lado a lado,
com a arte da vontade de viver.

E quando eu digo que sou feliz
é por que não creio em felicidade,
pra mim agora o que a vida diz
é lei, é pura verdade.

e quando eu falo que te amo tanto
é porque não sonho com um outro amor,
mas esse amor, ele é bem pequeno
mas não paga a pena de uma grande dor!!!!!

Não gosto apenas de arte



Gosto do ofício das mãos e da mente,
que tece o dia e a obra no espaço e tempo.
Gosto do trabalho do corpo,
da forma e do movimento.

Eis por fim a cadeira, um gesto único,
duradouro, ao lado da mesa,
eis o homem, sua caneta, sua força
bruta, domada e amorosa, sem destreza.

Eis o palco da vida onde ele atua,
A alegria dos pequenos filhos,
alimento,  pão e espírito, sol do dia,
e chuva que fertiliza o estribilho.

O trabalho, oficio, propriedade
do indivíduo em si mesmo,
do si mesmo em sociedade,
que transforma a paisagem,

Eis este pássaro das copas da natureza,
com seu canto de corpo e alma,
atolado, tantas vezes, nas prófundezas
de um silêncio sem igual do carma.

Eis o seu trabalho, seu canto,
sua obra, tecido de histórias e dores,
fincado, mastro, alem do tempo,
outdoor dos versos de amor.

Eis meu trabalhador, mudo, como rocha,
sincero como o espelho,
quente e claro, feito tocha,
de ferro derretido, vivo e vermelho.

Ei-lo...  amálgama de qualquer civilização,
que junta o concreto da mente,
de outras mentes, a outras mentes,
em gesto de simples: momvimento de mão.

Não é apenas da arte que gosto,
mas do trabalhador assiduo e sem promessa,
que de passo em passo, de verso em verso,
a teia da vida no tempo tece.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A Mala e dona Joanita - conto - Maria Melo



Arrastou a mala para o canto e ficou pensando:
A estrada tem é uma descida depois uma curva
depois um rio, envolvido por margens bosqueadas,
vistas como uma tira verde, nas terras vermelhas.

Lá tem água limpa e gelada. O cavalo deve ter
se lembrado do  rio estava com sede, suado e cansado.
assim como seu cavaleiro...
podia mergulhar no bosque e até dormir
tamanho sossego havia por ali.

Ela queria deixar a mala lá na estrada.
quem sabe o cavaleiro voltasse, pega-la.
Mas algo nela agarrava-se a mala,
já nem queria prosseguir na estrada, queria voltar.

Não é roubo, nem furto, nem achado,
é uma mala atirada... possivelmente pesada,
para a jornada do cavaleiro...
Queria andar de pé, se equilibrando sobre o lombo do cavalo,
e carregando aquela estranha mala.

A mala era bem fechada. Tinha uma antena verde,
cor verde... seria um radio  muito antigo disfarçado
ou um cofre disfarçado de radio...

Pegou a mala, nem era tão pesada...
na outra mão os sapatos, no chão as pedras,
era o caminho de volta,
nem se lembrava mais do que  fora buscar
por aquelas estradas.

Lá depois do rio tnha uma subida
O cavaleiro não subiu... deve ter descido e
na sombra do bosque do rio deve ter dormido.

Mas se acordasse e juntasse seu cavalo
de volta atras da mala, Joanita a devolveria,
se ele a encontrasse...

Nem tinha ido a lugar algum e decidiu voltar...

Na entrada da cidade, ela queria esconder
a estranha mala... mas que importa pessoas esquisitas
nas cidades tem aos montes...
Mas não deixou de ser notada,
por todo canto que passava.

Graças  a ajuda de um taxis, chegou logo em casa:
Nem queria saber o que havia na mala,
O importante é que  a mala está na sua mesa,
e o cavaleiro  sumiu. A mala é sua, dela, é claro.

Parece até que foi isto que ela foi fazer lá,
buscar a tal mala.
Sentou-se e uma dúvida sentou-se com ela:
Deveria abrir a  mala
e se apossar dos pertences que ela
guardava... ou guardar a mala
por algum tempo...sem arrombá-la.

Imaginou um tesouro... como todo mundo
imagina se encontrar uma mala.
Quem jogaria um tesouro fora....
Tesouros não cabem, nem ficam em malas...

Podia ser roupas sujas, sapatos velhos,
material de costura, ferramentas inúteis...
materia de pintura, de arte, de desenho...
podia ser um professor...

O cavaleiro não tinha jeito de professor,
tinha pernas feito garranchos, magro feito um louva Deus...
e braços de borboletas...
e muitos cabelos esparramados pela cabeça,

Não era um cidadão urbano
que são muito bem enrolados
em nobres e finos panos.

Não resistiu, foi  a sua cozinha e apanhou tudo
que encontrou na caveta,
todo material de ponta afiada
de todos os tamanhos,
e se não conseguisse partia para o martelo,
a martelada, nada resiste, nem os prego.

Abriu a mala... papeis, documentos:
Não. papeis de todo tipo, velhos, amarelados,
novos, rasgados, picados, enrolados,
desenhados, escristos!
Ela ficou decepcionada.

Deveria ser dinheiro. Um papel muito bem cotado.
Examinou todos os compartimentos secretos
da mala, cada lugar, um papelzinho,
umas letrinhas, uns deseinhos, uns sinais,
marcas, enfim, nada!

"Nunca encontrei uma mala e quando encontro
está praticamente vazia"
E esta mala é tão inutil que nem serve para
o uso do dia a dia.

Num primeiro rompante ela queria tacar fogo
em tudo,.. depois pensou no lixo,
mala e tudo mais, depois achou que era uma reliquia,
deveria guardá-la,
como objeto misterioso daquele dia.

Assim percebeu que a mala era muito bem limpa,
tanto por fora tanto por dentro,
e que todos os papais também o eram,
embora alguns fossem muito velhos,
Queria ler todos,
mas não conseguia, letras miudas
e complicadas, uma dificil caligrafia.

e Joanita estava cansada por aquele dia,
tivera muitas emoções únicas,
inesperadas.

Abriu a mala de novo e guardou
tudo, agora melhor arrumados.
botou no alto do seu guarda roupa,
cobriu com lençois brancos.

Seu Pablo queria saber o que estava escrito nos papeis,
não poderia perguntar a Joanita,
ela também não sabia,
nem lera.
E como ele faria para conquistar sua confiança
e ler os escritos...

Parece uma bobagem... tudo que já está escrito
é mais que suficiente para explicar
tudo que aconteceu, acontece ou acontecerá,
com qualquer coisa ou criatura do mundo,
desde que o inventaram!

A mala está lá, guarda alguma coisa,
e pelo que nos pareceu... pode ser uma novidade,
É um contra senso pensar em qualquer
coisa nova no mundo ou na vida,
considerando toda a metamorfose
que rege a realidade,
tudo pode  ter cara de novo
ainda que seja muito mais velho
que qualquer fantasia.

domingo, 3 de janeiro de 2010

A estrada de pedra e Dona joanita... conto - Maria Melo




Quase sempre Joanita  caminha para o mar
(mar mexicano)... Seu Pablo anda também nesta mesma rotina,
é seu trabalho, sua sina.

Mas Joanita está cansada,
e sai para descansar enquanto pensa.
Pensa exatamente o que...

Pois conversa com criaturas inexistentes
ou de existência secreta e duvidosa, mas
nunca obrigou nenhuma destas criaturas
a ter com ela qualquer tipo de prosa!

Alguns morrem logo... viram santos,
outros resistem... causam dor e pranto.
duram muito são insanos,
mas todos são hermanos...

É revoltante comprovar que algumas criaturas
só existem para azarar as outras,
e removê-las do mundo é mais que heroísmo,
é um gesto de prazer indescritível.
(imaginário poder, cobiçado poder)
e nem as pedras grandes, montanhas, pedrinhas,
causam tanto aborrecimento aos caminhantes,
como estas criaturas desgovernadas,
pior que insectos praguejantes, sobre terra.

E dona Joanita não gosta de gastar nem uma gota de
seu sagrado pensamento com tais vermes.

Assim caminhou naquele dia, na direção  contrária, ao mar.
O que dona Joanita buscaria...

Seu Pablo a segue, persegue porque sabe
que assim como a sombra, dona Joanita tem raízes,
profundas sob a terra,
e que estas raizes concedem-lhe certos privilégios
e certos mistérios.

Envereda Dona Joanita por uma velha estrada de pedregulho.
dá muitas passadas... parece saber o que deseja encontrar,
Olha para os telhados, assunta a passarada,
na catedral das árvores em seus recitais intermináveis.

O sapato aperta muito... e ela lembra que quando nunca os possuia
nada sabia sobre o mundo injusto...
nem mesmo sobre as pessoas ruins...

Atravessou pedras, espinheiras, leito de rios,
com leveza, enfrentava o frio e chuva
sem perceber nenhum dano real ao seu pequeno corpo...

Depois arrumou os sapatos e muito deles, alguns,
lindos e apertados outros feios e alargados...
Mas o que fazer se os pés os deseja.

Tirou-os mas não os jogou... portava-os na mão.
Ainda estava longe de encontrar o que ela precisava naquele momento.
O sol quente do meio dia
parece que nunca vai acabar... nem uma nuvem... é bom lembrar:

Toda forma de nuvem
tem direito ao céu,
tanto as azuis,
brancas, coloridas, negras,
águadas, raiadas, trovejadas...
todas lhe são fiéis...
e todas são dele, amadas.

As nuvens que formam a noite e escondem os sonhos,
escondem também os atos humanos,
alguns além dos sorrisos e planos.
Mas o que importa isto.

Dona Joanita conhece gente, não porque viu gente
no filme, na telenovela, no teatro ou no calçadão...
por que gente brota a todo instante
em todo canto onde ela pisa onde ela vê
e faz crescer florestas de carnes indomáveis,
no imenso sertão das estrelas.

Está dona Joanita caminhando no lado esquerdo da estrada...
quando um ruido  começa surgir...atrás dela...
Vira-se e olha... uma nuvem de poeira surge...
Ouve de longe gritos, como fogos de artifícios...
e gargalhadas, estridente vozerio e risos.

Lá vem o cavaleiro, um cavalo negro, de grande cabeleira,
e um montador... O que parece estranho é que o
cavaleiro está de Pé sobre o cavalo,
que sobre as muitas pedras parece flutuar...
mas não flutua, cavalga... Ele o cavaleiro, dança, canta,

Dona Joanita fica ainda mais à esquerda
considerando que tanto o cavaleiro quanto o cavalo
parecem embriagados... De quê... ela não sabe.

Se fosse cachaça já estariam, ambos quebrados.

Na mão do cavaleiro uma estranha mala:
era quadrada e muito antiga, muito grande,
quem sabe pesada... Mas vinha a todo vento,
ocupando quase toda a estrada....

Ela ficou muito temerosa, aquela dança doida,
de cavalo, cavaleiro e mala, ocupava todo
o palco... procurou em vão, encontrar
algum apoio rápido para si mesma...

Enquanto isto a fantástica visão se aproximava
muitos gritos, como se houvesse uma multidão por ali,
só havia árvores e pássaros...

Foi sua salvação do medo, é claro,
pois todo mundo sabe o que é um homem, o que é um cavalo
e o que é uma mala...

e cavalgar pode ser de repente uma grande aventura,
assustadora, ou mesmo paranormal... assim é para os jokeis...
uma cross cavalgada...
homens e cavalos sempre formaram pares, pela
humanidade afora.

E ela entendeu que nem um  pássaro ficou espantado
com a bizarra cena... nem as árvores tombaram,
nem mesmo os frutos delas...


Quando o cavaleiro passou por ela a ameaçou...
investiu o cavalo contra ela... ela recuou um pouco
mais para a esquerda e ele riu, de muito gosto,  gargalhou e
ela viu  seus olhos, seu rosto. Era um estranho,
que com grande pericia dançava uma valsa
louca ou um tango sobre o lombo do cavalo.

Então ela lembrou de Aplaudir... grandes homens
venceram grandes batalhas, assim, desta forma
cavalgando... ! Continuava olhando o espetáculo
do cavaleiro quando a mala voou das mãos
dele e ficou oculta no meio da poeira...

o cavalo disparou estrada a baixo...
na próxima curva, um rio de água, pra matar a sede,
enquanto ela olhava o cavalo e o cavaleiro sumirem...
a poeira ia baixando e mala
estava lá no chão...

Seu Pablo não entendeu nada...
mas continuou espionando...

Joanita catou a mala... se encostou num canto
e novamente ficou pensando.

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