Vem a minha,
numa tarde isolada,
onde quase nada vive,
só memória guardada.
Não é qualquer lembrança,
uma de beira de estrada,
um salto no tempo lançado
voos de cadeiras, quebrados.
Na minha frente seus olhos,
que eu julgava fechados
um sorriso brando inocente
de quem não viu quase nada.
tantos anos se passam
a saudade atropela meu tempo
de novo o zumbido da vidraça,
no rodopio do vento...
Um susto, um tormento,
calma não é nada, é só um alento
um grito da memória,
que acorda de novo o tempo.
este espírito do qual sou detento.
Há dias,
nos quais sou sincero
que estranho
a estranheza do meu lado etereo.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
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