terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O céu



Não pensas em Deus

domingo, 26 de dezembro de 2010

lógica



Fragil
o brilho da lua na madrugada quase clara,
as estrelas fogem
o sol não vem,
uma escura  nuvem,
a voar também.




Fragil seus olhos,
entra nos meus
como um doce lember de línguas, a
beber a água,
que deles suave mima.


Fragil seus sonhos me surgem
entre o azul das nuvens..


e vem chegando trazendo
o dia com seu imensurável
universo de fantasia.

sábado, 25 de dezembro de 2010

pão

consumir um pó  finíssimo  e branco
é o vício do meu estômago,
da minha alma âmago.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

insistir

Deus me perdoe ainda 
minha mentira for verdade,
não tem coisa mais linda
do que a felicidade.

erro

Deus perdoe os poetas,
pelas mentiras sinceras,
não há quem suporte o mundo,
sem a sua primavera!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

borraeira ou cinderela

Cinderela ou borraeira!

Quero a mais nova:
A mais linda e sedutora.
É caríssima. A mais cara.
É única, também rara.

A mais velha:
nem de graça, dá graça.
Mas por pirraça
Quanto custará ela....


E ele lavrou os campos de seus sonhos:
que botoou e floresceu.
Esperou a roçada e colheu
tudo que Deus lhe concedeu.

Colheu e acumulhou:
por um tempo exato de primaveras.
depois indagou de novo...
quanto custará a mais velha.


Ela, a mais velha
ainda mais velha
já descabelava sua aquarela
quando surgiu a questão:
Qual será o preço dela...

"Não estou a venda
Não me compra o dinheiro,
nem sagrada oferenda,
que não seja amor verdadeiro.

Meus dias são poucos e findos
para aqueles cuja morte leva
mas são meus e são lindos...
nada no ombro me pesa.

Nem borraeira, nem cinderela
sou apenas a primeira
entre as primeiras das mais velhas."

Ele lavrou os campos de seus sonhos outra vez:
Tudo que plantou e colheu
de boa vontade, semente se fez.

Tudo de novo:
Agora muito mais caro.
Custou-lhe abrir mão da vaidade
da beleza e de tantas outras virtudes raras.

Custou-lhe doar o último pendão da juventude
derramar o suor proíbido
lágrimas, um pranto salgado e incontido.

Custa-lhe, é quase dor o amor assim:
num suspiro final.
foge do coração mas não foge de mim.

Ela, no capricho da mais velha
quer João Batista com a cabeça,
muito longe da bandeja:
Que assim seja,
sua vontade benfazeja
bota fim numa peleja
digna da realeza:
reconstruir seu castelo,
com toda sua pureza,
muito longe de qualquer tristeza.





A paixão de Layla

No passado ela viu que no futuro aquele homem a amaria!
Ser criança significa ter habilidade para construir a realidade,


Layla jurara ser criança para sempre,
fizera isto na infância,
crescer, ao contrário não representa a perda daquele talento,
se não por muita miséria e sofrimento.


Ela viu como se tornava amargo
o fruto maduro da vida,
e daqueles venenosos tragos,
não morreria antes do fim da lida.


Por isso e nada mais seus olhos eram
espelhos de outros mundos,
no tempo e no espaço,
e as própria nuvens e estrelas,
sopravam-lhe beijos e abraços


Layla não sofria dos males das grandes pessoas,
nem das pequenas, seu riso era pouco e sincero,
esperava sua vez e nunca comparecia,
nem para buscar o prêmio da loteria.


Porque na sua essência era criança
pirracenta mas não cruel,
entre a esperança e o céu,
se alimentava do pão da terra.


E aquele homem quem era...
ninguém lhe dissera...
Ela própria duvidava
do amor e suas quimeras.


Mas uma coisa é certa,
a vida é uma escrita torta mas correta.


E ela escreveu...
se aquele homem era seu... ele leio.


Quando soube que ele viria a
ser seu grande amor no futuro.
Decidiu amá-lo já, ainda que fosse passado.


Que o presente seria meio longo,
meio triste, meio cansado,
mas quando ele chegasse,
isto é quando o futuro  vier
sua alegria será grande, dobrada.


E Layla soprou a carta,
bem dentro do coração dele,
com as palavras mais bonitas,


porque eram sinceras,
como uma criança que corre e grita,
no caminho da primavera.


Os passos de Layla são contados,
assim como seus gestos,
porque as crianças são vigiadas,
na pureza dos seus atos e
na destreza dos seus versos.




Um caminho árduo e obscuro
ela caminhou só,
depois uma bela estrada
ensolarada e estrelada,
se iluminou. E finalmente
Layla se apaixonou...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

solidão

A cidade á noite
Ás vezes é quente,
às vezes é fria,
quase nunca é morna.

Como sua ausência,
intensa, vazia enorme!

domingo, 19 de dezembro de 2010

adoração Maria Melo

vamos brincar,
fingir que somos dois,
que somos lindos, que somos amantes,
que nos adoramos, agora,
que nos adoravámos antes.

que nos adoraremos depois

Agentes Secretos alfa, beta e gama todos no re flexo do espelho...agora!





Convocação geral às 19 horas para um inédita espionagem:
- Ás 19 horas o dia está claro... como andaremos secretamente,
em plena luz do dia...


Agentes alfa, beta, gama trocar os adesivos velhos dos carros novos:
onde está escrito CIA inverter as duas últimas letras: CAI


CIA: central de inteligência americana
CAI: companhia de arte internacional.


Um grande disfarce.
Usar cabeleiras artísticas consagradas:
estilo Elvis, Jackson, Einstein Joplin e tantas outras,
e tantas outras que preservam a identidade da cabeça...
a verdadeira juba do leão da floresta.


Atenção comparecer em 3 minutos...
em três minutos se pode fazer ou terminar de fazer quase tudo na vida.


A sala enche num instante:
Todos desejam ver a tal criatura misteriosa...
São só olhos e ouvidos especialíssimos em estranhezas e sutilezas...
As mãos, as luvas, as curvas, as turvas, as musas...
Os gênios afins, os sera fins, os tenores, os sopranos...
os dígitos, os dízimos, digitalíssimos e vitalíssimos.
Por fim afinadíssimos nos olhares, nos pensares e nos estares,
com sábia agilidade hão de perceber
a finíssima realidade que se apresentará
em segundos fraccionados milesimamente perfeitos no tempo e no espaço.


Certamente ninguém sabe e nem o chefe compreende
porque sempre que o agente de plantão dorme e ele dorme sempre
acorda com aquela estranha criatura sentada na praça.


Se o agente tem que vigiar não deve dormir
mas ele vacila, ora dorme, ora cochila.


Quando abre os olhos vê a aparição sentada no banco da praça,
mas nada conta... porque não admite que dorme...


Este novo agente entretanto,
secretissimamente secreto não sabe mentir,
sua lingua solta sempre cai da boca...
não guarda segredo, nem depois de morto se pode confiar nela.


Portanto é muito sincero, mostra tudo, tudo é claro
depende da sofisticação de cada equipamento, que é pessoal.


Estão prontos. Sim, em unissono! (uni sono)
A porta range: Um rangido que imita um rangido de verdade e
abre como se estivesse fechada.


Podem olhar por aqui e por ali, certamente estão vendo.
Há um banco na praça que fica no meio das árvores,
Igualmente há um banco de dinheiro que fica no meio
da bancada dos  vagabundos que dão vistas às coisas do mundo.


Há um banco de sangue misturado com um banco de dados,
uma bancada de  mestrados
uma banca de revista, fechada, ao lado.


Lá no banco da praça sentada está a criatura espionada,
Surpreendentemente aquilo que vocês estão vendo não é sua sombra:
A sombra está sempre grudada no corpo é uma
lei física da materia....


O que estamos vendo sentada na praça é a luz de um corpo,
inviolavelmente dele separada.


Quando o agente dorminhoco acordou...
a tal luz sentada olhava firmemente na direção dele:
Ele viu seus olhos virando e revirando de um lado para outro,
seus cabelos balançando com o vento...
Ele correu feito louco foi se esconder no hospicio
certamente o agente dorminhoco estáva exausto
de tanto ficar sem dormir ou de dormir
com a consciência pesada... porque tinha que ficar acordado.


No hospicio foi interrogado à carater:
verdadeiros e falsos psiquiatras e padres e beatas
mas ele preferiu não se lembrar e ficar curado.
Memória é história e história tem no mínimo dois lados.


O agente inteligente voltou ao trabalho rápido
e igualmente voltou a dormir durante a  vigia
mas doravante dormia com um dos olhos apenas, o outro
acordado seria.


Ver a visão dos dois lados do espelho:
com um olho dormindo, o outro acordado.;
E vocês o que estão vendo... porque vendo estão.


A luz sentada no banco se movimenta como se tivesse músculo
e como se tivesse um vento que a balançasse como se balança a água no mar.


Disse um dos agentes que aquela luz sentada está solitária.
Obvio. Será que espera alguém...ou será que procura alguém.


Diz outro agente que a luz sentada está sem dinheiro
e fica na frente do banco, sonhando
com o carro forte...


Outro agente diz que a luz sentada quer conhecer
a multidão que passa por ela e ela própria,
assim pretende ela roubar o banco de dados,
junto com o banco de sangue!


As teorias são loucas, são muitas, são roucas...


Mas onde está o corpo da tal luz sentada na praça...


Isto é o enigma moderno... Onde está o corpo,
ninguém sabe...
será uma luz sem a tradicional e adorada matéria,
que escapou da lei da vela...
A luz ao que todos sabem está sentada na praça,
o corpo pode estar em qualquer parte,
se tiver um à parte.


Mas não é só Isso, o agente que enviaremos agora,
Vai você.. Elvis,  e senta ao lado dela,
e nós olharemos daqui e ouviremos o que disser
o que será dito... Vai Elvis, bendito... diga...

sábado, 18 de dezembro de 2010

Não sou

Maria Melo não é um livro,
muito menos um bom livro,
não é um jornal,
nem qualquer jornal
nem revista, nem gibi..
nem papiro canibal...


é uma mente, simples, viva,
num exercício diário do ato de pensar,


Não pensa:
cientificamente,
nem religiosamente,
não é profana,


nem desumana,


cozinha  seu pensamento
numa chaleira efervescente


os vapores, estes sim,
são aqueles que saem por aí...

às vezes

Não cuidam de nada:
deixam destrameladas portas e janelas a
bater-se contra o aço
escondido no coração delas.


Que vento morno  e sibilante
rodopia entre as pernas,
antigos clamores errantes,
dos velhos tempos da caverna.


Sombras vivas enfumaçadas,
zombam arrogantes das divindades
que dor de areia, vidraçadas,
longe do mar, superficialidades.


Me Fascinam ainda assim,
de estranheza cruel me sorriem,
são  lembranças, vivem em mim,
são lembranças vivas de ti.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Os pássaros

Os  pássaros  cantam nas
 nas árvores de minha casa.
 Eu amo sua música, 
de manhã
eu abro a minha janela
e ao sol  da esperança 
que venham  meus pássaros  
com sua música de primavera.


pássaros que cantam estórias...
 bonitas estórias de coisas antigas.
Em meu pensamento
 eles são como sinos.
As penas de suas asas
que voam com o vento...
e me levam junto
para uma grande viagem no tempo.

pajaros

Los pájaros cantan en
los árboles de mi casa.
  Me encanta su música,
por la mañana
Abro mi ventana
y el sol de la esperanza
que vienen mis pájaros
con su canción de primavera.
pájaros que cantan historias ...
  Hermosas historias de cosas viejas.
En mi mente
  son como las campanas.
Las plumas de sus alas
volando con el viento ...
y me llevan a lo largo de
para un gran viaje en el tiempo.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

segredo

Há sempre uma parte da história que o vivo
não consegue contar enquanto não estiver morto.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

hoje

Muitos vivem no passado. Muitos vivem no futuro mas quem vive o dia de hoje é realmente agraciado com o presente da eternidade.(Maria Melo)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Oração do passarinho


Senhor,
eu só preciso um tiquinho daquela árvore,
por um fiapo de tempo,
para construir meu ninho,
numa algazarra de vento.

E uma frestinha de sol,
pra abrir minha guela,
e despejar meu canto,
muito além da janela.

de tantos outros pássaros cantantes,
povoar jardins e quintais,
e tua floresta muda,
em festas de arraiais.

Depois prometo:
juntar ossos penas,
desfazer toda cena,
e por um tiquinho de tempo,
ser feliz apenas nada sendo.

sábado, 4 de dezembro de 2010

internet

A internet é um espaço especial onde uma pessoa pode criar e recriar sua personalidade em forma de arte... desenhos, videos, poemas, contos e muito mais, através deste espaço se  coloca em funcionamento toda a mímica da mente e se pode observá-la e bem como auto analizá-la de modo suave e natural, como nunca se fez na história da humanidade.

The Internet is a special place where a person can create and recreate his personality into an art form ... drawings, videos, poems, stories and more, through this space is put into operation all the mimicry of mind and you can watch it as well as auto and analyze it so smooth and natural, as never done in human history .

sábado, 27 de novembro de 2010

Meu paraiso

Não sei se preciso
antes da serpente
arrastar as asas,
afiar os cisos.

Nasci dele,
Nos suaves lagos,
e doces uvas,

Mas uma chuva de desejos
caiu sobre a terra,
na minha língua líquida,

e seu olhar,
entre as frutas do pecado, eu
quis lamber seus olhos,
por toda minha madrugada.

E morri tantas vezes de tristeza,
de na lua do meu ceu,
não ter sua luz...

Confesso fui eu
que com minha boca escancarada
esperava seus beijos...
lambia seus olhos com
meu insensato desejo...

É paraíso, o Velho Deus,
quem me falou,
 sirva-se de sua poção de amor.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Lei tor com sumidor e o marciano carioca

No õnibus às 5 da madruga, sentado.
O jornaleiro com a cesta cheia de jornais, é claro.
Jornais do dia, com notícias fresquinhas
Ele o Lei tor com sumidor
fingia estar acordado.
e espichou os raios do olho por todos os cantos e  lados possíveis   para tentar ler a manchete ao seu lado:
"Veja o que aconteceu com um marciano distraído e mal informado que passeava pelo Rio de Janeiro...
O marciano inteiramente verde e completamente imaturo terá uma longa estória para contar...e marte, nesta ou em qualquer outra estação, à parte.

No Rio mocinhos e bandidos trabalham no cinema, na Óh! liu de brasileira e muitos filmakers sonham também ser estrelas. Mesmo as cadentes são muito desejadas.

Mas o jornal está trancado, com um fita e laços formam um riscado do tipo jogo da velha.
O Lei tor com sumidor pede ao jornaleiro para que abra os laços e mostre a manchete. Ele não quer pagar
por aquela noticia..
Moço, por favor eu preciso saber o que aconteceu com o marciano... se não quiser me deixar ler, me conte,
sou todo ouvido... conte só para mim... não precisa acordar eles.

O Jornaleiro quer vender o peixe, digo o jornal: Não conto não, pegue primeiro o dinheiro depois leia.
O lei tor insiste dizendo que não tem nem 10 centavos no bolso nem no seu, nem no dos outros alheios...
Tá certo, concorda o jornaleiro... vou contar. O lei tor vira os olhos... finalmente uma estória, hoje.
Tem sim depois  que você leu "imaturo" tem só mais uma palavrinha chamada ... retiscência!

Fechou os olhos e dormiu. Pegue, pague, leve, sente-se, leia, releia, se delicie se for capaz.
O cinema da vida real ou a realidade do cinema tudo, mesmo na mesma cena, cenário para grandes investidores em dores, grandes e pequenas.

O lei tor com sumidor pensou mas mãos neurônicas de um marciano, disparando balas verdes sobre os humanos... marcianos em guerra na terra. Marcianos gatos, ratos, baratas, com olhos quadradros e cheios de raios  que desfazem a matéria... pensou nos marcianos devoradores de crianças, de esperanças, com suas enormes bocas e gargantas, suas ganâncias pelo mal feito.

Marcianos assim provavelmente não existem em marte, talves em nenhuma outra parte, de qualquer parte,
onde humanos não façam parte.

Marcianos me desculpem este decalque, este recalque de não termos no universo, um inimigo à nossa altura e atacar nossos próprios iguais...! Olhos verdes e quadrados, bocas de caçapa, nariz de fornalha,  mãos de galhos, cabeças azuis, braços de samambaia, corpo de bambus e balaios...

O que aconteceria se tu marciano, vestido assim, como eu o lei tor com sumidor te vi passando pelas ruas do Rio de Janeiro quem sabe de setembro a fevereiro.

O ônibus chegou não sei quanto tempo de depois e nem onde e ele saltou com sua manchete costurada com durex...quem duvida!

domingo, 21 de novembro de 2010

Cartas de Amor parte II - Maria Melo

Joguei as caixinhas também no rio,
com espinhos, fósforo, um botão  de rosa
e giz de cera amarelo, moído.
Depois até que sumisse tudo,
fiquei olhando as águas rolarem para longe.

Dia seguinte, Lembrei duas outras cartas de amor,
que ficaram esquecidas:
Ando meio distraída,
contando os sonhos  perdidos,
que desfilam na minha memória,
distraído como quem sofre,
não como quem chora.

E vem o moleque divino do tempo
chuta meus sonhos, era o que eu tinha para o momento,
Um deles entretanto,
não se foi primeiro, nem por derradeiro,
ficou pelo meio, em devaneio,
da minha alma distraída.
virou realidade...


Peguei papel de caderno e caneta
e comecei a escrever...
Te amo, te adoro...em todas as linhas,
preenchi toda a folha com declaração de amor,
das velhas cartas,
Faz tanto tempo que não escrevia uma carta de amor,
faz tanto tempo que não tinha um amor para escrever uma carta,
copiei... Assinei um nome alheio qualquer,
não reli, não tive coragem. Era apenas uma carta de amor.

Não sabia o nome dele. Ao proprietário:
enviei pelo correio, 3 dias depois, (contei o tempo)
e vi o carteiro chamá-lo...
Deve ter entregue a carta de amor.

Me fiz aparecida aos seus olhos,
sussurrei nos seus ouvidos,
um beijo cheio de te adoro!
e sumi de novo.

Sem que soubesse nada de mim,
deixei só o caminho do meu coração,
as cartas de amor anônimas.

Duas Cartas de Amor - Maria Melo

Eu carpia.
Ele descia a rua.
Elas, as duas o seguiam,
a outra subia a rua.

Ele passou. Me olhou. Falou comigo:
Que vontade de trabalhar, domingo à tarde...
sorri com má vontade.
Que fazer...!

Ele se foi.
Elas, as três se encontrar na minha frente
Pararam para conversar,
As conheço... Nos juntamos, as quatro, de vista rápida.
Olhamos lá longe. Ele quase sumia:

Uma disse: Ele queria se matar estes dias atrás,
Estranhei, mesmo, por que...
O amor da vida dele o deixou. Foi embora.
Surpresa perguntei: quando:
Faz horas... não sabia. dois anos.


Dois anos... onde andei...
meu quintal é tão pequeno.
Pois é... muitas pessoas sofrem por causa
destas questões amorosas...
ela foi falando a vida dele toda...
Como sabe tudo isto... é amiga íntima dele...

Não! O amor da vida dele me contou...
Ah... Queria eu perguntar o nome dele,
Mas não consegui, uma imensa timidez me invadiu e um medo
que elas descobrisse meus sentimentos...

Que sentimentos... Nem o conheço. Nunca nos falamos
sinceramente, nem nos olhamos carinhosamente,

Da útlima vez que o vi,
ele estava sem camisa, fazendo ginastica,
fiquei olhando, só olhando, nada pensei...
depois ele me disse que estava muito quente,
Disse que não dormia...
Perguntou se eu dormia bem a noite,
com aquele calor...
Sai rápido de perto dele.

Cada uma de nós deu uma opinião
de como aquele homem deveria ser,
muito ciumento, muito possessivo, muito pegajoso,
muito amoroso, muito gostoso...
e todas riam com os pensamentos secretos que não diziam.

Fui pra casa com o coração apertado,
Aquele homem tão estranho,
que mora tão longe, tão do lado,
é simplesmente meu amado,
Eu não sabia que o amava,
descobri agora, neste momento,
isto é a poucos minutos atrás quando elas
falavam dele.


Queria se matar, meu Deus... como posso deixar isto acontecer...
Tirei minhas cartas,
aquelas velhas cartas escritas
coloquei as sobre a mesa.

Uma caixinha de fósforo cheia de fósforo,
uma caixinha de fósforo cheia de espinhos de rosas,
uma caixinha de fósforo cheia de lapis de cera, amarelo, moido,
uma caixinha de fósforo com um pequeno botão de rosa.

Peguei minhas velhas cartas  todas nuna caixa,
peguei o carro e desci a serra,
não era o mar... era água doce,
quem me dera...

Parei, sai do carro e comecei a subir a trilha de terra que levava
a cabeceira do rio cristalino,
boliçoso, meio às sombras das árvores,
daquele estranho espaço de tempo.

Os casais que foram juntos sumiram,
os jovens riam em suas aventuras,
cada qual tinha sua razão para ir ao rio aquele dia...
E todos nós tivemos um momento de solidão
para uma conversa única com as águas
que passam, que levam  e desfazem as tristezas da vida.

Peguei minhas antigas cartas de amor
acariciei, beijei, juntei ao coração, depois as joguei no rio,
todas, uma por uma, sem lágrimas,
sem mágoas elas dançavam no movimento e no ruido das águas do rio...

Duas Cartas de Amor - Maria Melo

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

giorni

gioni
I tuoi giorni pieni di felicità.
 è vuota, piena di presenza.
 E tu, piena di pioggia e sole,
 
sempre intorno a me, arcobaleno


Nella tua giornata, baci e abbracci 

che mi ha portato ad amare altri tempi altri 
sogni che vorrei adesso 
 sono gli stessi, una volta perso.

 
Mi arrendo a loro senza opporre resistenza
  
ispirare i vostri giorni di vita perenne 

con i suoi bei capelli d'oro 
carezza della tua notte, presenza.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Um estranho casamento

Não sei porque as pessoas desistem.
Desistir é tão dificil que declaro impossível.

A borraeira queria casar-se,
nem era sua primeira vez...
e tudo que parecia divino e eterno,
tudo mesmo se desfez.

Exmeu e não romeu morreu.
sem o trabalho e fardo do enterro,
borraeira seu deu por conformada,
no pós guerra ainda  estar inteira,
do amor enganado.

Eu me enganei, declarava na inquisição,
se não  é certo que chove hoje, não é certo que chove amanhã.
não preciso provar nada,
me enganei de novo,
mas não enganei ninguem
eu por mim mesma me faço enganada.

Mas borraeira não desiste do amor,
pra ela não existe principe,
mas existe  algo bem alem da hierarquia.

O gato de botas,
pode ser esperto mas não é raposa,
e repousa no romance,
sempre solitário.

Juntou-se tantos personagens engraçados da história
fantástica que ela não pode contestar,
Longe de qualquer questão que se propõe,
Ela a gata borraeira e o gato de botas se casaram.
Ou melhor explicando foram casados.

Nada foi perguntado
Ela disse sim pra si mesma. Ele também, disse sim pra si mesmo,


Ela,.. ah, se ele me olhasse, assim lá para a alma e visse a minha beleza,
aquela que os olhos não vêem mas o coração revela...
eu diria sim, hoje, e por toda minha vida eterna..

Ele...ah, se ela soubesse
que é assim, meio romance, meio paixão, meio arrastão,
ela me leva, hoje e  sempre
pra casa dela e pro coração!

Bastou este estranho pensamento:
Ora, ouviram, isto é uma jura eterna,
ouviram o pensamento dele e o pensamento dela...

Não hesitaram lás nas mais profundas alturas,
os dois eles casaram.

Nem ele nem ela sabia.
Casados e sós. Casados e sem amor, casados
e procurando encontrar alguém para amar.

Outro dia os dois se encontraram. Eles espiaram tudo.
Ele com um celular na mão olhando o vazio dos números,
ela com um livro de ponta cabeça  fingia ler.

Lá vai o meu amor,
com uma mochila nas costas,
uma linda camisa nova,
vai para o shopping,..

Ele.... vai para o shopping.
Ele foi na frente, com passos largos, tomou distânica,
ela atras, cheia de esperança.
Ele sumiu na multidão.
Ela visitou todas as lojas e nada comprou.
 Voltou ainda mais só,
do que antes.

Mas haverá um dia para eles...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Conhecimento Cabalistico

Olhe para a cabala,
qualquer cabala,  calmamente,
e se transporte para mundos superiores,
regidos por Deus
e ouça sua palavra.

Pode ser.
Que alguém queira ver o próprio futuro ou o proprio passado,
ou queira saber o quanto pagará de juros,
se os juros são justos,
se os justos são perfeitos,
se os perfeitos são, ou serão salvos...

A cabala é um espelho espiritual.

Aqui cito  o livro cabalístico mais  conhecido e mais popular do mundo:
A Bíblia.

Cabalísitico é a propriedade que tem certos livros,
de transmitir certos conhecimentos (próprios de Deus) aos homens...
como...
Tome como exemplo o sermão do monte das oliveiras...
e num culto religioso ( para qualquer nivel de pessoa)
leia-o em voz alta, pausadamente,
para os seus ouvintes...

Há aqueles que  se comoverão pela fé ou serão convertidos.
mas há também aqueles que VERÃO, ouvirão e sentirão, a presença e a emoção de
Jesus... estão  presentes naquele sermão...em toda sua capacidade,
de sentido...(Esta é portanto a propriedade cabalistica da Biblia)
e de todos os livros religiosos do mundo, se estudados ou lidos.
Todos os  relatos bíblicos   podem ser compreendidos pelos sentidos humanos,
de forma muito especial, atribuida
ao Deus, através de seu Espírito Santo
esta compreensão dá aos homens
a certeza de estarem mais seguros  vivendo conforme a vontade de Deus.
(Pois aqui nada vou escrever sobre a vontade dos homens,
muito menos, sobre a vontade de Deus)

O que Deus ensina aos seus filhos cabalísticamente...pode ser
a ligação espiritual entre o homem mortal e sua origem eterna,
ou sua ancestralidade divina...

E a ancestralidade divina é  inerente a todos.

domingo, 24 de outubro de 2010

o jardim

Foram os olhos, meu amor
num relampago do  dia,
que disseram ao coração,
é este que te vigia.

Foi meu  coração,
num clarão  que não tem fim
que disse aos meus  olhos,
é este eu  quero pra mim.

m inhas   mãos, meu amor,
na carícia desta  lida,
escreveram  sincero verso
a história de nossas vidas.


E agora vem você,
caminhar no meu jardim,
de poemas esquecidos,
que a vida deu pra mim.

e planto   flores no teu chão,
florescer  o teu caminho,
dentro do meu coração...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Na corda bamba

Passo a passo,
como terço,
repetidamente, como reza,

na linha leve da vida,
sem sombrinha, breve subida, ou descida,

entrego-me com espanto absoluto,
e sem reserva,
ao fruto do meu sonho,
que antes pálido e estranho,
agora vivo, preludio,
da paz esquecida.

Ele  que abraço,
não todo, nem tudo,
porque é muito, além de profundo.

Deixo que os olhos digam,
tudo que disse e desdisse,
tudo que parece só tolice,
mas é a própria razão da vida.

Não o conhecia antes, de amá-lo...
nem ao amor, também.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Prova de amor - Maria Melo

Se ele aparecesse
abanando as mãos
para baixo e para cima.
Brincando de malabarizar estrelas.
me quedaria encantada ao vê-lo.

Se ele aparecesse
assobiando uma embolada
no tempo futuro ou no passado
me quedaria em silêncio,
para ouvi-lo, encantadamente.

Nada faria contra seu trono,
contra seu reino,
é um músculo apenas
que reina sobre minha vida.

Se pensasse em filosofia,
e chutasse a mesa, as veias,
a música que veio.
e quebrasse até mesmo
a luz do meu dia,
eu nada poderia fazer,
é o rei que reina
sobre o músculo da minha vida.

Mas ele chegou tão suave,
num cavalo tão feroz
que estremeceu minha razão:

Jamais lhe pedi prova, jamais poderia pedir qualquer
coisa, viesse como viesse, viesse mesmo nu
de suas proprias vestes,
me quedaria encantada a vê-lo.

teoricamente faria qualquer coisa no mundo
por ele mas praticamente,
me quedo aos seus pés,
simplesmente encantada ao vê-lo.

E parece que aquilo que faço longe
dele, faço às cegas
e perto só sei mesmo me encantar cada vez mais com ele.

domingo, 17 de outubro de 2010

surpresa

No passado
olhei o futuro no espelho dos teus olhos,
e morri no presente.

Minha alma tão distante,
não via a lua no quintal,
Só o sol no  leste do mundo,
brilhando os mares...

Corri contra o tempo,
sem presente, em busca de poetizar
tudo a minha volta,

Deliberadamente mergulhar corações selvagens
nunca antes vistos,
escutar os versos das almas tristes, divididas,
esquecidas em suas miragens de vida...

Sim quero as estrelas do céu,
passo via lactea em silêncio de flores,
roubando beijos dos teus sonhos,

Poemar o pó dos meus  olhos vermelhos
e o mar dos teus  numa sinfonia
de cores... juntar letras, sinais,
escrever e pintar minha vida pelas cidades e muros

de todos os homens e mulheres
que encontrei  buscando também outras formas de amor,

E cada  sagrado engano,
um novo verso, outro plano, tão belo e tão sagrado,
como todos os outros desenganos.

Eis porque tu não me encontrastes distraída,
mas de pé junto a minha janela,
na espera da tua vida.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O poeta

O verbo do poeta pode não estar definido no dicionário.

Serva de Deus...

Andava a deriva,
se no mar, na terra, no ar,
por ser de libra,
não podia me equilibrar.

De tanto errar, peso daqui
peso de lá,
decidi ser serva,
quero mesmo é rezar.

Procurei o famoso Deus,
por qualquer lugar,
sem nunca precisar procurar...

 De tantas  chutar as pedras
quero ser sua serva,
minha vida acertar.

Tens certeza que podes me servir,
seja lá como eu desejar...
Posso...
sou muito fraca nada pesado
demais consigo carregar,
portanto  se for cruz,
só carrego pendurado no pescoço,
bem mais leve
que meu  próprio esqueleto de  osso!

Deus me olha com desprezo,
porque da tua vida não vai cuidar...
Não consigo me acertar,
fazendo as coisas que me ponho a desejar,
talvez se fizer o que manda Deus,
possa meu caminho iluminar.

E se eu quiser algo impossível,
o que fará já que és muito fraca e visivelmente covarde,
vive a choromingar,
em todos os cair de tarde...

Deus apressado se põe a voar...
Espere Deus por favor como posso te servir,
se és senhor de tudo por aqui,
e ainda voas mesmo antes de me ouvir...


Estás vendo aquela estrela lá,
bem aquela branquinha feito neve,
que leve feito pluma se põe também a voar,
é ela que eu quero
se queres me servir
a estrela me vais buscar...


Oras sumiu Deus
na imensidão do azul do céu,
misturou-se com as nuvens brancas e negras,
com os raios e relâmpagos que
clareiam e cegam
o meu âmago ensejo.

Depois de uma longa vida de perseguição e esquecimento,
dei de cara novamente com o velho senhor dos tempos...
Cadê minha estrela, minha cara serva,
dos dedos arregaçados de tanto chutar as pedras,
das mãos sempre fechados, de tanto
carregar as velas...

Fiquei branca, fiquei amarela,
minha velha promessa de ser sua serva,
já rasguei faz tempo,
vossa divindade, senhor do tempo,
aquele estrela de ponta quebrada que derrubei do céu,
por causa de te amar
perdeu o brilho,
enquanto não te achei,
e a dei simplesmente pro primeiro
que encontrei...!

 Continuo assim, rasgando nuvens, e
cantando estrelas, arrancando-as
do sagrado  céu...
sou tua serva
do jeito que escolhi...
como me  escolhestes
melhor te sirvo
melhor tu me serves.

You are welcome



Good morning everyone who comes to visit me, today... Thank you and have a nice day.



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