terça-feira, 20 de julho de 2010

Que neblina será esta... perguntou aos olhos... Não sabemos. Vem do coração.

Não há indecisão.
Fiz planos cuidadosos e árduos.
Nem sei se poderei contar com alguém...
se tais planos hoje,  são válidos.

O que você sente se...

Naquele dia eu  estava usando um vestido branco,
um sapato branco e os cabelos presos,
contornei todo o grande carteirão de um enorme hospital particular, em São Paulo
Procurando um jeito de entrar lá.
Era impossível, já tinha sido barrada duas vezes na portaria.
Gostaria de fazer visita aos doentes.
A senhora tem parentes aqui... Não. Respondi. Então não poderá
circular pelas dependências do hospital. Este é um hospital particular.
Fiquei pensativa se devia ou não insistir.
Portas e roletas e tabuletas e crachas... e seguranças
me desanimaram, completamente.

Durante  a caminhada pelo quarteirão observei que havia um portão
todo em aço, muito alto e fechado.
Num só instante o portão abriu, bem na minha frente,
Vários funcionários trazendo gigangescos sacos de lixo
para colocar  em algum lugar
Uma senhora junto com os funcionarios olhou-me e disse,
Você fique aí, quando o caminhão chegar para apanhar o lixo,
leve o rapaz até minha sala,  ia perguntar mas estava escrito
na roupa dela - Carmem.

Todos foram para dentro e ela deixou o portão meio aberto,
e os seguiu. Tive logo o ímpeto de entrar também,
mas decidi esperar o caminhão que recolheria o lixo,
tão logo eles sairam chegou o caminhão e  2 rapazes
foram recolhendo os sacos e guardando...

Eu disse com licença moço a carmem quer falar com você,
me acompanhe... Ele deixou os outros lá e veio atras
de mim... logo  no primeiro corredor eu disse,
sabe onde é a Carmem...
sei sim... então pode seguir eu vou ficar por aqui.


Pareceu-me estar quase anoitecendo
Era muito grande e logo logo vi onde  eu estava : ONCOLOGIA
Todos os corredores vazios.
As poucas pessoas que passaram por mim,
não me notaram... Segui em frente,
Passou uma madre e me sorriu. Passou uma enfermeira
e me cumprimentou.
Comecei a abrir as portas e entrar nos quartos,
Eram doentes terminais. Retalhados, mutilados, amputados,
todos vivos. Alguns inconscientes.

Nenhum deles deixou  de me notar,
seus olhos diziam isto, embora a maioria não falava nada,
os que me falaram disseram que estavam ali,
alguns desde criança... outros desde jovem,
outros nunca mais tinha saido lá fora ver o sol...
Como eu  estava ali, visitei toda a ala de pacientes terminais,
nenhum deles me pareceu ter qualquer tipo de identidade pessoal,
Ainda que eu tivesse toda humildade do mundo,
me sentia culpada por ver seus sofrimentos,
por invadir aquela dor tão profunda
naquelas pessoas que não tive coragem de perguntar o nome,
e nem dizer que logo logo estaria boas, curadas,

Até rezei, o desespero foi grande,
o que  vi nunca foi nem imaginado,
creio que pela maioria dos seres humanos normais,
e nem por mim... embora todos nós já enfrentamos sofrimento.


Fiquei envergonhada da minha impotência,
fiquei humilhada da gloria que usufruimos,
em tantos momentos da vida,
e cuspimos, escarramos em dias de muito sol e alegria,

Na  hora que percebi que tinha ido praticamente a todos os quartos,
precisava encontrar a saída, pois o grande portão provavelmente estaria  fechado
e nem mais eu sabia onde ele estaria.

Passei a caminhar pelo hospital,
corredores vazios, pouco iluminados,
embora todos os pacientes estivessem muito bem limpos e tratados,

Senti ali não a dor de um individuo, de uma pessoa,
mas senti a eterna  dor da materia,
como um todo, Uma dor que falava que olhava,
que respirava, uma dor que morava,
cuja casa eram eles.

Não posso descrever o que vi...
é este eu,  que me veio naquela momento... de era uma vez uma lenda que não existia...
Não apenas por causa das tristes coisas da vida... mas por muitas outras razões...tantas
 lindas e jubilosas, que
deixarei que meus planos prossigam...
estou certa vou consiguir fazer
o que decidi... estou certa também de que estou no meu caminho.

Os outros planos conto depois.

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