domingo, 2 de outubro de 2011

A casa de D´Alambert

Sua matemática perfeita e filosófica
lhe dava certa  inquietação:

fosse o espírito  do homem a obra
da temporalidade das próprias mãos.

Genial mente clara e límpida,
ainda tinha sonhos...
daquilo que seria ainda
distante de sua vida finda.

Assim D´Alembert teve em sonho
Uma casa bela depois do rio,
que tivesse uma só janela,
e muito, muito espaço vazio.


E para se chegar nela, uma fronteira
o medo ou a coragem  de cruzar o tempo,
que é mais escuro que a noite dia.

Rio profundo e vermelho,
no fundo sem peixe ou espelho.
Oculta o vulto daquilo que nele se espelha.

A ponte é uma árvore, deitada sobre o abismo,
roliça e úmida, viva morta  e precisa.

sem galhos, folhas, ninhos ou ave
espera apenas os pés dos homens de coragem...
para sentir os passos daqueles que se vão em viagem.

A ponte em silêncio espera que se cruze o rio:
O rio em silêncio espera que se prossiga a viagem...
O caminhante em silêncio espera encontrar coragem...
a coragem em silêncio empura o homem voraz.

Alguns passos os olhos pendem um olhar,
sobre as águas secretas no fundo do canyon..
imobilizadas nem piscam, nem ondulam...
apenas adormecidas águas, apenas.

Os pés param no silêncio de um único tempo,
o fio presente, pendente, pesa sobre a cena.
Sou eu ainda eu sempre eu a cruzar esta fronteira,
que só a mim e a ninguém mais pertence.

Que medo da morte eterna,
da morte sincera pura e universal,
que me levasse em meio a cena,
no silêncio e na solidão de mim apenas.

Que não houvesse um som, um olhar
que registrasse minha nave de asas abertas no abismo único
a cruzar sempre, sempre... aquele mesmo tempo presente.

Então força e luz me vem e me  sopra   para frente,
a árvore deitada se ajeita e os pé me prende.
Fico firme como parte do cenário e da cena...
e corro de uma só vez para o outro lado serena.

Nos arbustos de mãos pequenas,
me seguro me enrolo em ramos apenas
e tão logo me vejo no sol de outra cena.

É a casa dos sonhos de D´Alembert
o grande matemático e filósofo, contemplo
seu templo, tempo!


Sua casa voltada para o cosmo,
com só uma janela apenas, tem uma vista serena,
do mundo inteiro em cena.

Uma escada que se interronpe no nada...
Nas paredes grandes obras de arte coladas...
criadas sobre as chapas de madeira das árvores,
mortas ali petrificadas.

Seu pensamento matemática em forma de raios.
em muitos quadros por toda parte,
D´Alembert matemático cheio de arte...

As tintas coloridas, tiradas  do ventre
de muitas partes diferentes  do rio... lembrava a vida
ainda pendente, pendurada naquele   imenso vazio.

D´Alembert ainda vive lá
no meio das pessoas, das mesmas pessoas que tanto o ama
que ele tanto ama...
e que mesmo no mais pesaroso obscuro universo
nos chama para adentrar a riqueza
de sua matemática em verso.

Homenagem ao grande matemático e filósofo D´Alambert

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