segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Mais alguma coisa sobre o bosque das borboletas - Maria Melo Brasil



Pepita começou assim....
O primeiro dia de aula
turma dos 6 aos 17 anos
ninguém conhecia uma letra do alfabeto
da povo daquela terra onde nascera!

Uma sala pequena... uma escola
um professor que sabia ler
e tinha um livro debaixo do braço.
Também sabia conta de matemática.

Pepita levantou a mão e disse:
-Professoooor posso contar uma história?

Surpreso o professor
e disse pode.
Pepita também não sabia ler, nem escrever
nunca tinha tido um livro, nem mesmo visto um!
Sempre ouviu os contadores de história
que eram os parentes mais antigos
que as contavam antes das crianças teimosas
irem para cama.
Quase sempre histórias de terror
que fazia pepita temer o próprio horroroso telhado de sua casa.
Ia-se para cama, adultos e crianças sempre que anoitecia.

Não havia luz, além da luz solar, lunar e estelar.
E a luz dos raios, das pedras
e das lamparinas de querosene,
com fumaça preta e fedida.
E o velho avô de pepita tirava a luz ou o fogo das pedras
quando as esfregava para acender o pito!

Então ela decidiu contar a história:

Bom, professor esta história aconteceu
um dia comigo. É verdade, reafirmou.
-Então nós sabemos que história nos espera!
disse o professor.

"Eu tava andando na praia
quando eu fui criança!

Espera, pepita você disse que era verdade
e começou a história com duas mentiras?

Pepita avermelhou-se...
mas ela também sempre questionava os contadores de história
e eles sempre tinham uma resposta convincente.

Primeira mentira: Você e nenhuma pessoa deste lugar, nem eu também,
já fomos à praia. Ninguém aqui conhece o mar.
Nunca o viu, nem em fotografia, livros ou revistas,
nunca se ouvir falar do mar por aqui...

Como você disse que tava na praia... mentiu!

Segunda mentira: "Quando Eu fui criança."
Ora pepita todos aqui são crianças, menos eu,
você também é e tá muito longe de deixar de ser!

Então por favor explique aos seus amigos
que a história é uma criação da sua imaginação.

Ah, sim professor:
"Escrever é o ato de criar realidades no fantástico universo"
Tá bom...?

Voltando desde começo:

Tava eu andando pela praia.
Não tinha praia nem mar, mas tinha sol.
Sempre soube que o sol nascia no mar toda manhã!
Se tinha manhã e tinha sol
tinha mar e se tinha mar tinha eu
andando lá. Viram eu? Pequena e frágil
correndo pelas areias?

Na aldeia tinha um pedreira
e tinha dinamite... mas pepita ignorava estas atividades
que ficavam bem longe das crianças.
Pela manhã, toda manhã de trabalho,
explodia-se as pedras, fazia-se um estouro continuado no ar
que chegava aos ouvidos de pepita.

Aquilo era o mar, devia ser o mar, se não fosse...
porque pepita também sabia
que o mar era mais forte que o trovão
e as ondas quebravam as pedras...
as derrubava no chão.

Assim pepita tinha medo do mar.
Mas jamais nem em sonho conseguia
imaginar como seria o mar!

Carregava sempre seu riozinho nos braços
como outras crianças carregam seus gatos.

Mas o mar, nunca ninguém havia lhe dito
nada sobre ele.

E fez várias tentativas na sua tenra infância, de descobri-lo:
Seguiu as águas do riozinho por mais
de dois quilômetros...
o riozinho ficou muito estranho
profundo e foi se escondendo dentro da floresta mais densa
e o português que morava na borda
da floresta catou pepita
pelos cabelos e a devolveu para os pais
e a ameaçou: "Se novamente se aproximar
destas terras não sei do que serei capaz"

O português tinha uma espingarda pendurada na parede
da sala... pepita conhecia
pois ele era amigo dos seus pais
e espingarda matava até passarinho avoando...
caia de repente sem pio e sem voo!
perdia sua penas!
Nunca mais pepita se aventurou
por ali, enquanto ainda tinha pernas pequenas.

"Enquanto eu andava pela praia,
olhava para o leste mas não via o mar, ouvia-o.
Não olhava para o sul... só para o norte,
algo chamava minha atenção no norte.

Eram gargalhadas e mais gargalhadas
de crianças, outras crianças
ou outras criaturas como eu.

Comecei a correr... você me viu?
Sei que havia mar porque havia sol e a estrada era suave
não era a terra quente
como aquela que fritava o a sola dos meus pés
desde de os meus primeiros passos que dei!

Ouvindo risos e risos fui olhando um pouco para o oeste,
correndo para o norte e olhando para oeste
onde se esconde o sol, vi um lugar
diferente um pequeno muito pequeno bosque.

Do bosque vinha o riso,
como se fosse mesmo o barulho do mar,
era riso de pessoas ou de crianças.
corri mais e parei na entrada do bosque:

Rapidamente passei os olhos por todo canto que consegui.
As árvores eram pequenas, em torno de dois metros,
pouco densa a pequena floresta era muito limpa.

Um filetinho de água passava por ali.
Uma misteriosa cadeia de montanhas
pequeninas de cores diferentes, adornava
magicamente o bosque.

Tão logo entrei percebi que não via mais nada lá fora.
Nem ouvi o mar, também... Norte, sul, leste oeste.
estava ali naquele pequeno recanto mágico.

Vi as crianças brincando nas montanhas,
subindo e descendo das árvores,
com a graça e a elegância dos passarinhos.
Seus risos eram cantos.
suas corridas eram voos.

E brinquei também... pensei que o dia
não precisasse mais acabar. Nem fome
e nem obrigações me preocuparam.

Fiquei amiga de algumas daquelas crianças
cuja amizade e amor haverá perdurar
por toda minha vida.

Além de toda aquela paz e beleza
indescritíveis veio o hora mágica,
que todos esperavam felizes
A chegada das borboletas...
Um espetáculo inaudível...
Nem o mais ténue som da queda
de uma gotinha de orvalho,
nem um suspiro de uma rosa,
pela pétala que caia
nem o odor dos cravos espalhados,
nada se compara aquela dança
silenciosa e mágica.

As borboletas com seus véus
esvoaçantes pelos ares, dançavam
lentamente sobre as folhas,
as pétalas das flores, os frágeis caules,
e teciam nesta dança as constelações
celestes. Pousavam quando queria
sobre o dedo ou o nariz de Maria!

As cores, as cores eram a própria vida das cores.

E uma borboleta disse-me solta:
Conto te uma história!

Assim pepita ouvia.



"Era um bebê muito feio.
e todos nós borboletas, e éramos muitas, bebes, horrorosos e feios.
Nossa mãe parece que não nos queria.
e nos jardim éramos devastadas feito pragas.]
ninguém nos conhecia.
pois eram secretas nossas asas.

Mas uma dia uma folha de árvore
nos deu casa,
e este bosque nos abrigou
e nos concedeu asas

e ficamos escondidas enroladas nas folhas
até aprendermos a ser bonitas e
se bonitas,
voaremos felizes
e se voarmos, dançaremos
e quando souber dançar
iremos para o bosque
brincar com as crianças...

O que mais nos importa...
Assim as borboletas dão boas vindas
aos seus visitantes, dançando
em círculo na entrada do bosque.

conte nossa história
pois sempre estaremos aqui
no bosque... esperando
pelas criança, pelos passarinhos assim
como as conchinhas
também somos do coração e
e do mar!

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