terça-feira, 2 de março de 2010

Joanita... simplesmente mais um agente secreto...



De manhã prepara o café,pensa em algo amargo, resto da noite  que sobrou,
sonhos despedaçados.

Pensa em algo do dia, que talves virá.
também o  que sobrou de ontem, dos  velhos sonhos,
porque ela parece não ter vontade de sonhar, nada novo.
Aliás, sonhar algo novo seria um gigantesco desafio.

Mas o tal do Pablo é realmente um nó de marinheiro.
(você leitor tambem deve se acostumar agora
não é mais seu Pablo e nem dona Joanita e sim
Pablo e Joanita,
eles já seus seus conhecidos)
morando porta a porta com ela,
parece ter olhos de faroleiro.

E se disser que Joanita sempre foi paranoica...
e que sempre viveu cercada de muitos espiões...
começou com um tal de Deus,
que desde cedo, foi acusado de espionar, julgar e punir
por qualquer coisa que ela fizesse
e depois se multiplicou biblicamente
atraves dos séculos, bem como a forma
de espioná-la, de julgá-la, de condená-la,
mudou também a cara de seus agentes secretos...
Coisas certas e erradas, conceitos temporais e regionais,
legais, religiosos, espirituais... tantos outros,
nunca teve certeza se pudia isto ou aquilo.


Isto e aquilo é seu conjunto de dúvidas, e caminha com ela
pela vida inteira.
Faz o que deseja e deseja o que faz,
entre suas verdades, muitas são mentiras, ou falsas,
apenas usadas pela necessidade...

Mas agora há uma outra verdade, estranha até hoje,
estranha a tudo que lhe foi ensinado, a ferro e fogo,

estranha a todos os conceitos vigentes,  que é seu tempo,
e ela suspeita que terá que rasgar uma fina neblina  a sua volta,
para continuar a vida...
no mesmo passo de ontem já não se pode continuar.


E Joanita crê na ciência e religião,
Joanita crê na política e na arte,
crê nas pessoas, em especial , algumas estranhas pessoas que habitam seu mundo.


Se tivesse que sair hoje, e fosse passear de ônibus ela
saberia que dois terços são estranhos, um terço,
está  a sua volta,  próximos
por estranhas proximidades e interesses e ela já os considera familiar.

São os agentes secretos.

Não é possível conviver com tanta espionagem.
Ela vai  para o portão... chega e o abre, tomou seu café,
e comeu seu pão, agora olha a rua e o sol,

Lá  embaixo está ele, branco, branco, feito trigo,
mão fina, cabelos claros, olhos azuis, magro,
e uma cara muito estranha que não combina com seu trabalho.

Faz dias que ele fica ali, um carrinho de pedreiro, algumas lajotas no chão,
uma colher que ele nem sabe segurar e olhos fixos na casa dela,
dia inteiro, ela sai, ele fica ela volta, ele está lá.

Fazendo um piso, amassando o cimento. Ela passa ele olha...
Ela não aguenta mais. Foi lá, entrou na loja, olhou ele de perto,
que pessoa estranha, o que será que deseja...


o que será que quer descobrir...
Assim tem sido sua vida... nos mais estranhos lugares,
o mesmo homem branco feito o trigo
aparece. Se planta por ali...A quem diga, ele é policial.

Mas é também muito influente... bem Joanita sabe que
tem que conviver sempre bem com todos.

Agente secretos: todos aqueles que nasceram antes de mim
e seus descendentes
e agiram secretamente para
tomar posse do mundo e de suas verdades,
define Joanita... deixando-me os farrapos
de uma pobre e miserável sociedade,
aos prantos e barrancos a indagar
onde é que está a religiosidade (coisa moderna)
a justiça ( um pouco mais antiga)
e a irmandade, um principio do começo do mundo.
dificil de decorar, pior de aprender.

que esta sociedade pobre e miserável seja apenas eu,
e que não houvesse mais nada além da minha pobreza,
generalizada, genética, hereditária,
e acima de tudo natural.

e que não houvesse dor e nem pranto,
por causa de submissão, da rendição... e por fim vamos ser clara:
da escravidão e dos maus tratos
e que apesar disso, houvesse ainda   justiça e paz.


Ao Príncipe Maquiavel,
que gosta de seu paraíso adâmico:
eis uma questão: corre atras de seu edem,
reconsidera suas "Leis e seus Reis"
sem perdê-los!

E os agentes não incomodam Joanita apenas  Pablo a incomoda
e hoje foi até o portão do prédio,
olhar a rua, já cansada das férias e da ausência dos cabelos deles...

Pablo apareceu por lá: queria saber como ela estava.
Ela queria dizer você é o  décimo segundo... que eu suporto este ano.
Tropeço neles em toda parte.

Mas não disse. Isto não tem significado.
Espiem-se a si mesmos, encontrarão a mesma coisa que procuram em mim.

Espere que eu va aos poucos criando coragem,
e contando minha vida,
que corre secretamente, diante dos olhos de todos, e sempre foi assim,
Eu disse no século passado,
as mesmas as coisas,  disse no milêncio passado, as mesmas coisas,
que digo agora, incrivelmente
as pessoas algumas mudaram, outras ainda são as mesmas.

De todas estas indagações,
que fervilham a alma dela, antes de realmente abrir seu caderno,
sua questão básica hoje é o amor de Pablo.

É o amor mais estranho e assustador do mundo.
E se os olhos dela encontram caminho para os os olhos dele,
provalmente seu corpo  e alma também
encontrarão.

Ela parou agora na rua, olhando-a atentamente,
é sua estrada que tem um novo  caminhante,
pés e coração silenciosos de Pablo a passar por ali.

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