sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A Mala e dona Joanita - conto - Maria Melo



Arrastou a mala para o canto e ficou pensando:
A estrada tem é uma descida depois uma curva
depois um rio, envolvido por margens bosqueadas,
vistas como uma tira verde, nas terras vermelhas.

Lá tem água limpa e gelada. O cavalo deve ter
se lembrado do  rio estava com sede, suado e cansado.
assim como seu cavaleiro...
podia mergulhar no bosque e até dormir
tamanho sossego havia por ali.

Ela queria deixar a mala lá na estrada.
quem sabe o cavaleiro voltasse, pega-la.
Mas algo nela agarrava-se a mala,
já nem queria prosseguir na estrada, queria voltar.

Não é roubo, nem furto, nem achado,
é uma mala atirada... possivelmente pesada,
para a jornada do cavaleiro...
Queria andar de pé, se equilibrando sobre o lombo do cavalo,
e carregando aquela estranha mala.

A mala era bem fechada. Tinha uma antena verde,
cor verde... seria um radio  muito antigo disfarçado
ou um cofre disfarçado de radio...

Pegou a mala, nem era tão pesada...
na outra mão os sapatos, no chão as pedras,
era o caminho de volta,
nem se lembrava mais do que  fora buscar
por aquelas estradas.

Lá depois do rio tnha uma subida
O cavaleiro não subiu... deve ter descido e
na sombra do bosque do rio deve ter dormido.

Mas se acordasse e juntasse seu cavalo
de volta atras da mala, Joanita a devolveria,
se ele a encontrasse...

Nem tinha ido a lugar algum e decidiu voltar...

Na entrada da cidade, ela queria esconder
a estranha mala... mas que importa pessoas esquisitas
nas cidades tem aos montes...
Mas não deixou de ser notada,
por todo canto que passava.

Graças  a ajuda de um taxis, chegou logo em casa:
Nem queria saber o que havia na mala,
O importante é que  a mala está na sua mesa,
e o cavaleiro  sumiu. A mala é sua, dela, é claro.

Parece até que foi isto que ela foi fazer lá,
buscar a tal mala.
Sentou-se e uma dúvida sentou-se com ela:
Deveria abrir a  mala
e se apossar dos pertences que ela
guardava... ou guardar a mala
por algum tempo...sem arrombá-la.

Imaginou um tesouro... como todo mundo
imagina se encontrar uma mala.
Quem jogaria um tesouro fora....
Tesouros não cabem, nem ficam em malas...

Podia ser roupas sujas, sapatos velhos,
material de costura, ferramentas inúteis...
materia de pintura, de arte, de desenho...
podia ser um professor...

O cavaleiro não tinha jeito de professor,
tinha pernas feito garranchos, magro feito um louva Deus...
e braços de borboletas...
e muitos cabelos esparramados pela cabeça,

Não era um cidadão urbano
que são muito bem enrolados
em nobres e finos panos.

Não resistiu, foi  a sua cozinha e apanhou tudo
que encontrou na caveta,
todo material de ponta afiada
de todos os tamanhos,
e se não conseguisse partia para o martelo,
a martelada, nada resiste, nem os prego.

Abriu a mala... papeis, documentos:
Não. papeis de todo tipo, velhos, amarelados,
novos, rasgados, picados, enrolados,
desenhados, escristos!
Ela ficou decepcionada.

Deveria ser dinheiro. Um papel muito bem cotado.
Examinou todos os compartimentos secretos
da mala, cada lugar, um papelzinho,
umas letrinhas, uns deseinhos, uns sinais,
marcas, enfim, nada!

"Nunca encontrei uma mala e quando encontro
está praticamente vazia"
E esta mala é tão inutil que nem serve para
o uso do dia a dia.

Num primeiro rompante ela queria tacar fogo
em tudo,.. depois pensou no lixo,
mala e tudo mais, depois achou que era uma reliquia,
deveria guardá-la,
como objeto misterioso daquele dia.

Assim percebeu que a mala era muito bem limpa,
tanto por fora tanto por dentro,
e que todos os papais também o eram,
embora alguns fossem muito velhos,
Queria ler todos,
mas não conseguia, letras miudas
e complicadas, uma dificil caligrafia.

e Joanita estava cansada por aquele dia,
tivera muitas emoções únicas,
inesperadas.

Abriu a mala de novo e guardou
tudo, agora melhor arrumados.
botou no alto do seu guarda roupa,
cobriu com lençois brancos.

Seu Pablo queria saber o que estava escrito nos papeis,
não poderia perguntar a Joanita,
ela também não sabia,
nem lera.
E como ele faria para conquistar sua confiança
e ler os escritos...

Parece uma bobagem... tudo que já está escrito
é mais que suficiente para explicar
tudo que aconteceu, acontece ou acontecerá,
com qualquer coisa ou criatura do mundo,
desde que o inventaram!

A mala está lá, guarda alguma coisa,
e pelo que nos pareceu... pode ser uma novidade,
É um contra senso pensar em qualquer
coisa nova no mundo ou na vida,
considerando toda a metamorfose
que rege a realidade,
tudo pode  ter cara de novo
ainda que seja muito mais velho
que qualquer fantasia.

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