a viva alma, devagar vaga...
A noite fria esta vazia,
a rua, a noite ria.
Não me sinto só.
Há bilhões de átomos ao meu redor..
Mas aquela árvore,
despida do seu verde,
no inverno frio da rua vazia...
Com todos os galhos secos,
o tronco negro,
ela parecia só e única não fosse a sorte...
de ter ali, no seu ressequido colo
um pequeno vagalume...
E brilhava quando queria, ou podia.
Reparei. Sem dúvida
o formato ressecado da antiga folhagem
lembrava um rim...
mas era mesmo um cérebro
intrincado de neuronios congelados pelo inverno.
Aquela coisa obscura bem embaixo da luz falsa da
rua, em meio a uma densa neblina,
podia ser algo que eu não pudesse realmente definir:
Num instante,
ouvi um psisisi, pisissi, pisissi...
Olhei para todos os cantos, ninguém.
Olhei até para a lua, que discreta no mar
não dizia nada...
Conferi as possibilidades de alguem
escondido por ali e nada....
A realidade sempre vence...
Um pequeno passaro, também negro pelo negro de tudo,
fazia um ruido quase humano... insistentemente...Ah,
é você... tudo isto é você...
seu perfume.
desiste, desiste
Você nunca vai entender o que eu disse.
se não fosse a sorte do pequeno vagalume.
Nenhum comentário:
Postar um comentário