terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Vamos espiar seu Pablo e Dona Joanita... conto.

Na verdade eu não contei aos leitores
um fato óbvio:
Dona Joanita e seu Pablo começaram a sentir coisas.
Mas é tão óbvio que todos já perceberam.
São coisas comuns que todos sentem...
Coisas cheias de mistério e de química.
Com um  quê de animal e  um quê de divino.

Eles não  resistem... durante a semana
a autora apenas observou, ambos!
Dormem mal, sonham pouco, comem muito.
Não pensam em nada.

Seu Pablo está olhando para Dona Joanita
e sente desejo, ele sempre soube como
saciá-los antes de conhecê-la mas agora
já não sabe mais... parece que ela sabe.
E é isto que ele está sentido...
Que ela cuide de tudo enquanto ele sonha...

Ela, Dona Joanita que nem sonhava mais,
está horrivelmente incomodada.
Parece que quer fazer uma maldade consigo
mesma conferindo a outro o poder
de ser sua felicidade e alegria.

Quer mesmo que ele a olhe, tal como ela é.
Não pelas frestas da parede mágica,
mas pela grande conveniência e conivência da natureza,
que exibe sem restrição tudo que é
e até o que não é!

O que não é Dona Joanita um bicho encoberto,
o que não é seu Pablo, outro bicho igualmente incoberto,
O que não são: vestidos em seda, ou mármore,
São ambos de uma matéria
muito etérea, de pele faminta,
de abraços e beijos, de pele sonhada, de pele dormida,
e acordada envolta em muitos desejos.

Não é preciso mais um dia, ou dois dias sofridos,
ou suportar 3 dias de agonia e silêncio,
sem ouvir a voz dele no ouvido,
Dona Joanita quer morrer...
mas quer morrer de amor por ele com ele...

Mas quem é verdadeiramente seu Pablo
Pois para ela ele não precisa de nenhum nome,
é só um homem... que ocupou um grande espaço
em sua vida... O lugar do falecido.


Dona Joanita é portanto assustadora.
Ela decide que vai conversar com ele.
Só parede, apenas parede entre eles.
É a primeira vez que ela chega tão perto da loucura.

E uma loucura tão secreta que jamais terá cura.
Não carece de remédio...
Porque é a loucura de uma idéia.
E se fizesse amor,
tal qual qualquer amor
não haveria nenhuma grande dor de recordação,
porque o amor na maioria das vezes, costuma ser bom,
e não deixar tristeza real no coração.

Mas seu Pablo é  apenas a vítima de uma idéia,
E dona Joanita não consegue se desprender jamais de uma idéia,
que provavelmente é uma ideia  de natureza biológica,
ou  até espiritual, como queira, os estudiosos,
e ocupa uma  imensa área física e psiquica em seu cérebro.
Secreta pensamentos  dias noites,
numa atividade invisível que a torna
digna de alta espionagem.

Na sua casa, na sua sala, na sua mesa,
alem do pequeno livro, de movimentação diária,
dona Joanita tem outros talismãs...
xícaras, pratos raros, flores de romãs...

e chás, disto daquilo, de outras misturas
não confiáveis... Se isto leva à ... ela dona Joanita...
vai...e dona Joanita volta,
volta sem resposta... mas volta.

E como poderia amá-lo se ele está morto...
E ela sabe disto, ele também sabe,
mas se finge de morto para espioná-la,
porque não fingiria para amá-la.

E ela se o amava vivo, porque não o amaria morto...
E o mais absurdo de tudo
e que dona Joanita...

Questionava uma pregação
antiga
na qual um homem fora condenado à morte
e todos seus amigos ficaram indignados e disseram:
Como alguns entre nós consegue sorrir
ou se alimentar se logo, logo, nosso  amigo morrerá...

E o amigo condenado disse:
O que sabes tu sobre a  vida, para falar sobre a morte
de outra pessoa.


É pois a morte o segredo
que não teras jamais  desvendado.

Seu Pablo se confundiu todo... por mais desejo
tinha dela horror e medo,
Por qual lama ou lodo teria aquela
mulher coragem de caminhar...
se vislumbrasse na frente, qualquer coisa
estranha dela desconhecida...
chamaria aquilo de sinal,
e com ou sem qualquer probalidade,
partiria por qualquer caminho,
sem qualquer temeridade, ou nenhuma coragem.

Buscaria mais que a ciência ou religião,
aquela ligação, aquela que faltava,
a sumida parte de si mesma.

E nisto unicamente, nisto Dona Joanita, tinha
em si mesmo o destino de uma Linha reta...
Porque no mais, toda a vida apresentava
muitas faces diferentes, conforme
o tempo desfilasse... mas naquelas idéias,
que eram parte da sua pele, de  suas entranhas humanas,
e de suas suspeitas espirituais nada, nada mesmo
a desvenciliava.

Então, de que modo duas pessoas tão inteiramente
diferentes poderia chegar a qualquer tipo de amor...
Se todo amor natural presume a preserveção
de algo já existente... sem nenhuma proposta
de criar algo novo, inédito... apenas  preservar
e se por acaso surgisse um amor rebelde,
com proposta de inovar... uma grande
onda deste mar primitivo  trataria de o adaptar!

 Ela não se explicava, sentimentos não se explica
se pratica por si mesmo,
como se fosse uma legião de entidade, viva
e capaz de promover qualquer coisa
que desejasse.E tudo, tudo mesmo em
função de uma idéia que ela ignorava,
desde quando, desde de onde, aquela idéia
a acompanhava.

Dona Joanita poderia amar Pablo, Pablo poderia amar Joanita,
se não houvesse um abismo entre eles.
E se Joanita conhecia o abismo,
ela não cruzaria sobre a ponte, jamais.
Quantas pontes houvesse por qualquer parte daquele abismo,
Joanita ignorava.
Ainda que fossem sábios os conselhos das multidões
que as pontes cruzavam e ela reconhecesse,
tentava a todo instante conhecer
o que era obviamente impossível.
O Abismo que entre eles estava.

Você acredita que Joanita e Pablo vão se amar...

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