terça-feira, 24 de agosto de 2010

Espiritualidade - em desenvolvimento por Maria Melo - Paraná


Nasci calada de medo.
Mesmo assim... tive que dizer não.
Nem foi coragem, foi a luta.
Faltava me espaço para exeercer a vida.
Nem escolhi os passos
a lida me levou.

Mas viria coisa pior do que ser o um simples animal.
Viria o pecado, o temor ainda maior, a dor,
a consciência e a indescência
que aparece junto nas piores horas...

Se aquela linha que é apenas uma linha entre a realidade e o sonho,
fosse  apenas uma linha contínua, eu
que nada tinha podia muito bem ser a linda  bailarina
e dar o show... mas aquela linha não é de confiança,
de repente saltos mortais e laços sem esperança...
surgem... no ar e enovela ela e a  umbrela dela.

Eu, Layla que jamais me  afastei  de minha  criança,
e carregava comigo  todas as suas nuances como meus troféus...
fiquei calada de medo,
mas mesmo calada tentei todas as fugas possíveis,
talvez nunca ia querer fugir apenas conhecer...
Nada sabia de real sobre minha vida,
sobre os demais, nem se fala.
Nada sobre nada.

Contemplei o mundo com muita surpresa, pelo rádio:
Assim a primeira coisa que conheci do mundo  exterior que ficava  além dos meus olhos,
foi a  voz. Toda a forma de materialidade dos seres,
me veio pela palavra... Era tudo que eu tinha para conhecer e saber que existia.

O mundo existe e sempre foi meio virtual. Meio espiritual.
Cheio de seres estranhos e desiguais. De super heróis anônimos a
sseres  divinizados. O mural das escritas antigas...  era decifrado por mim,
com muita dificuldade. Nunca disse a ninguém o que realmente queria ou devia saber.

Precisava saber de tudo porque nunca soube de nada.
Nascer na década de 50 e estar num mundo relativamente velho,
e cheio de sábios e sabidos.
5000 mil  anos  de história e de estórias bem contadas e bem vividas
e eu Layla, alguns décadas de vida.
a procurar respostas para as questões sem saída.

e para quem  não tem espaço no mundo, resta-lhe as nuvens.
Layla  a pessoa viva,  ameaçada todas os dias pela
morte e pelo perigo de viver e pela ausência de sonhos,
sentou-se nas nuvens e nada tinha para fazer.

Alheia a si mesmo pior que lesma a esmo.
Ela Layla fica nas suas alturas, alvura
sem mistura!

Enquanto isso ( a alma não paga as contas do corpo)
seus dias se embolavam na loucura do desafeto,
do desapego  e das coisas  humanas...

Layla era chutada,  sua alma nas nuvens nem era vista nem suspeitada..
mas seu corpo era obstáculo dos caminhos da vida,
servia de pedra nas estilingues do dia a dia.

Enquanto mente se é perfeito. Se é de mente, aparente mente.

Eis que vem ao seu encontro,
a sua visão e seu raciocinio.
A matemática de Einstein, as questões de Agostinho,
Os pensamentos de Sophia,
As explosões de Edison...


Tema Espiritualidade  em desenvolvimento por Maria Melo

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