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Podia se ver o prazer de uma grande refeição
Todos estavam muito amistosos
seus olhos brilhantes, seus olhares límpidos.
Nada melhor que o dinheiro para
impulsionar um ato...
que vai desde a grandiosidade,
da caridade, à beleza da justiça,
ainda que rude... Não fazia cara feia,
a mesa farta e ao dinheiro facil e até alheio.
Era um jogo, o jogo do bicho.
Mas sem noscividade, alguma.
O bicho também se divertia com as algazarras das pessoas
ali presentes, ali festivas, esquecendo
suas labutas e intrigas,
próprios da vida urbana, ainda sem vigas.
Almoçaram até cansarem... depois
puderam sair para a beira do lago,
não o lago lá no alto da montanha... mas o lago do vale,
que também era igualmente rico.
Durante o almoço foram informados
pelo seu Peixe Posseidon que havia um reunião
para tratar de negócios,
ainda mais milionários do que as simples apostas.
Ali todos estavam em condições de igualdade,
todos foram pre selecionados
e melhor ainda todos trouxeram o dinheiro
requisitado. Foram investigados, até,
eram jogadores, além de muito bons trabalhadores.
Jamais deixaram de jogar.
O jogo desafia todas as leis pre estabelecidas.
Assim sendo, na vida de cada um,
havia um furo... vamos assim, dizer,
uma parte meio obscura que
ninguem confessava suas verdades secretas,
Era o segredo deles.
Direito de cada um..
Afinal quem diz que se pode medir um homem por outro,
uma história completa possa ser lida
num romance... é pouco provável.
Feito todos os passeios, todas as exclamações,
o povo ali presente, pedia a reunião, afinal,
tudo por ali estava muito bom.
Seu Peixe Posseidon disse no microfone,
à beira do lago, novamente,
pediu a atenção e anunciou:
Estão sendo bem tratados...
não é sem razão... todos são ótimos.
Hoje... tenho um grande investimento:
Quero vender minha fazenda...
Todos se olharam estarrecidos:
Terras tão linda, tão bem cuidadas,
´por quê seriam vendidas e por quanto...
Alguém perguntou... está fazenda linda
está a venda... Ele respondeu avidamente:
Não. NãO, esta fazenda, a minha fazenda.
Todos vocês conhecem minha fazenda.
Está um lixo, e nada posso fazer com ela,
nem mesmo viver nela posso mais.
Porisso quero vendê-la, como é muito valiosa,
decidi reparti-la com vocês...
É claro que custará alguns milhões de dolares.
- E onde fica sua fazenda, seu Posseidon...
e por que não nos levou lá para conhecê-la...
Já disse que todos a conhecem muito bem
e até a desprezam, também.
Minha fazenda é o rio Tietê...
E quero vendê-lo, é claro que por ora, sigilosamente.
desde sua nascente, ou melhor, sua urbanização...
onde a cidade começa estrangula-lo,
e onde ela, a cidade, o deixa morto..
Cada um está sendo convidado a comprar um pedaço
deste rio, vendido por mim, posseidon de águas doces,
que já não tenho onde morar.
E tal como se na terra fosse a cidade filha,
Cada qual cuidaria de seu pedaço de rio,
com todo o esmero e zelo e armas na mão,
e todo cordeiro sabe, que beber água não é sujá-la,
por que o lobo mal tem mais que sede, tem
fome e sempre precisa de uma boa desculpa
para caçar.
E todo homem aqui presente, pode de mim
um pedaço deste rio comprar.
É preciso ser homem de boa vontade,
de coragem e disposição, de muita força
para trabalhar... além do dinheiro
para o rio reabilitar.
E cercar... com cerca de arame farpado
de seis centimetros no máximo
entre um fio e outro... se não adiantar,
cerca elétrica e muitos avisos,
se não bastar uma camada de
aço e concreto para
manter o rio limpo e vivo.
Cada qual será dono do seu pedaço
de rio... que será vendido em metros,
por ser muito valioso terá muitos donos vaidosos..
por que este rio tem estado em abandono,
ninguém cuida, porque ninguém é dono.
E este é apenas um dos rios
dos quais eu Posseidon sou o dono.
E todos os outros assim serão tratados,
serão considerados bens de segurança
máxima e serão por seus
proprietários legais, muito bem cuidados.
Mas o rio tem sido um leito de esgoto...
e para um peixe, no mundo não pode
haver maior desgosto!
E o que fazer... Pois muito bem
Escreva no papel e seu nome
e sua proposta o quanto você pagará
por ser nosso sócio.
É claro que ficarei com filetizinho de água,
E diga aos antigos cidadãos da cidade
que se não limpam o rio
podem abandonar as belas casas...
Por que este velho corvil não servirã
ao futuro, nem mesmo ao futuro
breve... novos modelos, mais leves,
devem vir por ai...e que diferença isto fará.
Não seja dramático... pode não ser o fim,
trabalhe, apresente uma solução
não para este rio... para as águas
que andam por toda parte do planeta,
e nas veias de todo ser vivo
se não for sincera,
pode também não ser cativa.
Vendo o Rio Tietê, e todos os
outros rios sujos da terra,
para os homens de coragem,
não para aquelas que só abrem crateras
em busca de velhos tesouros,
e diamantes de blindagem...
Ah... não duvide da minha legalidade.!
Assim... os homens foram deixando
seus nomes... em breve... suas
propostas... sem dúvida era o melhor negócio
do mundo... melhor que isto não espalhe!,
que fique só entre nós.
domingo, 13 de dezembro de 2009
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