quarta-feira, 24 de março de 2010

A zeladora de Igreja III - Peixe Poseidon e Pipa da Praia

O homem deixa o caixão e sai.
Também é seu dia de folga, a Igreja já está fechada,
limpa e vazia. O Padre só volta pelas 7 da noite,
fazer as últimas orações do dia e atender
aqueles pedidos de última hora,
de extremo desespero ou ouvir os agradecimentos,

Pipa está sozinha com seus pensamentos.

Sai da sala de limpeza e entra no templo
das orações, vê o caixão.
Tudo está perfeitamente fechado.

As janelas são muito altas, estão abertas
só mesmo o vento, o ar, pode entrar...
Ela não se lembrou do segurança.
Nem imaginou qualquer outra pessoa por ali.

Foi até o caixão: Como isto veio parar aqui...
certamente teremos uma missa
para mortos de corpo presente.

Quem será que morreu e ficou assim tão só!
Ninguém o acompanha.
Já tinha participado de  muitas missas de corpo presente.
Mas nunca um caixão com alguém havia ficado
sozinho lá no domingo, à tarde.

Também isto não tem importância.

Ao chegar bem perto, Pipa estarreceu:
No lindo caixão, um pouco menor que os demais
havia um morto ilustre:
abandonado ali.

Era Jesus. O próprio filho de Deus.
Seus longos cabelos arrumados nos ombros,
suas brancas e finas  mãos e dedos, perfurados por pregos,
seus pés mergulhados em flores,
com feridas vivas, mostrando as pétalas
de seu sangue.

Seu caixão estava aberto, e ele coberto com um véu branco.
os olhos fechados, imunes a dor,
nas faces roseas da imagem nem um sinal
de rancor.

Jesus estava lindo, ainda que morto.
Seu corpo parecia muito leve,
seus sentimentos pareciam puros,
como se  ele jamais houvesse sido ferido.

Naquele caixão estava a imagem de  um filho da vida
que não reagia e nem resistia ao amor e ao ódio.
Estava a ali a resignação de um inocente
e a vergonha da maldade exercida,
pelos homens descrentes.

Pipa ficou mesmo paralizada, olhando
as lindas faces de Jesus, suas feridas
na cabeça, provocadas pela realeza,
que seu nome impôs.

Foi só um instante de loucura, logo logo
Pipa se transformou em prantos, sentiu uma agonia,
uma tristeza, jamais conhecida antes.
E chorou ali, sozinha ao lado daquele Jesus morto.

Chorou muito, arrancou todas as suas lágrimas,
de séculos e milênios, um rio,
em seu coração.
Depois de chorar até seus olhos secarem...
Jesus ainda permanecia imóvel em seu
jardim de flores artificiais...
Não que as flores não fossem reais... eram, sim.

Ela disse baixinho nos ouvidos dele:
Você Jesus precisa sair deste caixão,
Há muita vida lá fora... e você já ressuscitou!

Primeiro Pipa teve que aprender sobre o nascimento de Jesus,
uma criança diferente de criança,
mas nenhuma criança é diferente de Jesus.

Depois Pipa aprendeu  sobre suas andanças pelo
mundo antigo, seus sermões, seus estudos secretos,
suas conversas perigosas com os reis e seus exércitos.

E por fim Pipa aprendeu que ele morreu e Ressuscitou!
e que estava no céu, ao lado de seu pai celeste, é claro.
por que até seu pai terreste
também já havia morrido.
Mas nunca ninguém disse
pra onde José tinha ido.
Mas ver Jesus,  assim, agora, morto!
Ela nunca havia pensado sobre isto!

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