domingo, 29 de agosto de 2010

Layla conta -poemático à moda romana - conto - Maria Melo



Quem é Layla..
É a bailarina da linha do tempo
que errou o passo e invadiu a fronteira.

É personagem, não apenas de um
escritor amador  mas da vida.

A sua máscara imagem a torna um ser intuitivo
porque Layla pressupostamente é um personagem de sonho,
mas que tem a dádiva e a loucura  ( lá de antigamente) de viver de dia,
entre todos os presentes.

De repente, não mais que isto...
Layla se vê sentada de cócoras
ao redor de uma bacia velha e torta,

cheia de água, lavando os pés de um moleque
sentado no toco à sua frente,
de short amarelo de  pó da terra...
O moleque bate alegremente os pés na água
e Layla faz cosquinhas   naqueles pequeninos pés...
ele ri e seu sorriso é uma gargalhada
de gritos de alegria e felicidade.
Seus olhinhos miudinhos fecham mais e mais
e seu riso se prolonga
ruidosamente pela tarde...

Depois Layla empurra a bacia e derruba a água
que escorre para longe,
põe os pequenos pés do moleque sobre um pano
seca a umidade da água,
o abraça pelos braços, fecha as mãos nas costas dele
e meio que o arrasta até outro compartimento...o deixa lá... ainda rindo.

Chama outro moleque e vai lavando os pés deles...
um por um, até acabar os moleques,
depois lava os pés das meninas...igualmente, deixa todos
lá dentro. Daqui poucos minutos o sol se vai,
amanhã eles se lavarão sozinhos.

E hoje se tiver que lavar os seus pés
eu e a água os lavaremos, com muita alegria e honra,
igual já lavamos os pés dos molequinhos,
porque acreditamos nas estradas e nos passos que eles dão.

Layla vai a Roma, a cidade destruída por maldade e
pela  ignorância.

Em Roma Layla fica sem destino... nunca conhecera a
cidade antes. Nada pode levar consigo,  não se interessa
por aquelas bujigangas.

Layla tem seus desgostos profundos.
Mas Roma é outro mundo e ela esquece tudo, de verdade,
Lembra apenas aquela casa feita aparentemente de barro,
sem detalhes, a face conhecida de algumas pessoas
a acalma...quando fica dentro da casa, observa algumas
coisas estranhas, sua memória está falha,
assim como tudo na casa...

É um quebra cabeça... mas sem preocupação, Layla se aproxima das paredes,
tudo examina...
Grandes grades com  estranhos animais estão encostadas
em parte das paredes internas da casa,
Layla tenta um diálogo com os bichos, fracassa.
São bichos, são  comestíveis dos homens e das famílias,
reserva de alimentos pessoais...
Vários e diferentes animais estão presos na sala. É natural.
Layla se distrai... Alguém chega mais perto
e sob um olhar iluminado por luzes muito fracas e distantes,
Layla consegue confiar nos olhos dela.

Vagarosamente a pessoa vai puxando as grades e livra a parede,
assim layla vê um  pequeno e escuro buraco,
e pessoa se abaixa e passa e convida Layla para segui-la.
Layla faz o mesmo... passa, olha para trás e vê as grades
de animais se reencostando e fechado a passagem.

Layla ainda está parada, não deu nenhum passo,  a outra pessoa foi rápido
só parecia ser um vulto à sua frente,
Layla observava com pouco luz  as marcas únicas dos passos
daquela pessoa, no chão de barro fresco, branco, maleável
e via nenhuma outra pessoa havia pisado ali antes,
e que ela pisaria numa linha diversa e deixaria lá também sua marca.

Assim seguiu... várias cavernas escuras ela deixava para trás,
seguia uma pequena luminosidade a sua frente,
não tinha medo, nem segredo, era só seguir a estrada.

Um instante depois Layla chegou... Era uma caverna bem mais iluminada
do que  a pequena trilha branca meio enrodilhada
que a levara. Alguns pessoas ( muitas até) andava por lá,
Layla olhou no fundo, lá longe, Ele estava deitado,
sua inconfundível face, era branca mas enluarada,
Layla viu todo seu corpo, frágil mas vivo. Ele não estava feliz, nem triste,
estava vivo. Seus lindos cabelos, muito bem cuidados,
Ele era mais que príncipe de um povo, mais que rei,
e muitos o amavam, o adoravam. Dariam  sua vida por ele
se possível, fosse.

Estava ferido com certeza mas não revelava suas dores,
Layla viu isto, depois é claro.
Seu rosto lindo estava refeito, suas mãos firmes
e bonitas tocou as mãos de Layla,
depois o rosto   dele se aproximou dela e trocaram beijos de faces,
de pele, se esfregaram como velhos e conhecidos bichos,
com carinho indescritível... sem palavras se olhavam nos olhos,
como se dissessem tudo que estava no coração.

Ainda assim naquele abraço de pele, ele deitado
e ela de cócoras perto da cama dele,
deram beijo de cabeça a cabeça, destes que as crianças adoram dar,
esfregaram suas testas, suas peles, suas almas, mentes,
coração, tudo naquele único instante da existência.

Depois então ele se debruçou sobre a cama e lhe mostrou as costas feridas
o ferimento seguia toda a linha de sua coluna e já estava
bem cicatrizado. Ele não corria risco mais,
Seu rosto, suas mãos, seus cabelos, seu corpo, sua cama,
e todas as pessoas a sua volta estavam muito bem cuidadas,
e ele irradiava simplesmente amor, confiança e paz.

Depois disso Layla teve que partir nem tivera tempo
de olhar para os outros molestados que ali se encontravam também.
Não tivera tempo de se despedir a  ténue claridade se desfez
e na escuridão alguém tomou seu braço e a conduziu para longe do lugar.


Layla estava em êxtase,
 êxtase de uma inexplicável confiança e alegria.

No outro dia, Layla ainda pela aldeia procurava encontrar
qualquer uma daquelas pessoas que vira,
médicos, curandeiros, feiticeiros, enfermeiros,
contadores de histórias,  esteticista, artistas, e até crianças....

As casas eram abertas, qualquer um podia entrar,
todos se conheciam face a face, era talvez consanguineos,
e Layla entrou em muitas outras casas de barro,


Layla procurava a face e o olhar da pessoa que a guiava,
queria voltar lá no mesmo lugar, onde ele estava.
....

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