segunda-feira, 9 de maio de 2011

João Bobo e a queimada

Olhava para o leste:
no cair da tarde. Céu claro de pós inverno.
Tinha feito um bom trabalho.

Rocei a quiçaça alguns dias antes,
aquele mato pequeno, árido e espinhoso jazia no chão,
torrado pelo sol...

Depois de uma semana, tudo seco,
taquei fogo... deixei queimar o dia inteiro,
a noite generosa abrandou o fogo e as brasas...

Três dias após da queimada restava o carvão
cinza preta, pequenos restos de galhos
esturricados pelo chão.

Era esta a paisagem que eu admirava
enquanto olhava para o leste... restos do verde,
das folhas, flores, frutos raizes e tudo que tinha ali...

Devia ter alguns bichos misturados às cinzas,
pequenos e lerdos porque os espertos fogem
com a fumaça e o calor do fogo...

Estava pensativo com os restos de galhos
que restara do fogo... Juntaria os todos
para uma boa coivara...

Quando de repente ouvi um barulho forte
lá no alto da queimada... Levantava um poeira preta
de cinza pelo ar, num movimento muito veloz
vinha na minha direção.

Procurei em vão um cachorro que fosse muito pequeno
e que corresse muito também... podia ser preto,
e estaria misturado com as cinzas e o carvão,
Nada vi... só o corredor de poeira vindo
para mim... Quem sabe um gato, uma galinha,
um coelho, um rato enorme... o que quer que fosse
não podia ser visto. Fiquei mais curioso ainda,

Poeira, barulho, galhos voando e o carvão e a poeira
se levantando... Estava ainda perplexo com minha
falta de visão, olhava só para o ar...

porque qualquer que fosse o corpo em movimento
eu deveria ver... Estava céu aberto e sol claro.


Quando foi se aproximando de mim o movimento das
cinzas e do carvão e o barulhão então tive que olhar
para o chão...

João Bobo vinha correndo, se rastejando feito
relâmpago fazendo curvas inimaginaveis com seu corpo redondo...

João bobo tinha mais ou menos dois metros de comprimento,
e 15 centimentos de diâmetro. Era a cobra.
Vinha voando pelo chão, limpando as cinzas e carvão,
empurrando os galhos com os olhos fixos nem sei onde.

Paralizei nem era medo da cobra em si... porque ela
não tinha veneno. Era chamada de João Bobo
pelos caipiras do lugar... Eu especialmente nem acreditava
naquilo e ela passou correndo, disparada por mim,

Nem me olhou. Eu, ao vê-la com aquela pressa toda,
Imaginei o que estaria correndo atrás dela,
Virei-me para o norte e sem pensar corri muito,
limpando as cinzas e o carvão e galhos secos e pretos pelo chão...

Se João Bobo corria não devia ser atoa.
Nâo vi, não olhei e não imagino o que foi que fez João Bobo
desaparecer-se no mundo.

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