Pipa era zeladora da Igreja.
A maior casa santa das rendondezas.
Ninguém jamais viu um rastro no chão.
nem uma mágoa no coração.
Pipa limpava tudo, aqueles restos indigestos,
mal engolidos e cuspidos,
nos lugares invisíveis...
ela os via e os removia.
pra ela tudo era possível.
O padre não se preocupava,
dava hóstias sagradas a todos que todos os dias pecava
mas pipa, se fosse por ela,
que tem mal pensamento não se comungava.
Nem com gente e nem com o outro.
nem com razão e nem com louco.
Enquanto eles rezavam ela também rezava,
mas limpar a Igreja, só ela,
ninguém mais.
Sua vassoura mágica, sua mão pesada e agil,
tirava os prantos seculares,
que eles os fiéis esqueciam nos altares.
Passava tempo, mas tempo não passa,
ela esperava um dia, uma hora qualquer
um momento de esquecimento
para mostrar sua lógica.
Era folga dela, naquele domingo, não trabalhava,
não ganhava suas merrecas.
podia rezar, podia conversar na porta da igreja
com outras comadres,
podia pecar... era seu dia de folga.
E foi pra Igreja, não tinha outro lugar pra ir,
não que fosse tão pecadora assim,
que tinha desejo de ser perdoada, ou castigada,
por qualquer coisa afim.
Mas Deus quem sabe, Ele, poderoso como era,
conhecesse dela os segredos mais escondidos
que não ousava revelar e nem mesmo
lhe eram verdadeiramente sentidos.
Pipa os tinha esquecido!
de uma vez para sempre, não lembrava
nenhum grave pecado,
nem mesmo se os havia cometido.
Mas aquela Igreja tão grande, tão bela,
tão ricamente ornamentada a atraia,
que o templo a dominava noite e dia
e por que Pipa não entendia.
Quando chegava a sua casa, sempre a varria,
de um canto ao outro, ainda que estivesse limpa,
Mas a Igreja era diferente,
varria mais que a história de seus pés,
Varria sonhos ruins, pesadelos, confissões,
medos, assombrações, crimes e castigos,
que seus fiéis ALI esqueciam.
E para os chegam, os que vem
a igreja está tão limpa
e cheira tão bem,
que ali só parece ter santo
que nem poeira tem.
E se Pipa não limpasse
todos os dias, as sobras indigestas e as agonias,
quem poderia na Igreja
razar suas ave marias!
Os santos de pés perfurados,
de peito flechado,
os santos feridos, os santos vivos,
ainda pregado em seus altares,
não deixam lágrimas nem gemidos,
não mandaram cartas, se mandam
não são lidas, são destruídos...
Os tais santos são silenciosos,
não cheiram vida.
Pipa foi varrendo tanto a igreja,
que acabou sendo vista....
depois conto mais.
segunda-feira, 22 de março de 2010
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